Pequena Análise Crítica a Prometheus

Realizado por Ridley Scott
Com Noomi Rapace, Logan Marshall-Green, Michael Fassbender

O que é que “Prometheus” tem para nos oferecer? O que é que podemos esperar deste misterioso blockbuster? Estas perguntas têm sido feita por muitas pessoas desde que este filme foi anunciado e, mesmo após o ver, confesso que as respostas não são fáceis de dar, não porque esta obra seja experimental ou complexa, mas porque estão muito dependentes das expectativas de cada um. A sua história engloba vários elementos do clássico “Alien” (1979) e das suas três continuações, focando-se sobretudo nas origens do Space Jockey, uma misteriosa personagem que aparece em quase todos os filmes da “Alien Saga” e que parece estar na base da origem da Humanidade e dos Aliens. O início de “Prometheus” é relativamente calmo, no entanto, esta doce calmaria dura pouco mais de dez/ vinte minutos porque, mal os intrépidos protagonistas fazem uma importante descoberta, esta obra fica subitamente mais ritmada e violenta, muito embora não tenha quase nenhuma cena explícita, sangrenta ou assustadora, sendo precisamente neste campo que “Prometheus” mais desilude. Seria de esperar que um filme com várias ligações a “Alien” tivesse um pouco mais de suspense e fosse muito mais assustador, mas infelizmente isso não acontece. A verdade é que esta produção é mais intelectual e mitológica que os quatro filmes do famoso franchise, preocupando-se mais em explicar do que em assustar, algo que muito provavelmente vai desiludir uma boa parte dos fãs da violência e do terror de “Alien”. É importante referir que as pessoas que não estão familiarizadas com este franchise não vão compreender alguns dos pormenores mais interessantes desta obra, mas deverão conseguir acompanhar, sem grandes dificuldades, a evolução da sua trama que, durante o seu desenvolvimento, não tem nenhuma grande ligação central com “Alien”. 


A nível narrativo, “Prometheus” é portanto um filme mais maçador mas muito mais substancial que os seus parentes, no entanto, não posso deixar de referir que após explicar tanta coisa, esta obra consegue deixar, ainda assim, muitas perguntas (novas e velhas) sem resposta. O seu elenco tem, no geral, uma boa performance, sendo de destacar os trabalhos de Michael Fassbender como um robot extremamente calculista e de Charlize Theron como a fria Meredith Vickers. O grande trunfo desta obra não é o seu elenco ou a sua narrativa, mas sim a sua vertente visual. Tal como eu, a crítica internacional não hesita em afirmar que “Prometheus” é um filme visualmente deslumbrante que nos oferece uma rica variedade de cenários exteriores e interiores muito realistas e detalhados. Esta sua bela construção estética resulta sobretudo do hábil uso de modernos efeitos visuais por parte de Ridley Scott, que nos brinda assim com uma fantástica experiencia visual que infelizmente não é acompanhada por uma magistral viagem narrativa, no entanto, isto não quer dizer que “Prometheus” tem uma má história, muito pelo contrário, não tem é o enredo enigmático e grandioso que muitos de nós esperávamos. É ainda de destacar a sua belíssima sequência introdutória, onde simples imagens de paisagens naturais misturam-se harmonioso com uma calma música de fundo. Em suma, “Prometheus” é um filme que vale a pena nas salas de cinema, mas no final deixa-nos um bocado desiludidos.

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9 Comentários

  1. Eu Curti muito.. quem gosta de filme horror de ficção-científica vai curti tb,, Cada um pega a sua mensagem de uma maneira. Foi assim que eu vi o Filme , pode ser que você veja/tenha visto de maneira igual ou não. 3D do filme também é Show, Prometheus é um espetáculo técnico. Direção e Efeitos Especiais...

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  2. Gostei do filme, assit todinho junto com minha filha (que nunca assistiu alien o oitvao passageiro).

    Logo no inicio a genese da raça humana feita de uma forma tão simplória deixa o que pensar realmente. Será que a explosão de vida cambriana não teve algo de extraterrestre (uma pergunta cabível). A decepção em ver o "mundo de origem" apenas um laboratoro abandonado em um mundo semi morto e ao final a genÊse de uma nova raça feita a partir de experimentos dos engenheiros, um robô maluco e uma mulher que não podia engravidar é brilhante.

