Crítica - Heaven is For Real (2014)

Realizado por Randall Wallace
Com Greg Kinnear, Kelly Reilly, Connor Corum

É crente na fé cristã? Então acredito que “Heaven is For Real” poderá até tocar levemente o seu coração, mas mesmo para os mais religiosos, esta adaptação cinematográfica de um homónimo best-seller literário extremamente polémico, não é um daqueles poderosos filmes, quer a nível espiritual, quer a nível humano, porque embora passe uma mensagem potencialmente curiosa referente à crença na vida após a morte, toda a montagem e exploração desta componente espiritual carece de uma forte envolvência psicológica, humana e religiosa. Esta obra traz portanto para o grande ecrã a história verídica de um pai, residente numa pacata vila, que luta para encontrar a coragem e a convicção necessárias para partilhar a extraordinária experiência do seu filho com o mundo, experiência essa capaz de mudar a vida de qualquer um. 


Para mim, “Heaven is For Real” não me desiludiu nem me maravilhou. É um drama familiar de cariz cristão extremamente banal que, por vezes, chegou a provocar-me uma incontrolável sonolência, já que se há coisa que este projeto não tem é um ritmo que consiga cativar a atenção do espetador. A história que é explorada é francamente dúbia, mas não duvido que poderá tocar os corações dos apologistas da crença e da fé, mas sem claros exageros, já que mesmo para este púbico especifico, “Heaven is For Real” não passará de uma obra simples e sem grande qualidade que, pese embora a sua mensagem potencialmente moralizadora, acaba por alicerçar todo o melodramatismo familiar presente no seu guião em estereótipos sem qualquer valor. Se os mais religiosos podem-se sentir assim, então pode imaginar como é que se poderão sentir todos aqueles que não têm uma crença específica. 
Para culminar, “Heaven is For Real” não beneficia de um bom elenco. À exceção do jovem Connor Corum, que realmente tem uma performance muito engraçada na pele de Colton Burpo, o grande foco de interesse do projeto, todos os outros atores pouco fazem para justificar o seu ordenado. Neste campo negativo, tenho que destacar a prestação de Kelly Reilly, que após ter dado um ar de sua graça em “Flight”, apresenta um trabalho desprovido de qualquer emoção ou sentido prático, quer para o argumento, quer para a sua própria personagem. É impossível portanto, para um espetador não religioso e, arrisco dizê-lo, até para um religioso, apreciar este drama que, tal como já se esperava, pouco acrescentará à vida de quem o veja. 

  Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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