Top 10 - Filmes de 2013

O ano está quase a terminar e chegou por isso a altura de escolher aqueles que foram, no meu entender, os Melhores Filmes de 2013. Eu relembro que esta lista versa apenas sobres os filmes que estrearam nas salas de cinema portuguesas entre Janeiro e Dezembro de 2013, não estando por isso incluídos os filmes de 2013 que vão estrear em 2014, ou os filmes de 2013 que nem sequer vão passar por cá.

1º - A Vida de Adèle 

Não há volta a dar, "A Vida de Adèle" foi o melhor filme do ano. Quando venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes em Maio, "A Vida de Adèle" saltou quase de imediato para a minha lista de filmes a não perder. Uns meses mais tarde, quando tive finalmente oportunidade de o ver, fiquei absolutamente maravilhado. As minhas elevadas expetativas foram imensamente superadas pela grande beleza deste épico romântico feminino que é, sem dúvida, um filme completamente diferente da maioria. É belíssimo e emocionante. É difícil de o descrever por ser tão bom e cativante, por isso o maior elogio justo que lhe posso fazer é colocá-lo no topo da lista das melhores longas-metragens do ano. É um título justo que "A Vida de Adèle" merece sem qualquer contestação.

2º - Frances Ha

A simplicidade de "Frances Ha" é contagiante. Este projeto de luxo que Noah Baumbach criou em parceria com Greta Gerwig é irrepreensível de um ponto de vista técnico e narrativo. A sua qualidade não se mede apenas pela inteligência simplista do seu guião, mas também pela inerente qualidade que o talento de Baumback e Gerwig conferiram a esta produção ligeira mas completamente viciante. No fundo, "Frances Ha" foi o miminho mais doce do ano. 

3º - Blue Jasmine

Já desde o magnífico "Match Point" que Woody Allen não me conseguia cativar tanto com um dos seus projetos. Na linha de "Annie Hall, "Manhathan" e "Match Point", "Blue Jasmine" é claramente um dos melhores filmes da consagrada carreira deste cineasta, que nos consegue deixar estonteados com este fantástico "Blue Jasmine", uma dramédia intensa do ponto de vista emocional que nos prega de tal forma ao ecrã que nunca conseguimos desviar o olhar do grande desastre que é a vida da protagonista, que é interpretada de forma divinal pela fabulosa Cate Blanchett.

4º - A Caça

A par de "The Broken Circle Breakdown" e "La Grande Bellezza", o drama "A Caça", de Thomas Vinterberg, é um dos principais filmes europeus do ano e um dos grandes candidatos ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. É claro que o título de Melhor Filme Europeu de 2013 está reservado para "A Vida de Adèle", mas acreditem que "A Caça" não fica muito longe do trabalho de Abdellatif Kechiche. Este poderoso thriller dramático deixará qualquer um fascinado com a sua intriga social, que consegue explorar os meandros nefastos dos rumores e da ausência objetiva de justiça numa sociedade que, cada vez mais, privilegia o preconceito em detrimento das provas. É forte, mas é deliciosamente cativante.

5º - Mud

Já sou um fã confesso do jovem realizador Jeff Nicholls, que num passado recente deslumbrou-me com "Take Shelter" e "Shotgun Stories", tendo agora conseguido repetir a proeza com "Mud", uma espécie de drama romântico incrivelmente inteligente que nos transporta para uma bela dimensão de contrastes emocionais que, dificilmente, passarão ao lado de quem veja e aprecie este grande filme que merecia, sem dúvida, um pouco mais de sorte. 

6º - Silver Linings Playbook

É daqueles filmes que quase toda a gente gosta, apesar de poucos o considerarem um grande filme. Eu vejo-o como um projeto divertido, mas também como uma produção de excelência, não só porque está muito bem feito e é muito bem representado, mas sobretudo porque dá um grande toque de qualidade às comédias românticas. É preciso alguma genialidade para transformar um filme com um guião tão simples dentro de um género tão básico num dos projetos mais interessantes e aclamados de 2012, pois bem, foi precisamente isso que David O. Russell conseguiu fazer.

7º - Before Midnight

Era complicado pedir mais da muito esperada conclusão da trilogia romântica já composta por "Before Sunset" e "Before Sunrise". O terceiro capitulo da longa história romântica de Jesse e Celine (Ethan Hawke e Julie Delpy) é um misto de emoção e drama real que, simplesmente, não estava tão presente nos outros dois capítulos, talvez porque estes apostem mais no crescimento da relação, ao passo que este terceiro filme explora o apogeu e quase destruição da mesma. É sempre um magnífico prazer seguir os grandes diálogos de "Before Midnight" e colocá-los em pleno contexto com o que se passou nos outros dois filmes que, tal como este, evidenciam uma grande química entre os dois protagonistas, que contribuíram decisivamente para transformar toda a trilogia numa obra de relevo.

8º - O Desconhecido do Lago

É complicado descrever a beleza e a atração de "O Desconhecido do Lago". Embora seja de elogiar o facto de nunca ter medo de ultrapassar as fronteiras do pudor, não é por isto que este belo thriller romântico de Alain Guiraudie é um dos grandes filmes do ano. É tudo uma questão de sentido e valor, já que tudo neste filme emana uma qualidade impressionante. 

9º - O Passado

Com "Uma Separação", Asghar Farhadi superou todas as nossas expetativas e, agora, quase três anos após a estreia desse projeto memorável, Farhadi regressou em grande às salas de cinema portuguesas com o soberbo "O Passado", que embora não seja tão proeminente como "Uma Separação", consegue também abordar grandes dramas humanos e íntimos que aguçam o nosso apetite. 

10º - Gravity/ Django Unchained

Não consegui escolher entre "Gravity" e "Django Unchained" porque ambos marcaram, à sua maneira, o ano cinematográfico para os portugueses. Os dois são projetos muito peculiares, que não se destacam propriamente pelo nível do seu guião, mas sim por tudo o que a sua experiência cinematográfica envolve. Em "Django Unchained", Quentin Tarantino apresenta-nos uma experiência dura mas altamente deliciosa que nos faz vibrar do início ao fim, já Alfonso Cuarón transformou "Gravity" num filme único que, graças à sua categórica componente técnica, consegue dar ao espetador uma experiência sufocante e única dentro de uma sala de cinema. Estes dois filmes são, portanto, muito bons e verdadeiros exemplos de inovação dentro da arte de entreter.

Guilty Pleasure - Paixões Proibidas

Este ano decidi não incluir as já tradicionais Menções Honrosas, mas sim uma nova categoria intitulada Guilty Pleasure, que se refere ao filme que mais me prazer deu ver, apesar de não o encarar como um filme fantástico. Em 2013, esse filme foi o drama "Paixões Proibidas"/ "Adore", uma soberba história de amor proibido que me cativou imenso e que, ainda hoje, não me importo de ver outra vez. Pode não ser brilhante, mas é, ainda assim, muito bom. 

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1 Comentários

  1. Olá João!
    Adorei sua lista! Completamente inesperada. Fiquei muito feliz com a presença de 'Mud', que também tem lugar garantido na minha.
    Só uma ressalva. Até compreendo o motivo do seu guilty pleasure do ano, mas trata-se de um novelão bem ruim...
    Abs!!!

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