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  3. Gostei muito do filme. Sinceramente, achei o mais ousado de todos os filmes do universo Alien, depois, é claro, do primeiro file. Não concordo que a cena inicial seja a origem da humanidade (para tal, teria que mostrar a África), pois descontextualizaria o homem das demais espécies animais (pura anatomia comparada!). E também não concordo com o empurrãzinho para a Explosão Cambriana, ou mesmo a anterior origem da vida. Os Engenheiro teriam que ser fabulosos para sobreviverem por tanto tempo, ou ficar monitorando bilhões de anos suas experiências.
    O filme é ousado, inteligente, intrigante e não apenas os corre-corres, pega-pegas e afins que foram as continuações.
    Abraços.
    Edilson
    Araxá - MG
    Brasil

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  4. A análise de PROMETHEUS é um tanto complexa. Ridley Scott quer passar ao expectador uma visão muito difundida no meio literário que é pouco conhecido e que tem embasamento histórico. Cito por exemplo os Sumérios, Mesopotâmios, Atlantes e demais civilizações antigas. Ele colocou na tela uma adaptação do que seria a origem da vida na terra, do surgimento do homo sapiens; havendo disso inúmeras evidencias genéticas, arqueológicas e iconográficas. De tão notório e evidente a nova realidade, inúmeros escritores influenciados pelo genial Erich Anton Paul Von Däniken, autor de "Eram os Deuses Astronautas?"
    persistiram em sua continuação de busca pela verdade.e assim como no filme, é a utilização dos vestígios e conhecimento desse passado em suas várias fontes que os levam a uma cruzada pelo espaço em busca de nossos criadores milenares, algo como um filho órfão que descobre que os pais estão vivos em algum lugar e se propõe a encontrá-los em sua senda familiar romanesca. Tirando o enredo básico da questão-mor: "De onde viemos?" ou "Quem somos?", Ridley Scott abre um novo leque, levando a conhecimento do público comum, indagações que poucos imaginariam: "Viemos de uma raça superior?", "Por que eles nos criaram?", "Eles irão um dia voltar?"
    Claro que como não poderia passar em branco, como bem colocou nosso amigo autor, João Pinto, existe uma relação dessa ORIGEM do homo sapiens com o nosso querido Oitavo Passageiro, o que aliás, foi um ótimo "gancho" de final de filme, convenhamos.
    Mas deixando um pouco o merchandising da série ALIEN, tudo o que foi tratado no filme: A presença de seres com tecnologia superior de milhares de anos atrás, Um futuro onde uma corporação governa o planeta, A busca de lucros motivacionais, Contato com o criador para a correção do DNA e posterior vide externa (Isso foi sutilmente esboçado primariamente quando da criação do andróide); é o que permeia a alma humana e sua correlação com a vida.
    Muito bom o filme, recomendo.

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  5. muitos erros se viram no filme, mais pareceu que ele não viu o ''alies o 8 passagueiro'' que ele próprio criou (pelo - está lá o nome dele)
    mas corrigam-me se estou enrrado
    quando os tripulantes da Nastromo encontram o cadaver do piloto não está deitado na cadeira de pilotagem?

    a onde está a tal capsula que é deixada para trás onde o dito ficou morto neste filme, no 1ª não existe capsula nenhuma lá parada apenas a sua nave danificada
    3ª o porão da nave era vasto e sem paredes e não aqueles cubiculos que se viu no prometheus

    quem tiver visto ambos os filmes irá ver facilmente estas diferenças
    para min este filme não foi + que (fast money) produto para realizar € facil

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  6. Atenção que neste filme a acção passa-se no planeta LV-233 e não no LV-426 da série aliens. Por isso a nave é que é destruida não é a mesma. No final do filme o androide diz que há outras naves espalhadas pelo LV-233 e vemos uma a levantar voo no fim, provavelmente com os dois sobreviventes ;)

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  7. Não entendi porque é que David, o robô, envenena o namorado da DR Elizabeth Shaw e depois estando esta gravida não a deixa ver o monstro que ela tem dentro do seu ventre... Até parece que ele quer acabar com os seus criadores como os antigos homens querem acabar com a raça humana. Não gostei desse aspeto no filme.

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  8. Este filme, para mim, vale só e apenas pela deslumbrante parte técnica. De resto, o enredo atropela-se a si próprio nas tantas incongruências sobre a origem das espécies, sejam elas humanóides, humanas ou alienígenas. O filme tenta falar da origem do “Alien”, bem como do humano, mas a infalível pergunta continua: afinal, quem criou a o Universo e tudo que nele existe? Sim, porque se o filme pretende afirmar que o humano foi criado pelos andróides, então voltamos à mesma: e quem criou o andróide? Acho que a própria Shaw coloca também essa questão num dos diálogos com o Charlie.

    Mais uma vez de acordo com a crítica do João.

    ***

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  9. E ainda: afinal, porque quererão sempre os humanóides, alienígenas, extraterrestres, seja, destruir o Homem? Ele não faz mal a uma mosca, comparado com a ideia bélica, horrenda e destruidora com a qual os cineastas nos têm presenteado, ao longo destes anos (salvo algumas excepções como o ET e/ou Encontros do Terceiro Grau), nos seus filmes ficcionados sobre os mesmos, hum?! Não percebo, sinceramente! ;)

    ***

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