Com James McAvoy, Mark Strong, Andrea Riseborough, David Morrisey
“Welcome to the Punch” tem sido promovido como um filme de ação repleto de adrenalina, mas a verdade é que não cumpre aquilo que promete. Pelo menos não da melhor maneira, já que é um thriller policial perfeitamente banal. Um thriller com alguns momentos interessantes e com personagens multidimensionais, é certo, mas ainda assim um thriller banal e olvidável. A sua narrativa dá-nos a conhecer a acesa rivalidade entre dois homens de mundos opostos: Max Lewinsky (James McAvoy) e Jacob Sternwood (Mark Strong). Lewinsky é um agente da autoridade que vive obcecado com a detenção de Sternwood; Sternwood, por sua vez, é um criminoso que passa a vida a escapar por entre os dedos de Lewinsky. Alguns anos após um confronto entre ambos que deixa Lewinsky a mancar de uma perna para o resto dos seus dias, Sternwood (agora refugiado e reformado do mundo do crime) recebe a notícia de que o seu filho se meteu em apuros. Como tal, decide regressar a Londres para tentar salvar o rebento da terrível embrulhada. Mas isso acarreta problemas porque Lewinsky continua no seu encalço e não dá sinais de desistir da sua obsessão…
Pode dizer-se que Eran Creevy é um novato nestas andanças, pois esta é apenas a sua segunda longa-metragem enquanto realizador. E a sua inexperiência faz-se notar em alguns aspetos. “Welcome to the Punch” tem um visual convincente, apresentando cores frias e cinzentas que se adequam na perfeição ao espírito da película. Tem também uma aura de filme policial urbano muito bem conseguida, presenteando-nos com personagens credíveis e até mesmo arrepiantes, embora um pouco estereotipadas em alguns casos. O problema é que a ação não é tão assombrosa quanto nos é prometido e a própria narrativa é desprovida de entusiasmo, assemelhando-se a um vórtice que está sempre a rodopiar em torno dos mesmos assuntos. A rivalidade entre os dois protagonistas apimenta um pouco as coisas e tanto McAvoy como Strong estão ao nível das suas reputações. Porém, alguns acontecimentos não são tão credíveis quanto isso, o interesse pela história vai-se evaporando com o desenrolar dos minutos e a previsibilidade toma conta das operações sobretudo no último ato. McAvoy e Strong prendem a atenção da audiência até ao fim porque são excelentes atores e porque as suas personagens são genuínas quanto baste para que gostemos delas. Mas fica a ideia de que “Welcome to the Punch” pouco ou nada teria para oferecer sem estes dois protagonistas, afirmando-se em última análise como um thriller menor e desprovido de chama, muito embora reflita sobre a moralidade que impera na sociedade e levante questões pertinentes.
Classificação – 2,5 Estrelas em 5
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