O Festival de Cannes 2013 abriu oficialmente com a exibição de “The Great Gatsby”, um filme de Baz Luhrmann que dá ao clássico literário de F. Scott Fitzgerald um toque extra de glamour, no entanto, esta longa-metragem não conseguiu convencer o exigente público de Cannes que, pelos vistos, já está a descrever “The Great Gatsby” como um dos piores filmes de abertura deste prestigiado certame.
A Competição da Secção Oficial e da Secção Un Certain Regard começou oficialmente a 16 de Maio. Os dramas “Jeune & Jolie”, de François Ozon (França) e “Heli”, de Amat Escalante (México) foram os primeiros títulos da Secção Oficial a serem exibidos em Cannes e ambos tiveram receções positivas por parte da crítica e público. A produção mexicana foi particularmente bem recebida, já que foi classificada pela maioria da imprensa como um drama humano bastante negro que, embora não seja fácil de acompanhar, consegue levar-nos numa extraordinária viagem dramática. “Jeune & Jolie” também conseguiu muitas críticas positivas por parte da imprensa europeia, que elogiou o seu corajoso argumento que acompanha o quotidiano de uma prostituta de luxo de apenas dezassete anos, cuja vida sofre uma inesperada reviravolta quando os seus pais descobrem o que ela faz para ganhar a vida. A Secção Un Certain Regard abriu com as exibições de “The Bling Ring”, de Sofia Coppola (EUA) e “Fruitvale Station”, de Ryan Coogler (EUA), dois thrillers dramáticos que tiveram reações mistas por parte do público do festival. Tal como aconteceu no Festival de Sundance, o estreante Ryan Coogler e o seu “Fruitvale Station” foram muito bem recebidos em Cannes. A poderosa e simpatética trama desta produção caiu muito bem junto da crítica europeia, que já não hesita em considerar “Fruitvale Station” um dos melhores filmes indies norte-americanos deste ano. Já “The Bling Ring” teve uma reação mais mediana. O novo filme de Sofia Coppola não foi muito mal recebido, mas foi ainda assim considerado um filme frívolo e aborrecido que deverá estar entre os piores títulos deste ano da Secção Un Certain Regard.
Os primeiros problemas de segurança do Festival de Cannes apareceram na véspera do seu primeiro fim-de-semana. Para além de um grandioso furto de joias que ocorreu num hotel da região, Cannes foi abalada por um incidente de segurança que ocorreu quando um homem armado com uma pistola de alarme interrompeu, com dois disparos, a transmissão em direto de um telejornal que estava a ser transmitido desde o festival. Este incidente não provocou feridos e o homem acabou por ser detido. Para além destes eventos estranhos e violentos, Cannes acolheu a estreia mundial do drama iraniano “The Past”, o novo trabalho de Asghar Farhadi, o realizador do aclamado “A Separation”. Tal como o último trabalho de Farhadi, “The Past” está muito bem filmado e aborda uma trama familiar com intervenientes muito fortes. A crítica adorou esta obra, mas ainda não a colocou entre os favoritos à conquista da Palma de Ouro. O drama chinês “A Touch of Sin”, de Zhang Ke Jia, foi o outro filme da Competição Oficial a ser exibido no terceiro dia. Esta produção caracteriza-se pela sua brutalidade e pelo pessimismo do seu argumento que, segundo a crítica presente no festival, é corajosamente retratada por uma cuidada direção de Ke Jia. Na Un Certaim Regard foi dia da exibição de “Stranger By The Day”, de Alain Guiraudie e “Miele”, de Valaeria Golino.
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