Crítica - Hereditary (2018)

Realizado por Ari Aster
Com Toni Collette, Gabriel Byrne, Alex Wolff, Milly Shapiro

O ano de 2018 trouxe-nos boas obras de terror, como por exemplo o surpreendente blockbuster “A Quiet Place”. Mas esta obra de John Krasinski não foi a única a se destacar pela positiva, já que a par deste filme, muitos consideram a sensação indie “Hereditary” como um dos Melhores Filmes de Terror de 2018! 
Este filme de Ari Aster, que já se está a revelar um promissor talento do terror, foi aliás uma das primeiras boas surpresas do ano. A sua história de sucesso começou no Festival de Sundance e, desde essa promissora estreia, foi arrancando elogios atrás de elogios por todos os festivais e mercados por onde passou. Faltou-lhe uma nomeação aos Óscares para coroar o seu mérito, como aconteceu por exemplo com “A Quiet Place”, mas mesmo sem nomeações a grandes prémios, “Hereditary” conseguiu conquistar uma menção honrosa na história recente de Hollywood. 
Já que se puxou o tema dos Óscares, deve-se desde já deixar claro que se havia categoria onde “Hereditary” merecia ter conquistado uma nomeação era, sem dúvida, na de Melhor Atriz Principal. E tal nomeação seria para a brilhante Toni Collette. A veterana atriz apresenta-se aqui numa forma soberba e consegue acrescentar-lhe um excecional nível de tensão e dramatismo. Graças a um forte pulso dramático e uma impressionante dose de surrealismo, Collette brilha ao mais alto nível e incute a uma história já de si tensa, negra e bizarra um maior encanto paranormal!
Em “Hereditary”, Collette interpreta Annie, uma metódica artista que, após a morte da sua mãe, começa a viver um ciclo infernal repleto de tragédias e eventos inexplicáveis que culminam na revelação de segredos enigmáticos e aterradores sobre os seus antepassados.  Tal como se percebe, esta obra gira em torno do paranormal e, neste campo, presenteia-nos com um excelente exemplo de como este tema pode ser abordado com criatividade, excentricidade e surrealismo. Quase a lembrar-nos “The Witch”, outro sucesso recente do terror indie, “Herditary” brinca com o suspense, o paranormal e a extravagância com um primor incrível. 
Um dos principais valores do filme é, sem dúvida, a sua capacidade para surpreender e adaptar-se às surpresas que vai introduzindo! É porque embora pegue, ao longo do seu desenvolvimento, em vários pontos dispares e pormenores aparentemente sem relação entre si, certo é que, no final, é nos apresentado um filme bem montado e com sentido. Nada é abordado por acaso e tudo é trabalhado em prol de um resultado final de excelência. E assim se explica o seu desenvolvimento errático mas recheado de sentido, emoção e intenção.  Vemos assim que a sua primeira parte parece criar as bases para um certo tipo de filme, mas para surpresa de muitos, um incrível twist intermédio leva-o para outros caminhos bem mais tensos e visionários. O final não desilude e incute-lhe mais um twist fenomenal que é pautado por incríveis detalhes macabros que só lhe acrescentam mais gore e fulgor paranormal. 
Em várias fases, portanto, “Hereditary” brinda-nos com um mix entre vários graus de terror, mas sempre com uma ideia base no pensamento. É a junção entre esses graus e a sua junção num fio condutor de excelência que cria um resultado final fenomenal que arrepia, choca, surpreende e convence qualquer fã do género.

Classificação - 4,5 Estrelas em 5

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