Especial MOTELx 2018 - Entrevista a Hugo Pinto, Realizador de Espelho Meu

No âmbito da antevisão ao MOTELx 2018, o Portal Cinema lançou um desafio aos realizadores das 12 curtas portuguesas a concurso ao Prémio de Melhor Curta de Terror Portuguesa do MOTELx 2018! O desafio consistia em responderem a uma pequena entrevista sobre o projeto a concurso, a sua carreira e, claro está, os projetos futuros. 11 dos 12 criadores aceitaram esta proposta e apresentamos agora o resultado final. Começamos com Hugo Pinto, realizador de “Espelho Meu”.


Sobre Espelho Meu



Realizado por Hugo Pinto com Cláudia Semedo, Catarina Lima e Rodrigo Soares com uma equipa de apenas 10 pessoas, “Espelho Meu” é uma história de (des)amor e vingança. Filmado no âmbito do 48hoursfilmproject/Lisboa, gravada em 48 horas desde a ideia inicial até à estreia passando por todos os passos (guião, fotografia, ensaios, filmagens, montagem), Espelho Meu” é um thriller moderno com tom teatral e um exercício de estilo que ganhou alma no ambiente frenético de rodagem do qual nasceu. 

Sinopse - Nas relações humanas os erros e desencontros pagam-se caro. O que é a traição e quais as suas consequências… Não há inocentes. Nem tudo é o que parece. Quem trai e quem é traído. Mariana é uma pintora que entra em colapso após uma relação mal resolvida. A sua espiral depressiva evolui para actos vingativos. Como se de uma pintura se tratasse, Mariana pinta com sangue a sua história de sofrimento. Todos vão pagar. De quem é a culpa? 



Entrevista a Hugo Pinto



1 – Antes de explorarmos um pouco o projeto que vem apresentar ao MOTELx 2018, gostaria que me falasse um pouco sobre o seu percurso profissional até ao dia de hoje. Qual a sua formação? E o que fez antes de começar a trabalhar neste projecto?

O meu percurso profissional esteve sempre ligado à televisão. Como freelancer passei pelos 4 canais existentes generalistas assim como a SportTV no cabo e os temáticos da TVI. O evento que mais destaco foi a participação na broadcast team do Euro 2004 realizado em Portugal. Entre videoclips e Institucionais, actualmente sou coordenador de edição de auto-promoções em todos os canais da TVI. O cinema sempre foi um sonho que realizei na altura certa e começa agora a tornar-se parte constante da minha realidade.

2 – Quais são as suas principais influências cinematográficas?

Desde pequeno que seguia a época de ouro de qualquer criança, os anos oitenta. Ainda hoje Spielberg, Scorcese, Zemeckis, Coppola, John Hughes, John Carpenter ou o Romero são as recordações da altura. Eu vejo tudo, oiço tudo. Estou sempre a mil. Uma música ou uma frase são o mote para uma história, um enquadramento ou um dialogo. Tudo é cinematográfico e tudo me inspira. Gosto da manipulação dos sentidos ao contar uma história. Faço o que me apetece. E divirto-me.


3 – Tem algum sonho/objetivo em particular que pretenda alcançar no mundo cinematográfico?

O objectivo é fazer a primeira longa. Dar esse passo e depois seguir em frente. Deixar histórias para os meus filhos. Divertir e divertir-me. O sonho foi a primeira curta TU que dediquei à minha mulher e que correu mundo quando eu pensava que só iria passar uma vez.
A maior parte das pessoas espera que tudo aconteça. Entram ás 9 depois do trânsito e saem às 17. Lá postam um pôr do sol de quando em vez no Instagram. É cansativo. Eu gosto dum livro do Pedro Paixão - Viver todos os dias cansa.
O sonho e objetivo ou é feito ou é realmente cansativo viver todos esses dias.
Fico feliz por dar pequenos e grandes passos que me realizam e gostava que o dia tivesse 48 horas. Para brincar mais ao cinema.



4 – O que o levou a criar “Espelho Meu”? O projeto final ficou como imaginou? E já agora como o descreve?

O “Espelho Meu” surgiu no 48 Hours Lisbon Film Project onde é dado aos participantes um tema e uma frase e tens 48 horas desde a primeira linha até estreares o filme no Cinema São Jorge. Parece dificil, mas não é. Se estiveres preparado consegues. E o “Espelho Meu” saiu duma rodagem muito exigente com uma equipa incrivel de apenas 10 pessoas onde cada uma deu todo o sangue que tinha para fazer a história que se imaginou.
É um filme de (des)amor , de vingança e nem tudo é o que parece. Há várias interpretações sobre a história. É teatral e muito bem escrito com exemplar mestria dos actores. A seleção no MOTELx prova a sua qualidade. 
Para mim é um filme sobre uma lágrima. E estou muito orgulhoso do trabalho final da Rute,Andreia,Cátia,Nuno,Carlos,Tiago,Semedo,Rodrigo,Catarina,Miguel e da Cláudia. Até da arte final do poster do Trindade estou imensamente orgulhoso. Um orgulho desta gente que se chega À frente. Orgulho deste filme.

5 – O que pode o espectador esperar e o que espera que ele sinta ao ver “Espelho Meu”? Tem alguma mensagem específica que lhe queira transmitir para o preparar para a visualização?

Espero que o espectador sinta as diversas emoções que passam em apenas 6 minutos. Que pense no que está a ver e ouvir. É amor o que está ali. 


6 – O que significa a presença da sua curta na Competição Oficial do MOTELx? E perante isto quais são as suas expectativas globais (quer no festival, quer posteriormente) para a mesma?

Sempre quis entrar no MOTELx. Com o meu primeiro projeto, “TU”, não concorri porque é um filme diferente. Experimental. Dançado. Este mandei porque a Rute (esposa e produtora ) pegou nele e mandou o questionário. Sempre achei que não é um filme de puro terror e que não seria aceite. Não pela qualidade (acredito no filme) mas pela temática. É um revenge film. Quando recebi o telefonema fiquei literalmente aos saltos. A história do “Espelho Meu” tem uma prequela e um final que não é contado em 6 minutos.Posteriormente já estamos a preparar um peça teatral onde com mais tempo podemos "brincar" mais com cada personagem. Terá a sua estreia em 2019. 


7 – E o que nos pode dizer sobre os seus projetos futuros? O seu futuro profissional passará por Portugal ou poderá haver uma aposta no estrangeiro?

O futuro ninguém sabe. Vou apostar no cinema. Onde quer que seja. Estou a preparar uma Curta escrita pela Andreia Azevedo Moreira intitulada "A Escritora" que contará a Dalila Carmo, o Afonso Pimentel e a Catarina Lima no elenco. O outro projeto em que estou a trabalhar, mas que não posso revelar já pormenores, é uma longa para 2020 chamada “Pouca Terra”.

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