Crítica - Transformers: Age of Extinction (2014)

 
Realizado por Michael Bay 
Com Nicola Peltz, Mark Wahlberg, Brenton Thwaites 

Se alguém espera, por esta altura do campeonato, um filme da saga “Transformers” que não seja semelhante ao que nos é apresentado em “Transformers: Age of Extinction”, então só posso presumir que não esteve atento aos três produtos anteriores que, com mais ou menos atributos, pouco mais oferecem que o espetáculo visualmente impactante de explosivas sequências de ação encabeçadas por robots gigantes com exoesqueletos cromados que dominam, do principio ao fim, esta quarta entrega de um franchise que, característicamente, sempre se pautou por uma previsível onda de ação vazia mas comercialmente muito visual.


O guião é, outra vez, o que menos importa nesta nova entrega sem nada de novo para oferecer mas que, ainda assim, aparece com um certo perfume de novidade, já que serve como reboot da saga e, simultaneamente, como o primeiro filme de uma nova trilogia encabeçada por novas personagens humanas: o mecânico Cade Yeager (Mark Wahlberg) e a sua esbelta filha Tessa Yeager (Nicola Peltz) que, cinco anos após os explosivos eventos de “Transformers: Dark of the Moon” (2011), aliam-se inesperadamente ao foragido Optimus Prime para defrontar, uma vez mais, os malignos Decepticons e enfrentar, em simultâneo, os poderosos e gananciosos homens que perseguem os Autobots e que conseguiram virar a Humanidade contra eles. Tal como já referenciei, “Transformers: Age of Extinction” não foge à tradição implementada pelos seus três populares antecessores e também aposta num guião descoberto de significado, contexto ou competência, mas esta pequena descrição negativa só é novidade para quem não conheça o calibre dos produtos anteriores. O que é certo é que, mais uma vez, pouca história existe num projeto deste franchise. A que existe limita-se apenas a explicar mal alguns pontos objetivos e a ligar sem grande lógica algumas ideias importantes que permitem, assim, justificar ou aprofundar muito levemente os explosivos eventos e confrontos que vão tendo lugar no grande ecrã, no entanto, apesar de existir um certo mínimo garantido de raciocínio, não se pode dizer, como é óbvio, que este guião seja minimamente completo ou responda, sem grandes rodeios ou sentido objetivo, aos principais desafios de uma história já de si pouco cerebral e desafiante. O que se pode dizer é que “Transformers: Age of Extinction” segue portanto a fórmula já clássica dos vilões poderosos e mesquinhos contra os heróis repletos de espirito mas sem capital bélico, cujo confronto acabará, como já se sabe, com o mesmo género de resultados e lições de morais das entregas anteriores, faltando pelo meio todos os pormenores que poderiam fazer de “Transformers” um franchise comercial mas, pelo menos, minimamente interessante.

   

O que vale a pena aqui, como em qualquer outra entrega da saga, são os potentes efeitos visuais e sonoros que dominam toda a atenção do espetador. O responsável por esta apelativa componente técnica foi, mais uma vez, o megalomaníaco Michael Bay que, desta vez, caprichou ainda mais no exagero e na loucura computorizada ao apostar em ainda mais explosões descontroladas e na presença de robots mais imponentes e espetaculares, sendo de destacar, como é óbvio, a presença de robots dinossauros que levarão ao delírio os fãs deste género de blockbusters, já que “Transformers: Age of Extinction” foi mais longe do que todos os outros ao juntar o universo “Transformers” com o universo “Jurassic Park”. É neste ponto que tem que se dar o devido crédito às pessoas responsáveis por este blockbuster, porque embora esta componente seja claramente extravagante, frívola e exagerada, poucos serão aqueles que lhe ficarão indiferentes. E verdade seja dita que Michael Bay e a Paramount Pictures nunca tentaram esconder que “Transformers: Age of Extinction” é, apenas e só, um filme puramente técnico com muita ação e pouca história, aliás esta noção é espelhada pelos seus inúmeros matérias promocionais que fazem questão de mostrar e destacar, quase de forma exclusiva, as guerras e explosões que poderemos encontrar num filme que nada mais tem para oferecer. É claro que esta oferta está longe de ser cativante para quem aprecie um tipo de cinema que seja um pouco mais exigente, ou seja, para todos aqueles espetadores que não querem ou apreciem blockbusters direcionados apenas para a ação, no entanto, para quem goste deste tipo de filmes não restam dúvidas que “Transformers: Age of Extinction” é imperdível, como são aliás todos os outros filmes “Transformers”.

 Classificação – 1,5 Estrelas em 5

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3 Comentários

  1. Crítica bem construída e em tudo de acordo com o que penso sobre este blockbuster de verão.
    http://cinemamedicaldoctor.blogspot.pt/2014/06/transformers-age-of-extinction.html

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  2. Bravo bravo bravo!!! Isso sim é que é uma crítica de profissional,e fique sabendo que transformers é imune a críticas e que também essa crítica ficará imune a xingamentos, e quem xingá vai a merda. Só faltou avisar que 3D é bom, e eu confirmo, eu vi e considero o melhor do ano, vale a pena gastar um dinheiro a mais. O novo elenco agradou, talvez precisasse mesmo de uma renovação. Podem ver com toda a confiança, e não dê bola para a crítica negativa daqueles cornos arrombados, cofiem em si mesmos. Aguardo ansiosamente o seu lançamento em bluray 3D e sua merecida continuação.

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  3. Eu adoro os Transformers e toda a saga. Mesmo assim desiludi-me com o filme, em especial com a fraca metamorfose dos maus da fita.
    Não foi tão bom como o primeiro. No primeiro deram-se ao trabalho nos pormenores e houve uma espectacular conjugação da banda sonora com o filme. Neste não. Tenham paciência mas não!! Os primeiros filmes sejam quais forem, correm sempre bem porque é surpresa.
    Mesmo assim... esta foi a típica crítica da treta... Desisti de ler ao meio. Está sempre a repetir o conteúdo da crítica.
    Mesmo assim, é um filme que vale mesmo a pena ir ver ao cinema. É óbvio que tem efeitos especiais, pena não terem investido mais nas metamorfoses. Não precisamos de mudar o elenco, mas sim renovar o realizador! O Favreau seria ideal!!!

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