Biografia - Raul Solnado



Nascido em Lisboa a 19 de Outubro de 1929, Raul Augusto Almeida Solnado foi incontestavelmente um dos maiores símbolos do humor nacional, tendo participado em inúmeros projectos do género que o consagraram como uma das personalidades mais amadas e respeitadas pelo público português. Raul Solnado começou a fazer teatro aos 18 anos de idade na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, tendo conseguido atingir a profissionalização em 1952. Um ano mais tarde estreou-se como profissional no teatro de revista em "Viva O Luxo". Nesse mesmo ano também participou na peça "Ela não Gostava do Patrão". Entre 1956 e 1960 participa em várias peças de teatro como "Três Rapazes e Uma Rapariga" ou "As Pupilas do Senhor Reitor". Em 1958 estreia-se finalmente no cinema através dos filmes "Sangue Toureiro" e "O Tarzan do Quinto Esquerdo".
Foi através do sucesso do sketch humorístico "A Guerra de 1908" que Raul Solnado conquistou a simpatia e admiração do público português que se rendeu aos seus dotes humorísticos. Esta admiração generalizada é comprovada pelos recordes de vendas alcançados pelo disco que reunia "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida". Em 1962, Raul Solnado conquista o Prémio de Imprensa para Melhor Actor de Cinema, o primeiro grande galardão da carreira do humorista. Entre 1962 e 1969, Raul Solnado continua a conquistar prémios e a deslumbrar audiências no teatro e no cinema através de brilhantes prestações em "O Impostor-Geral" ou "Vamos Contar Mentiras". É durante este curto período de tempo que se torna no principal fundador e empresário do Teatro Villaret.
Em 1969, Raul Solnado junta-se a Fialho Gouveia e Carlos Cruz para gravar "Zip-Zip", um divertido programa de televisão que se tornou rapidamente num dos maiores sucessos televisivos da RTP. Na década de 70, Raul Solnado dedica uma grande parte do seu tempo ao teatro, tendo participado em algumas peças que ainda hoje são recordas com saudade como "Prá Frente Lisboa" ou "Isto É Que Me Dói". Em 1977 regressa em grande à televisão com outro programa de sucesso, "A Visita da Cornélia". Na década de 80, junta-se novamente a Fialho Gouveia e Carlos Cruz na RTP para apresentar o programa "O Resto São Cantigas" onde foram recordados músicos e compositores da época áurea da música ligeira portuguesa. Ainda na televisão, apresenta o concurso "Faz de Conta" e participa numa comédia nacional chamada “Lá Em Casa Tudo Bem”. Em 1987 regressa ao cinema para interpretar um papel dramático no filme "A Balada da Praia dos Cães" de José Fonseca e Costa. Em 1993 participa na telenovela "A Banqueira do Povo" ao lado de Eunice Muñoz, outro ícone da representação nacional.
Em 2001 volta aos palcos do teatro com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Nesse mesmo ano recebe o prestigiado e importante Prémio de Carreira Luíz Vaz de Camões. A sua ilustre carreira é novamente homenageada com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa (2002) e com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, entregue em 10 de Junho de 2004 pelo Presidente da República Jorge Sampaio. A 8 de Agosto de 2009, Raul Solnado falece em Lisboa aos 79 anos de idade, vítima de doença cardiovascular prolongada. O humor e a representação nacional ficaram mais pobres com a perda dum ícone que motivou várias gerações de artistas portugueses e alegrou durante décadas um povo com poucas razões para sorrir.

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5 Comentários

  1. Um grande artista que merece descansar em paz. Para sempre recordado Raul Solnado.

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  2. que descanse em paz! mas o que aacho mais piada é que depois de qualquer pessoa morrer sao logo herois e vêm à boca de cena ilustres burras como SIMONE DE OLIVEIRA dizendo: " nao recorria ao humor com palavrões e era isso que eu gostava" ironia do destino ou nao , ontem no programa sobre humor que a rtp emitiu mostrou como realmente nao dizia palavroes este artista. o problema é que terminou o programa a proferir alto e bom som as seguintes palavras "QUE GRANDE CABRAO". respeito muito o raul mas nao há que endeusar as pessoas, simplesmente há apneas que enaltecer o que há para enaltecer e não o que é mentira e que so dá jeito dizer porque fica bem sobre a pessoa que agora morre.

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    1. Raul Solnado foi um grande actor humorista e não só, no tempo em que o dar a ideia de que... já fazia rir a bom rir. Claro que depois, as coisas foram mudando e embora tenha visto algumas representações dele na RTP1 (no tempo em que não havia a guerra das audiências, e nem ligue para o número tal), bons tempos e bons programas que eram apresentados) e não me recordo dele utilizar palavrões para fazer rir, embora já se pudessem (e podem) utilizá-los de livre vontade. Embora não seja muito forte em português, acho que cabrão é o macho da cabra, que comparado com os palavrões que agora se utilizam gratuitamente e a maioria das vezes fora de contexto, é de bradar aos céus e fazer corar as pedras, isto por quem se acha actor ou humorista, mas de certo modo também com cumplicidade dos espectadores !!!!!

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  3. "Façam o favor de serem felizes"

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  4. Quando era adolesdente,eu,meus irmãos e meus pais riamos á gargalhada com as cenas humuris- ticas que ele fazia na televisão.Toda a famí-lia se reunia junto a um pequeno tevisor, e pa-ssavamos belos momentos, que para mim, seram inesquecíveis.Hoje com 42 anos e adorando o Raul Solnado, como adoro, fiquei muito chocada com a triste notícia da sua morte.Foi um grande humurista...um grande homem que tinha um talento enorme para fazer rir os portugue-ses mesmo que tivesse dito alguma palavra me-nas bonita,tudo fazia rir e a maior parte das veses, quando se dis algo inesperado,seja o que for,o riso ainda é maior e consola mais. O Raul Solnado para mim, foi fazer uma longa via-gem, como bagagem levou uma vida recheada de muitas coisas boas,e deixou-nos uma bagagem de saudades e uma frase maravilhosa, que eu tanto adoro e que os portugueses deveriam fazer o que ele disse. FAÇAM O FAVOR DE SEREM FELIZES.
    Raul Solnada, não te conheci pessoalmente, mas ficarás para sempre no meu coração,irei recor-darte para todo o sempre.Descansa em pas!
    Uma grande admiradora.

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