Pérolas Indie - A Lancheira (2013)


Realizado por Ritesh Batra
Com Irrfan Khan, Lillete Dubey
Género - Romance

Sinopse - Um erro no usualmente eficaz serviço de entrega de lancheiras provoca a relação entre Ila Vaid, uma jovem mulher desprezada, e Saajan Fernandes, um homem perto da idade da reforma. Por via destas lancheiras, ambos iniciam uma correspondência e começam a sonhar com outra vida.

Crítica - Uma das grandes surpresas positivas de 2013, "A Lancheira" é uma produção indiana muito agradável que, sem apostar num conteúdo largamente original, consegue cativar o espetador com todos aqueles sentimentos positivos de esperança, romance, naturalidade e prazer que, supostamente, devem fazer parte da espinha dorsal de qualquer romance que se preze. É porque nada neste filme é complexo, sendo sempre tudo muito simples e até supostamente previsível, mas a forma como a sua intriga é explorada transforma estas simples características em pontos positivos, porque embora saibamos, quase desde o início, para que conclusão é que a história se encaminha, acabamos sempre por ser surpreendidos com pequenos volte faces extremamente deliciosos e tocantes que apimentam ainda mais o espírito romântico e dramático desta obra, que também nunca se afasta muito de uma poderosa ideia de realismo, porque embora "A Lancheira" não seja baseada em nenhuma história real, existe sempre um pronunciado sentimento de que a sua história poderia fazer parte da vida real. 
A sua última parte é dominada por um semblante um pouco mais dramático que romântico, porque é nesta sua parte final que são exaltados vários pontos culturais e morais bastante importantes, como as especificidades familiares da cultura indiana, os complexos relativos aos defeitos particulares, os problemas inerentes à perda de auto estima e as questões relativas à aproximação de duas pessoas de dois mundos completamente diferentes. É claro que antes destes temas surgirem, "A Lancheira" passa por um período mais romântico e doce, onde os dois protagonistas desenvolvem uma curiosa interacção indireta por intermédio de apaixonantes bilhetes e impressões culinárias, que puxam por elementos de grande paixão e prazer que alicerçam com grande força e carisma a proximidade entre duas personagens bem particulares e de lados opostos da vida que, por força da sorte e da comida, ficam presos um ao outro por um laço repleto de química e paixão. Esta primeira parte é, portanto, o ponto mais simples, romântico e magnético desta obra, que embora fique um pouco mais pesada na sua última parte, consegue sempre manter um espírito de leveza romântica que mantém o espetador agarrado à sua trama até às suas sequências finais, que fogem dos estereótipos e chegam mesmo a surpreender, porque embora conduzam a um desfecho previsivelmente positivo, não são de todo objetivas. O que é certo é que, tanto no final como no início, a mensagem central de "A Lancheira" mantém-se sempre fiel aos princípios românticos que orientam a sua essência narrativa, que nos mostra que, apesar de todas as condicionantes que a vida traz a cada um, duas pessoas completamente diferentes podem ficar juntas. 
É talvez por ser um filme assim tão apaixonante que "A Lancheira" conseguiu tornar-se num sucesso global de vendas, porque embora seja um filme de origem indiana, não há dúvidas que este projeto aposta numa história universal de respeito, amor e química, que puxa ainda por deliciosas imagens gastronómicas que abrilhantam ainda mais um guião simples mas já de si sentimentalmente positivo e explosivo.

Classificação - 4 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. A Lancheira: 5*

    Este filme é fantástico, tem um enredo perfeito e ainda um elenco grandioso.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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