Crítica - The Matrix (1999)


Realizado por Andy Wachowski, Larry Wachowski
Com Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss, Hugo Weaving

Os irmãos Wachowski revolucionaram a indústria cinematográfica com “The Matrix”, uma produção de ficção científica que graças aos seus surpreendentes efeitos especiais alcançou um estatuto de obra-prima em Hollywood. No entanto, “The Matrix” não vive exclusivamente dos seus gráficos de luxo, porque também aposta numa narrativa bastante interessante e complexa que cativa e entretém o espectador.
A acção do filme decorre num futuro próximo, onde somos apresentados a Neo (Keanu Reeves), um programador de sistemas computorizados que sofre de pesadelos recorrentes que envolvem estranhos agentes secretos e modificações irrealistas da realidade. Ao conversar com Trinity (Carrie-Anne Moss) e Morpheus (Laurence Fishburne), dois elementos da resistência humana contra o domínio das máquinas, Neo apercebe-se que os seus sonhos têm um fundo de verdade e que a realidade é completamente diferente daquela a que está habituado. O grupo da resistência explica-lhe que há muito tempo atrás, os computadores revoltaram-se contra os humanos e tomaram o controlo do planeta, escravizando a maioria da raça humana que posteriormente começou a ser utilizada como fonte de alimento energético para o complexo e tecnológico mundo desenvolvido pelos principais computadores do planeta. De forma a manterem a população humana controlada e imóvel, as máquinas desenvolveram uma complexa rede electrónica (Matrix) que alimenta os cérebros dos humanos com ilusões elaboradas enquanto os corpos são usados como fontes de energia. O líder da resistência, Morpheus, acredita cegamente que Neo será capaz de libertar a humanidade da escravidão e pede-lhe que se junte rapidamente à resistência que muito brevemente irá iniciar a ultima batalha contra as máquinas.



Os inovadores efeitos computorizados que moldam o visual desta produção estão presentes numa grande maioria das cenas mas é durante as sequências de acção que se tornam verdadeiramente relevantes e extasiantes. As lutas e perseguições são animadas e melhoradas através de efeitos futuristas que incutem adrenalina e espectacularidade aos grandes momentos de acção da história. As alternâncias de ritmo e velocidade das sequências de acção, são muito provavelmente o aspecto mais célebre destes efeitos especiais, tendo marcado presença em algumas das cenas mais significativas do filme como o pontapé aéreo de Trinity ou o desvio das balas de Neo. As fortes e pesadas sonoridades da obra também ajudaram a incutir espectacularidade às cenas de maior adrenalina que ocupam uma boa parte da história.
O argumento claramente alternativo e futurista desenvolve um tema extremamente popular nos circuitos literários de ficção científica, a rebelião das máquinas contra os humanos. No passado, obras como “Terminator” ou “Blade Runner” exploraram este conceito, mas ”The Matrix” elevou a fasquia ao desenvolver uma realidade extremamente complexa e intelectual que ultrapassou os conceitos imaginativos previamente estabelecidos pela indústria literária e cinematográfica. Ao misturar termos e conceitos informáticos com elementos futuristas e cinematográficos, “The Matrix” explora uma interessante guerra entre Máquinas e Humanos que é travada através de meios pouco habituais numa realidade fictícia criada pelas próprias máquinas. A constante alternância entre realidade computorizada e realidade temporal, explícita a complexidade da batalha e expõem o verdadeiro poder das máquinas que comandam o mundo virtual e grande parte do mundo real, excepção feita à última cidade humana, Zion. Ao longo da história vamos encontrando vários elementos informáticos (Oráculo e Agentes) que compõem o mundo cibernético e que auxiliam ou prejudicam os rebeldes. Com o avançar da história vamo-nos familiarizando com as especificidades técnicas da guerra e com as esperanças depositadas em Neo, uma espécie de super-herói que é composto por elementos humanos e cibernéticos. Apesar da difícil percepção e compreensão inicial de todos os elementos que a compõem, esta extensa e difícil narrativa poderá facilmente agradar ao espectador que procure apreciar todos os pormenores e detalhes desta história futurista.



O principal actor desta produção é Keanu Reeves, um actor inconsistente que raramente convence o espectador mas que nos apresenta uma performance substancialmente aceitável nesta obra. O elenco secundário está recheado de actores talentosos e carismáticos como Laurence Fishburn ou Hugo Weaving, este último oferece-nos um excelente vilão que encarna na perfeição o calculismo das máquinas e o poder destrutivos dos vírus informáticos. O papel feminino de maior destaque pertence a Carrie-Anne Moss que interpreta Trinity, a inconformista e aguerrida namorada do grande salvador do filme.
Em suma, “The Matrix” oferece ao espectador uma valorosa experiência cinematográfica através da sua magnifica narrativa e dos explosivos gráficos que embelezam os cenários e as sequências de acção. Um filme imperdível que encerrou em beleza o século XX.


Classificação – 5 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. Este filme é um marco do final da década de 90. Trouxe inovação e uma história complexa, aliada a um certo toque de estilo que apelou muita gente. Quem na altura não ouviu falar do Matrix?

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  2. Obra prima que influenciou o mundo,até na moda dos casacos compridos e pretos!!Mais uma vez a academia ignora este genero de filme mas que felizmente ficará na história do cinema.

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  3. Se há uma ciência peliclas ficção que eu gosto é Matrix, agora eu estou vendo películas en HBO Matrix Reloaded poderia aproveitar a minha favorita. Sem dúvida, a próxima em 2016 será incrível.

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