Crítica - Blackkklansman (2018)

Realizado por Spike Lee
Com Adam Driver, Topher Grace, John David Washington

Numa época onde a Tensão Racial nos Estados Unidos da América está, surpreendentemente, em alta, “BlacKKKlansman” veio atirar anda mais lenha para a fogueira. Trata-se de um retrato de uma história verídica sobre um polícia afro-americano que se infiltra no Ku Klux Klan, na Década de 1970, de forma a evitar um ataque racial promovido por essa organização. 
 Embora a trama do filme remeta para uma época onde, supostamente, as diferenças raciais entre caucasianos e afro-americanos estavam mais vincadas e a tensão racial era maior, certo é que este filme se revela bastante atual. As suas mensagens sobre igualdade racial e a tensão que se levanta de ambas as partes é abordada com grande cuidado e atenção, algo que se valoriza já que felizmente “BlacKKKlansman” revela-se um filme racialmente neutro, porque tanto crítica as posições extremistas de brancos, como as dos afro-americanos. No fundo passa uma imagem de real equilíbrio e igualdade racial, aproveitando ainda para estender a discussão à religião, já que aproveita o facto da personagem de Adam Driver ser judia para mostrar que a igualdade vai muito além da etnia.


O melhor do argumento são precisamente as suas mensagens ideológicas e a forma como toda a questão racial é explorada. Mas já no que diz respeito às questões mais subjetivas e secundárias que rodeiam a investigação policial e até aos próprios eventos da mesma, já são se pode dizer que “BlacKKKlansman” seja assim tão acutilante. 
É aqui que o filme perde, porque embora tenha uma premissa avassaladora com poderosas bases morais, pode-se infelizmente concluir que o seu ameno desenvolvimento acaba por não aproveitar convenientemente essas características para produzir um filme completo, avassalador e prometedor do início ao fim. Falhou aqui um pouco de discernimento criativo é certo, mas ainda assim dificilmente se pode dizer que isto impeça “BlacKKKlansman” de criar  impacto junto do espectador. 
É porque pese embora as falhas que apresenta, estamos perante um bom produto de Spike Lee que, uma vez mais, denota a sua forte capacidade técnica. E Lee também soube escolher o elenco, já que se há uma coisa de positivo que se pode dizer do filme é que tem um grande elenco. A começar pelo surpreendente John David Washington, que demonstra que realmente pode vir a ser um ator a ter em consideração num futuro bem próximo.


Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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