Pérolas Indie - Insensíveis (2012)

Realizado por Juan Carlos Medina 
Com Àlex Brendemühl, Tómas Lemarquis, Ilias Stothar 
Género - Thriller

Sinopse - No início da Guerra Civil Espanhola, um grupo de crianças insensíveis à dor é encerrado num sanatório no coração dos Pirenéus. No presente, o brilhante neurocirurgião David Martel (Àlex Brendemühl), descobre que padece de um tumor e só um transplante de medula óssea proveniente dos seus pais biológicos, que nunca conheceu, o poderá salvar. Em busca pelas suas origens, David irá desvendar inesperadas ligações com um passado traumático. 

Crítica – Já passou com distinção pelos Festivais Internacionais de Cinema do Porto e de Estrasburgo, e agora prepara-se para ser um dos grandes destaques da Secção Serviço de Quarto do MOTELx 2013, onde se espera que “Insensibles” consiga encher as medidas dos apreciadores de thrillers que primem pela diferença. É precisamente por isto que este trabalho de Juan Carlos Medina é uma aposta a ter em conta, porque nos oferece um enredo bem montado, pensado e criativo que mistura, no seu núcleo, uma curiosa história dramática com alguns elementos dos géneros dos filmes de terror e ficção científica, entre os quais se destaca a subtrama relacionada com os “poderes especiais” derivados de alterações genéticas, que acabam por conferir à intriga central um certo ar de extravagância e engenho. Estas positivas características são largamente apreciadas no cômputo geral deste imaginativo produto que, para além deste importante detalhe, aposta em outros pormenores deliciosos que rodeiam a principal mais-valia do enredo, ou seja, o trágico e completo retrato pessoal que é feito da triste existência do incompreendido e psicopata Berkano, que engloba também uma pequena análise à personalidade do seu arrogante descendente que, por causa de um trágico capricho do destino, parte numa empolgante demanda para descobrir tudo o que consiga sobre as suas origens, algo que o leva a descobrir a verdadeira história do seu pai, que é retratado como um monstro insensível, tanto do ponto de vista físico como mental. O final de “Insensibles” prima pelo suspense, que embora esteja sempre presente ao longo do filme, faz-se sentir um pouco mais nos minutos finais desta produção ibérica, que no final acaba por deixar algumas dúvidas pertinentes na nossa cabeça. A juntar a um guião completo e com uma agradável dose de suspense, “Insensibles” conta também com um elenco de valor, onde se destacam as performances do jovem Mot Harris Dunlop Stothart, ou do competente Àlex Brendemühl. A direção de Juan Carlos Medina também é muito competente, já que ajuda a conferir um toque extra de escuridão e mistério a este supra-sumo cinematográfico de origem espanhola (com ajuda financeira portuguesa), que promete marcar presença na lista dos melhores filmes do género que já passaram ou ainda vão passar, este ano, pelas salas de cinema portuguesas.

Classificação - 4 Estrelas em 5

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7 Comentários

  1. Filme lindo, maravilhoso, sensacional!!!

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  2. Perdi o sono, 3:00hs! Estou procurando de quem é o roteiro!
    Jeff.som@live.com

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  3. Olá, João :)

    Vi o filme, gostei. Nada de extraooooordinário, mas gostei! Diferente dos "thrillers" habituais, com um enredo quase, quase coerente, porquanto resta a dúvida do porquê de eles serem insensíveis à dor e com tendência para agirem como demónios? Mutações genéticas, aquelas que se diz terem acontecido no mundo hitleriano?! Outra dúvida, talvez de pouca monta, mas cá vai ela: de quê que ele se alimentava, enquanto na cela e após todos terem desaparecido?

    "Keep up the good work…" ;)

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    1. A ultima pergunta também ficou na minha cabeça mal vi a cena, bem é um daqueles mistérios cinematográficos :)

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  4. Sério mesmo que alguém achou esse filme, no mínimo, interessante?
    Eu achei tudo muito ruim, descabido. Uma forma boba de "amarrar enredo". O protagonista arma uma força tarefa desnecessária, sem sentido e as revelações que ele descobre só me fizeram rir. Sei que gosto não se discute, mas esse filme foi um dos piores que já assisti.

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