Crítica – Bruno (2009)


Realizado por Larry Charles
Com Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale

Quer nos agrade quer nos repugne, é impossível não reagir a "Brüno". Se alguma coisa podemos afirmar sobre filme é que Sacha Baron Cohen nada receou ao fazê-lo. Aproximando-se do formato do documentário, assistimos nesta película à luta de um repórter de moda homossexual austríaco pela fama. Brüno tem dezanove anos e a cabeça cheia de sonhos. Não respeitando qualquer convenção, ele tudo faz para atingir a notoriedade, primeiro na sua terra natal, a Áustria, depois nos Estados Unidos. Brüno namora um assistente de bordo minúsculo, Diesel (Clifford Bañagale) que o deixa por não aguentar a sua desenfreada demanda, passando Brüno a envolver-se com o assistente do assistente, Lutz (Gustaf Hammarsten).
Não sei se "Brüno" é uma paródia da homofobia – tive sérias dúvidas sobre isso enquanto assisti ao filme. É certo que ele usa e abusa de todos os preconceitos e ideias feitas dos heterossexuais em relação ao universo gay e às relações afectivas e sexuais entre eles mas Sacha Cohen vai longe demais. As cenas de sexo gay, a ostentação do corpo, nos seus recantos mais recônditos, a simulação de sexo oral gay numa sala de um espírita, a frustrada tentativa de sexo hetero numa versão sado-maso são provocadoras a um ponto em que a crítica à homofobia fica relegada para um último plano concentrando-se a nossa atenção na repugnância que sentimos, no cómico perverso da situação, no arrojado das cenas.

Ao longo do filme, este repórter vai entrando em contacto com incautas figuras célebres, como Paula Abdul (ou mesmo La Toya Jackson, a quem quer sacar o número do irmão, numa cena cortada na versão que chega ao público devido à recente morte do cantor) mas não fica por aqui, ele interfere no conflito israelo-palestiniano entrevistando dois dirigentes de ambas as alas, ele usa um menino africano adoptado, que trouxe directamente de África num caixote com a indicação de frágil, como adereço a fim de, à semelhança de outras figuras públicas conseguir a tão almejada fama. Ele é tudo, ele é o Brüno e de facto perante isto, temos que concordar com ele , “Borat was so 2006”.
O trabalho que Sacha tem vindo a desenvolver e o seu crescimento progressivo como humorista através das personagens que criou vão inevitavelmente alterar o modo como o humor é feito. Depois de "Brüno" tudo o resto parece piadas de crianças.

Classificação - 5 Estrelas Em 5

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4 Comentários

  1. Achei Borat muito engraçado, a conferir esse Bruno q aborda a temática gay!
    Abs! Diego!

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  2. Ainda não vi o filme, mas assim q estreiar em BH estarei nas salas de cinema. Mas, eu tenho o receio que citou, sobre o filme ser uma paródia à homofobia. É preciso cautela para algumas temáticas. Mas também não concordo com restrições. Amo cinema e vejo nessa arte uma força de contestação e de abordagem que pode ultrapassar todas as fronteiras em favor da discussão e da exposição de fatos que sejam necessários. O filme parece muito bom. Quero ver se vai atender as expectativas ou criar constrangimentos.

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  3. Eu vi o filme hoje e adorei...

    É realmente cómico e não é homofóbico....será uma critica às reacções homofóbicas

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  4. rsssssssss...nao tem como nao morrer de rir! MAGNIFICO!!! Totalmente sem noção, sem escrupulos, sem moral, sem preocupações c criticas...diversao garantida!

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