Crítica - Riddick (2013)


Realizado por David Twohy 
Com Vin Diesel, Karl Urban, Katee Sackhoff 

 Se “Pitch Black” (2000) e “The Chronicles of Riddick” (2004) já não são grande coisa, então o que dizer deste enfadonho e banalíssimo “Riddick”, a terceira entrega live-action do fraquíssimo franchise “As Crónicas de Riddick”, que nunca conseguiu nem nunca conseguirá conquistar um lugar de mínimo destaque e qualidade dentro do género sci-fi, porque nenhuma das suas produções conseguiu, até ao momento, ultrapassar o limiar da vulgaridade. Esta terceira entrega é particularmente fraca, porque ignora por completo a visão política e a intriga bélica que marcaram presença em “The Chronicles of Riddick” e que, pese embora as suas inúmeras imperfeições, até conseguiram acrescentar uma certa dimensão a um projeto sem valor e com um guião muito básico que, no entanto, conseguiu afastar-se um pouco do ambiente previsível e repetitivo que marcou o primeiro filme, cujo terrível guião, que se prende desmesuradamente ao espírito de sobrevivência, foi agora replicado sem grandes alterações neste “Riddick”, onde o anti-herói Riddick (Vin Diesel) volta a ficar preso num planeta inóspito, onde terá de enfrentar e matar dois grupos distintos de mercenários e uma perigosa criatura alienígena.


No fundo, “Riddick” ignora a tímida visão política abordada em “The Chronicles of Riddick” e recupera o espírito de sobrevivência que marcou “Pitch Black”. Há portanto uma regressão de ideias e visões nesta terceira entrega que, ainda por cima, aposta numa intriga de sobrevivência ainda mais repetitiva, banal e superficial do que aquela que domina o guião de “Pitch Black”, onde pelo menos existem alguns momentos de incerteza e intensidade que incutem alguma vivacidade ao filme. Já em “Riddick” essas sequências são uma autêntica raridade, já que todo o filme é dominado por um sentimento de lentidão e aborrecimento que não nos leva a sentir a mínima curiosidade ou interesse pelo desenrolar do fraco jogo do gato e do rato que Riddick leva a cabo, numa primeira fase, com os mercenários e, posteriormente, com as criaturas alienígenas. Esta intriga está portanto desprovida de qualquer tipo de ação ou emoção, e acaba também por estar repleta de cenas gastas e sem energia que não passam de uma péssima repetição do que já foi feito, com um pouco mais de imaginação, em “Pitch Black”, cuja trama é levemente recordada em “Riddick” por intermédio de uma personagem secundária que tenta estabelecer uma tenebrosa e francamente idiota ponte narrativa entre os dois filmes, ponte essa que se revela tão inútil como o inconclusivo flashback inicial, que tenta explicar, sem sucesso, o que aconteceu a Riddick entre o fim do segundo filme e o inicio desta terceira entrega. Enfim, “Riddick” é um poço de repetições, clichés e opções duvidosas que culminam em mais um mau produto de uma saga já sem salvação, mas que pelos vistos ainda terá, pelo menos, um quarto filme live-action sem qualquer valor.  

 Classificação - 1 Estrela em 5

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6 Comentários

  1. Pitchblack é um péssimo filme? gostava que explicasses o porque...é um filme low-budget muito melhor do que muitos blockbusters de sci-fi que andam por ai

    valter

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  2. Enfim... É uma opinião como tantas outras e vale o que vale.A titulo de curiosidade no IMDB este filme tem a excelente pontuação de 7.0

    Felizmente não gostamos todos do amarelo!

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  3. Hoje ja Pitch Black é um filme ridículo? Sera que tambem era essa a tua opinião na altura?

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  4. É incrível, são raras as vezes que eu concordo com esse site. Mais uma vez, discordo totalmente! No início dos anos 2000 David Twohy criou uma pequena pérola de ficção científica que tinha como maior trunfo, o baixo orçamento fundido à uma boa ideia e um clima claustrofóbico fora do comum chamado Eclipse Mortal. Anos depois, agora com um orçamento inflado, ele fez a sequencia A Batalha de Riddick (2004) - um filme de ação fundido à ficção científica de visual bacana mas que já não tinha aquele frescor do filme original e o clima sombrio e claustrofóbico já não existia mais. Pois bem, vendo que sua sequencia era à baixo da média comparado ao original de 2000, David Twohy retorna à primeira fórmula e faz desse Riddick um filme sério, sombrio e modesto tão quanto o original! Se no original apenas era mencionado o quanto o personagem prisioneiro e assassino de Riddick era ameaçador, aqui o filme é basicamente feito para explorar isso do personagem. Não espere ver uma carrada de cenas de ação de tirar o fôlego para superar o filme anterior de 2004. Aqui é tudo bem dosado e o que vemos mais é um jogo bacana de gato e rato fundido com um clima tenso que faz desse filme um ótimo thriller de ficção científica. O que David Twohy errou em A Batalha de Riddick, acertou nesse Riddick! Vale lembrar que título melhor não poderia ter, já que o filme é todo dele! O filme deixou um gostinho de quero mais e eu ficaria feliz em ver mais uma sequência para fechar um quadrilogia!

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  5. Deve ser uma bomba, mais um daqueles filmes pra esquecer.

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  6. Deves ser um amante de SI-FI a valer de certeza! os 3 filmes são 3 pérolas a não esquecer!
    Se calhar.. deve faltar um romancinho... ou uma pitada de filosofia.
    Mas gostos não se discutem! cada um tem o seu!

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