Crítica - Big Bad Wolves (2013)

 
Realizado por Aharon Keshales e Navot Papushado 
Com Lior Ashkenazi, Tzahi Grad, Rotem Keinan 
Género - Ação/ Thriller

Sinopse - Uma série macabra de homicídios infantis coloca as vidas de três homens em rota de colisão: o pai da vítima mais recente agora em busca de vingança, um inspector da polícia vigilante com métodos fora dos limites da lei e um professor aparentemente pacato mas que é considerado pelos dois homens como o principal suspeito dos homicídios. 

Crítica - Em 2011, Aharon Keshales e Navot Papushado vieram pela primeira vez a Portugal para participarem no FantasPorto com o seu primeiro filme, o thriller "Rabies"/ "Kalevet", que nesse ano acabou por ser uma das grandes surpresas deste famoso certame portuense, tendo mesmo arrecadado o Prémio da Crítica. Esta promissora dupla israelita regressou, este ano, ao FantasPorto para apresentar o seu novo projeto, o thriller "Big Bad Wolves", que antes da sua passagem pelos ecrãs do Teatro Rivoli, recebeu um dos maior elogios que se pode receber nesta indústria por parte do consagrado realizador Quentin Tarantino, que o considerou um dos melhores filmes de 2013. As expetativas para o ver no FantasPorto não poderiam por isso ser mais elevadas, já que após o sucesso de "Rabies", esperava-se que Keshales e Papushado conseguissem caprichar ainda mais no seu segundo filme, que após obter muitos elogios no Festival de Sitges e de ter conseguido entrar na lista dos melhores filmes do ano de Quentin Tarantino, chegava agora a Portugal rodeado de aplausos. Pois bem, "Big Bad Wolves" não desiludiu, mas também não entusiasmou.
É certo que estamos perante um grande thriller independente que joga, incessantemente, com o humor e com a violência, mas confesso que esperava algo de mais forte e substancial da sua intriga, que embora suporte uma certa dose de suspense até à última cena, acaba por nos oferecer menos de tudo aquilo que estávamos à espera, ou seja, embora tenha alguma dose de violência fortuita e macabra, como se pode comprovar, por exemplo, por algumas das suas sequências de tortura, "Big Bad Wolves" acaba até por ser um projeto bastante manso e contido neste aspeto. No fundo, Keshales e Papushado apostam um pouco mais na violência psicológica relacionada com a simples ameaça de tortura e com o perplexo jogo de vontades e dúvidas que se estabelece entre os três protagonistas, atirando assim um pouco para segundo plano uma violência mais gore que, ainda assim, aparece em algumas partes mais aguerridas do filme que, como já referi, são mais escassas do que aquilo que os seus diversos elementos promocionais nos levam a crer.
O argumento em si, apesar de apostar num jorro incerto de suspense e num apelativo humor negro, está longe de ser algo extraordinário. A sua parte inicial e a sua parte final são até bastante competentes na forma como começam e terminam o filme, mas tudo o que se encontra pelo meio fica um pouco àquem do que se esperava, chegando mesmo a torná-lo um bocadinho parado de mais, no entanto, não tenho nada de muito grave  a apontar aos objetivos centrais deste projeto, que acabam por ser parcialmente cumpridos, apenas acho que Keshales e Papushado poderiam ter sido, quem sabe, um pouco mais ambiciosos em certas partes, no entanto, a sua direção tem boas mais valias que dão azo a partes e sequências muito bem conseguidas, como por exemplo, o prólogo e a surpreendente conclusão. 

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Você dá "4" para "Boyhood", um filme em que todos com quem falei e que viram até agora — exceto o senhor, claro — acharam lento e chato, um filme onde a Arquette é ela mesma, ou seja, a eterna "dona de casa", a eterna "Medium" e diz que "Big Bad Wolves" não é tão divertido assim ? putz ! sinceramente...vale mesmo o ditado , perdoe a grosseria, mas é verdade : "gosto é igual a c#% , cada um tem o seu".

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