Crítica - We're The Millers (2013)

Realizado por Rawson Marshall Thurber
Com Jennifer Aniston, Jason Sudeikis, Emma Roberts

Não se deixe iludir pelos divertidos e bem montados trailers de “We’re The Millers”, que promovem erroneamente este projeto como sendo uma comédia ritmada, arrojada e colorida. Este retrato parece cativante, mas não corresponde ao real valor desta mediana produção realizada por Rawson Marshall Thurber que, embora não seja tão medíocre como outros produtos semelhantes, junta-se ainda assim ao vasto grupo de comédias americanas que falham largamente as promessas feitas ao espetador pelos seus respetivos elementos promocionais que, neste caso concreto, conseguem iludir o público em relação a quase todos os seus componentes essências, exceção feita à performance coletiva de Jennifer Aniston, Jason Sudeikis, Emma Roberts e Will Poulter, os quatro protagonistas que, tal como os trailers indicam, têm performances absolutamente abismais e imaturas, que contribuem para deitar um pouco mais abaixo a já de si leviana narrativa desta produção, onde Jason Sudeikis veste a pele de David Burke, um pequeno traficante, cuja clientela inclui pessoas inofensivas que não acarretam muitos problemas, mas tudo isto se altera quando fica com uma avultada dívida com o seu fornecedor, e é forçado a importar clandestinamente, desde o México, uma avultada quantidade de narcóticos. Com a ajuda dos seus vizinhos: a stripper cínica Rose (Jennifer Aniston), o potencial cliente Kenny (Will Poulter ) e a adolescente problemática Casey (Emma Roberts), David elabora um plano complexo e aparentemente infalível que certamente acabará mal.


As medíocres performances de Jennifer Aniston em comédias fraquíssimas já não me surpreendem, como não devem surpreender todos aqueles que conheçam minimamente a carreira desta mediana atriz que, salvo uma ou duas performances menos más, já não tem um bom trabalho desde a série “Friends”, cujo último episódio foi exibido em 2004. Em “We’re The Millers”, Aniston tentou surpreender os seus fãs e críticos ao interpretar uma stripper rasca, mas serão poucos os espetadores que ficarão positivamente impressionadas com esta sua arriscada performance que, para além de provar que esta conhecida quarentona ainda é dona de um corpo esbelto, ajuda, sobretudo, a evidenciar o perturbador nível de imaturidade e conteúdo sexual que reina nesta comédia, cujo enredo teima em apostar em situações sem piada, personagens muito estereotipadas e conversas pouco coesas que realçam o lado mais leviano e ridículo desta comédia que, minuto sim, minuto não, põem à prova a sensibilidade moral e sexual do público. Tal como Aniston, Sudeikis, Poulter e Roberts têm três performances medianas na pele de três personagens provocativas, que muito dificilmente conseguirão arrancar gargalhadas ao público com as peripécias em que se envolvem, e que incluem, por exemplo, uma série de mal entendidos com alto teor sexual e baixo teor cómico, que vão surgindo no meio de uma intriga com muito problemas de coerência, ritmo e eficiência. É esta clara ausência de humor e destreza narrativa que mais se destaca neste fraco produto cómico, que não fica nada atrás do baixo nível apresentado pela maior parte das comédias juvenis propositadamente imaturas, no entanto, importa ressalvar que “We’re The Miller” é mau, mas não é tão mau como certos ridículos e recentes projetos (nada) cómicos americanos, como “Grown Ups 2”. 

 Classificação – 1,5 Estrelas em 5

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3 Comentários



  1. Família do Bagulho não é mais um besteirol americano, definitivamente. A comédia, que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (27), é inteligente e com um humor baseado no constrangimento dos personagens. E diverte.

    Estrelada por Jason Sudeikis e Jennifer Aniston, a produção surpreendeu em sua estreia nos Estados Unidos. Ficou apenas atrás da superprodução Elysium no fim de semana de seu lançamento. Com orçamento modesto, a arrecadação inicial de bilheteria já cobriu os custos da produção.

    O filme consegue arrancar muitas risadas da plateia com um tipo de humor raro. Pode ser comparado a Se Beber não Case pelo estilo das piadas. Com leveza, a comédia também mostra que a felicidade de viver em família pode ser muito mais prazerosa que a vida solitária.

    Vivido por Jason Sudeikis, David é um pequeno traficante que vende maconha dentro de seu apartamento. Após ser roubado e perder tudo, o protagonista é obrigado a buscar toneladas da erva ilegal no México a mando de seu fornecedor e chefe do tráfico.




    Para disfarçar esse contrabando, David tem a ideia de montar uma família de mentira para a viagem. Ele recruta a stripper Rose (Jennifer Aniston) e o garoto Kenny (Will Poulter), que moram em seu prédio. A menina delinquente Casey (Emma Roberts), que vivia na região do condomínio, também é chamada.

    Aniston está sublime no papel da stripper Rose. Ela consegue transmitir sensualidade e, ao mesmo tempo, sensatez para “comandar a família”. Jason Sudeikis interpreta um cara bem humorado que acha que pode resolver tudo, mas se vê perdido em situações de extremas, protagonizando cenas hilariantes.



    Os “filhos” Casey e Kenny também são responsáveis por muitas gargalhadas. A primeira por ser radical e rude. O outro é justamente o contrário, um menino virgem e inocente. Uma das situações mais constrangedoras é quando a família do bagulho encontra uma família de verdade. Eles fazem de tudo para parecer o mais natural possível, mas, com isso, acabam ficando mais encabulados ainda.

    Dirigido por Rawson Marshall Thurber, Família do Bagulho também é provida de cenas de besteirol, como toda comédia deve ter. A diferença é que não chama atenção por isso. A sagacidade dos diálogos e a genialidade dos atores é o que marca. Em algumas situações, os personagens refletem uma identificação de como nós ficamos desconfortáveis em situações bizarras.

    A produção também traz o lado reflexivo. Um homem livre como David se vê muito mais feliz ao lado de uma família. Isso é evidenciado em várias partes do longa. A união do grupo acontece naturalmente por afetividade e a família acaba se esquecendo que estão juntos apenas para buscar o “bagulho”.

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  2. Joao Pinto o que é para o senhor um bom filme de comédia? dê exemplos??

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  3. Tem um erro feio nesta critica, a atriz é Emma Roberts e não Emma Stone como você coloco no texto!

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