Crítica - Extremelly Wicked, Shockingly Evil and Vile (2019)

Realizado por Joe Berlinger
Com Zac Efron, Lily Collins, Jim Parsons, John Malkovich



Seriam precisos vários filmes para relatar com o pormenor devido a vida e os macabros crimes de Ted Bundy, um dos serial killers mais famosos dos Estados Unidos da América. Desde a sua captura, no final da Década de 70, que muito se tem dito e feito sobre este prolifero assassino em série que, segundo registos oficiais, matou mais de trinta mulheres, sendo que muitos especialistas acreditam que o número real de vítimas possa superar as oitenta. “Extremelly Wicked, Shockingly Evil and Vile”/ “Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil”, um título que deriva das palavras que um juiz proferiu quando condenou Bundy à morte, representa apenas mais uma das centenas de obras que existem sobre este carismático homicida, sendo que este filme tem a particularidade de se focar na relação de Bundy com Elizabeth Kloepfer, a única mulher que provavelmente amou de verdade. 
Esta sua relação quase nunca é explorada quando se fala de Bundy e dos seus Crimes, mas certo é que representou uma parte importante da vida ativa do homicida e revelou-se um factor decisivo na sua captura, como aliás o filme faz questão de reforçar na sua reta final. Para além de se focar nesta parte mais emocional e normal da vida de Bundy, “Extremelly Wicked, Shockingly Evil and Vile” também dedica um bom tempo a recriar o mediático julgamento que, no final, acabou por sentencia-lo à morte. Esta abordagem ajuda-nos também a compreender um pouco melhor como se processou uma das partes mais burocráticas do caso e da vida de Bundy, sendo que o acompanhamento de tal processo jurídico ajuda a montar na perfeição a imagem de um homem brutalmente impiedoso mas extremamente inteligente, carismático e até manipulador 
Entre um estilo quase documental e outro mais próximo do thriller dramático, “Extremelly Wicked, Shockingly Evil and Vile” revela-se competente e capaz na hora de cumprir a sua principal missão de elucidar o espectador sobre um dos pontos mais desconhecidos da vida de Bundy. Mas também cumpre na hora de lhe apresentar, muito sinteticamente, aquele que, ainda hoje, é considerado um dos piores serial killers da história dos Estados Unidos. É certo que os elementos mais polémicos da história real, nomeadamente os homicídios, são um pouco atirados para segundo plano, mas é evidente que  Joe Berlinger e a sua equipa não se quiseram tanto focar na forma como Bundy matou, mas sim na sua atitude e vida entre os seus crimes. Esta parte mais criminal fica, portanto, para os inúmeros documentários que existem sobre Bundy, onde os seus crimes são recriados a par e passo e todos os seus detalhes macabros são detalhados ao pormenor, algo que neste filme, excetuando algumas menções mais gráficas, não acontece. Um pouco como a popular série documental da Netflix “Conversations with a Killer: The Ted Bundy Tapes”, “Extremelly Wicked, Shockingly Evil and Vile” tenta explorar mais a personalidade de Bundy e não tanto os seus polémicos crimes. 
O que acaba por nos oferecer é portanto, dentro das suas expectativas, um resultado positivo onde, no final, sobressai também, para surpresa de muitos, uma intensa performance de Zac Effron na pele do homicida Ted Bundy. 

Classificação - 3 Estrelas e 5

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