Crítica - Turbo (2013)

Realizado por David Soren
Com Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Michael Pena, Luis Guzmán

Tal como a Pixar, a DreamWorks Animation também quis cruzar o mundo cheio de adrenalina das corridas de carros com o mundo cheio de fantasia dos filmes de animação e, após cinco anos de alguma incerteza, decidiu avançar finalmente com “Turbo”, um filme alegre mas tão inglório e tão mal aproveitado como as duas produções da mal-amada saga “Cars”/ “Carros” da Pixar Animation, que não ficam nada atrás desta mediana produção realizada por David Soren e idealizada por Darren Lemke, cuja história centra-se em Turbo, um caracol que sonha tornar-se o corredor mais rápido do mundo. A sua obsessão pela velocidade faz com que se sinta um peixe fora de água na lenta comunidade dos caracóis. Turbo deseja desesperadamente deixar para trás a vida calma e pacata em que vive, e o seu desejo pode realizar-se quando sofre um estranho acidente e adquire o poder da super-velocidade, algo que lhe permite embarcar numa extraordinária aventura para vencer os seus ídolos na corrida Indy 500.


É inegável que “Turbo” tem um certo apelo para as crianças, mas também é inegável que este seu público-alvo é bastante fácil de agradar, não sendo por isso de estranhar as reações positivas que esta obra tem obtido por parte dos espetadores mais novos, que parecem apreciar o seu visual colorido e o seu enredo de fácil entendimento que, embora permita divertir os mais novos, não parece ter a força necessária para convencer e cativar as restantes faixas etárias que, embora possam achar piada a uma ou outra sequência mais foliona, não sentiram grande atração pela leve jornada do sonhador caracol Turbo que, a dada altura, faz-nos lembrar uma variação algo barata e comercial do clássico conto da “Lebre e da Tartaruga”, já que aposta em vários estereótipos morais da velha guarda, como “Todos os Sonhos São Possíveis” ou “Nunca Desistam Das Suas Ambições”. Estas mensagens são importantes, mas já estão também muito gastas, no entanto, nunca poderei criticar um filme de animação por usá-las abundantemente já que são importantes para elucidar e educar as novas gerações sobre a importância da esperança ou da perseverança. O problema do previsível guião de “Turbo” é que não consegue ligar essas importantes mensagens morais a uma intriga minimamente apelativa e engraçada para todos os espetadores, já que falta à longa aventura do curioso protagonista alguma imaginação e espírito de inovação que a tornaria, sem dúvida, em algo mais do que uma história jovial e relativamente competente a nível cómico, mas sem qualquer sentido de aventura e excitação que não aproveita por isso ao máximo o potencial das suas divertidas personagens. Se apenas tivermos em conta os grandes filmes de animação norte-americanos que já estrearam este ano, então “Turbo” é indiscutivelmente a obra animada mais fraca desse lote, mas embora não tenha uma narrativa superior a “Monsters University”, “Epic”, “The Croods” ou “Despicable Me 2”, tem uma vertente visual igualmente atrativa que conseguirá entreter e alimentar os sonhos dos mais novos. 

 Classificação – 3 Estrelas em 5

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