Crítica - Death Note (2017)

Crítica - Death Note (2017)


Realizado por Adam Wingard
Com Nat Wolff, Margaret Qualley, Keith Stanfield


Criado por Tsugumi Ohba, "Death Note" é uma das banda desenhadas japonesas (mangá) mais populares em todo o mundo. Os seus doze volumes acompanham a demanda de Light Yagami, um brilhante estudante que, por acaso, descobre o Death Note, um livro mágico e bastante perigoso que dá ao seu proprietário a possibilidade de matar qualquer pessoa, bastando para isso escrever o seu nome numa das suas páginas. Ao aperceber-se do potencial deste poder, Light formula um plano para livrar o mundo do mal e transformar-se, ele próprio, num Deus impiedoso. Os seus planos maléficos só poderão ser travados por L, um brilhante detetive que se revela a única esperança da Humanidade contra a ambição desmedida de Light. 
O sucesso do mangá foi replicado pela sua adaptação televisiva (anime), que acabou mesmo por dar a "Death Note" uma outra dimensão mediática. Se o mangá já era um sucesso global de popularidade, então o anime quebrou todos os recordes de audiência e levou a intrigante trama criada por Ohba até aos quatro do mundo. Este gigante sucesso nestas duas frentes pode ser explicado pela genialidade de uma intriga sem grandes falhas óbvias, onde o duelo Bem vs Mal é explorado sobre uma nova e refrescante perspectiva que transcende vários géneros. 
É, por tudo isto, complicado de explicar como é que todas as suas adaptações cinematográficas têm sido um desastre. As já várias versões cinematográficas nipónicas falharam sempre na hora de convencer os fãs da saga, mas nem estas medíocres produções com todas as usas falhas técnicas e narrativas ficaram tão àquem das expectativas como a adaptação de "Death Note" produzida por Hollywood e exibida na Netflix
É verdade que o seu processo de produção foi muito acidentado e isto pode ajudar a explicar o seu desastre....Mas é incompreensível como é que o resultado final é tão fraco. É também verdade que a indústria cinematográfica nunca conseguiu (até à data) aproveitar o potencial e a qualidade do material de origem, mas como é que chegamos a versões tão más de uma história tão boa? Se no caso das obras nipónicas podemos culpar a excessiva banalização da trama, já na versão norte-americana temos que culpar o completo desrespeito dos seus guionistas para com a obra original. O suspense, o espírito e a poderosa essência dramática que brilham na história original não encontram qualquer eco no mediano thriller que manchou o catálogo da Netflix.
É difícil de explicar como é que o processo de adaptação correu tão mal, mas entre divergências criativas e divergências culturais certo é que o grande fio condutor original de "Death Note" perdeu-se nesta transposição...E o resultado final é uma versão sem alma ou brilho de uma história que, na sua versão original em papel, é uma das melhores deste século...

Classificação - 1 Estrela em 5

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