Especial MOTELx 2018 - Entrevista a Patrícia Maciel, Realizadora de Moscatro

No âmbito da antevisão ao MOTELx 2018, o Portal Cinema lançou um desafio aos realizadores das 12 curtas portuguesas a concurso ao Prémio de Melhor Curta de Terror Portuguesa do MOTELx 2018! O desafio consistia em responderem a uma pequena entrevista sobre o projeto a concurso, a sua carreira e, claro está, os projetos futuros. 11 dos 12 criadores aceitaram esta proposta e apresentamos agora o resultado final. Segue-se uma entrevista com Patrícia Maciel, realizadora de “Moscatro”.

Sobre Moscatro



Entre todas as curtas a concurso, "Moscatro" apresenta a peculiaridade de ser a única baseada em factos reais! Protagonizada por Soraia Chaves, "Moscatro" promete comover e, acima de tudo, transportar o espectador para uma história intensa.

Sinopse - Moscatro, conta a história de Ana Lara, uma mulher que sofre de esquizofrenia. Entre a doença, a manipulação e o amor, Ana Lara vê-se envolta numa teia onde o caminho que percorre é a luta à sua própria fuga.



Entrevista a Patrícia Maciel



1 – Antes de explorarmos um pouco o projeto que vem apresentar ao MOTELx 2018, gostaria que falasse um pouco sobre o seu percurso profissional até ao dia de hoje. Qual a sua formação? E o que fez antes de começar a trabalhar neste projeto?

Licenciei-me em Comunicação Empresarial. Mudei-me para Berlim em 2007 e por lá fiquei quase sete anos. Foi quando realizei a minha primeira curta-metragem. Nunca tinha pensado em filmar fosse o que fosse, a escrita sempre foi um bocadinho tímida. Mas houve um momento em que pensei numa história e vi-a à minha frente, em imagens.
Pela primeira vez, escrevi, realizei e filmei. Também editei, o que foi um verdadeiro desafio. O resultado final não foi de todo o esperado mas o processo foi indescritível. E depois disso fiquei com uma vontade enorme de continuar.
Ainda em Berlim, trabalhei como programadora de curtas-metragens para o festival de comédia independente, ICoFF. Seguiu-se um workshop de escrita de guião pela Drehbuchschule Wolfgang Pfeiffer.
As artes performativas e dança foram desde sempre uma paixão. Quando regressei a Portugal, integrei o curso intensivo de dança e artes performativas do c.e.m, Centro em Movimento. Fiz também uns cursos de escrita criativa e conto.

2 – Quais são as suas principais influências cinematográficas?

Existem momentos, cenas, diálogos, fotografias, músicas que podem durar apenas segundos mas que nos tocam e perduram. Mas distingo dois realizadores cujos trabalhos são uma referência e inspiração: David Lynch e John Cassavetes.

3 – Tem algum sonho/objetivo em particular que pretenda alcançar no mundo cinematográfico?

Gostaria de continuar a contar histórias.


4 – O que o levou a criar “Moscatro”? O projeto final ficou como imaginou? E já agora como o descreve?

Moscatro faz parte de um guião que tenho vindo a desenvolver. E conta a história de Ana Lara, uma mulher que sofre de esquizofrenia. É uma história baseada em factos verídicos e Moscatro, é um episodio desse guião. 
A interpretação da Soraia é maravilhosa. O projecto final não ficou como imaginei inicialmente, de todo, e por vários motivos que acredito fazerem parte do processo, mas estou muito, muito  feliz com o resultado. E apenas tenho de agradecer à minha equipa que foi absolutamente incrível.
O filme não teve qualquer financiamento. Todas as pessoas envolvidas juntaram-se porque acreditaram no projecto. E eu, não tenho palavras para descrever o profissionalismo, carinho e apoio de toda a equipa.

5 – O que pode o espectador esperar e o que espera que ele sinta ao ver “Moscatro”? Tem alguma mensagem específica que lhe queira transmitir para o preparar para a visualização?

Se gostarem do filme fico super feliz. Se conseguirem sentir alguma coisa, seja o que for, isso, é uma vitória. Muitos são os filmes, cujos nomes não me recordo mas guardo na memória algumas das cores, interpretações ou planos. As sensações que me fizeram estremecer. No final, é isso que conta.

6 – O que significa a presença da sua curta na Competição Oficial do MOTELx? E perante isto quais são as suas expectativas globais (quer no festival, quer posteriormente) para a mesma?

Estou muito feliz por o filme ter sido seleccionado. Claro que desejo que seja aceite em outros festivais mas acredito que não seja um filme que percorra os circuitos mais tradicionais mas sim um pouco mais alternativos.

7 – E o que nos pode dizer sobre os seus projectos futuros? O seu futuro profissional passará por Portugal ou poderá haver uma aposta no estrangeiro?

Neste momento o meu desejo é terminar o guião que deu origem ao Moscatro. Estou a viver numa pequena aldeia em Moçambique e também outras ideias estão a surgir. Vou ver o que o tempo me diz.

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