Tal como em edições anteriores, o Portal Cinema volta a aliar-se ao MOTELx para vos trazer 10 Entrevistas com os criadores das 10 Curtas-Metragens a concurso ao Prémio Melhor Curta de Terror Portuguesa / Méliès d'Argent. Hoje temos uma entrevista dupla com João Pais da Silva e André Almeida, realizadores da curta Feliz Natal, Sr. Monstro.
REALIZAÇÃO João Pais da Silva, André Rodrigues
ARGUMENTO Tiago Laranjo
PRODUÇÃO Patrícia Tavares
ELENCO Fernando Rodrigues, Luana Lima
DATA DE EXIBIÇÃO - Sábado, 14 Setembro 2019 às 21h10 Cinema São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
SINOPSE - Uma menina caminha pelos corredores de um centro comercial abandonado. Na noite de Natal, encontra um homem vestido de Pai Natal com um mapa na mão, à procura de algo. Mas o que se esconderá nos recantos sombrios do edifício deserto?
Portal Cinema – Antes de explorarmos um pouco o projeto que vem apresentar ao MOTELx 2019, gostaria que falasse um pouco sobre o seu percurso profissional até ao dia de hoje. Qual a sua formação? E o que fez antes de começar a trabalhar neste projeto?
João Pais da Silva - Licenciei-me em Cinema pela Universidade da Beira Interior. Durante o curso foquei o meu interesse nas áreas de realização e direção de fotografia. A curta-metragem “Feliz Natal, Sr. Monstro” resultou no projeto final desta Licenciatura. Antes disso, realizei outra curta-metragem, “Ligação Vermelha”, também esta realizada em parceria com o André Rodrigues. Para além disso o meu percurso profissional tem passado pela realização de videoclips e documentários.
André Rodrigues- Fazer cinema foi-se concretizando devagarinho desde os tempos do secundário. Entrei no curso de Cinema na Universidade da Beira Interior e desde então se vincou definitivamente o gosto. Foi na universidade que conheci o João Pais da Silva com quem trabalho até aos dias de hoje. Antes de começar a trabalhar neste projeto, ainda no secundário, realizei algumas curtas, participei em alguns concursos e venci outros. Já na universidade, realizei e corealizei com o João algumas curtas de ficção que me permitiram iniciar nos circuitos de festivais. Feliz Natal Sr. Monstro foi o último.
Portal Cinema – Quais são as suas principais influências cinematográficas? E, já que estamos a falar no enquadramento de um Festival de Terror, qual é o seu Top 3 de Filmes de Terror favoritos?
João Pais da Silva - No que diz respeito a realizadores, tenho como influências: John Carpenter,
William Friedkin, Sidney Lumet, Stanley Kubrick, entre outros. Em relação aos filmes, é muito difícil escolher um top 3, mas vou arriscar com: The Thing, Alien e Texas Chainsaw Massacre.
André Rodrigues - Gosto de Kubrik, Scorcese, Hitchcock, Aronofsky, Fincher, Villeneuve, Linklater... Como não tenho um top 3, vou apenas mencionar filmes que gostei de ver: Funny Games (1997), The Others (2001) e The Blair Witch Project (1999)
Portal Cinema – Tem algum sonho/objetivo em particular que pretenda alcançar no mundo cinematográfico?
João Pais da Silva - Não tenho nenhum objetivo concreto. A minha paixão é realizar filmes e pretendo, que os meus filmes, despertem sentimentos e emoções no público, tanto quanto despertam em mim ao fazê-los.
André Rodrigues - Alguns, mas tenho um em particular que passa por hostilizar valores.
Portal Cinema – O que o levou a criar este projeto? E o projeto final ficou como imaginou?
João Pais da Silva- Não foi nada em particular, havia da nossa parte (realizadores) e do guionista, criar um filme de terror, e assim o fizemos. Acho que nunca nenhum projeto fica tal qual o idealizamos. Umas vezes supera as espectativas, outras nem por isso. Temos que saber lidar com as adversidades que uma rodagem nos cria e aprender o máximo possível com isso.
André Rodrigues - O projeto nasceu do projeto final de curso de cinema. O desafio e empatia pelo guião do Tiago Laranjo foi o que me firmou de imediato a vontade de o ver concretizado.
Portal Cinema – Como criador, como o descreve? O que pode o espectador esperar e o que espera que ele sinta ao vê-lo?
João Pais da Silva - É um filme assombrado pelos monstros que habitam dentro de nós, que por vezes desconhecemos. Espero que o espectador se divirta e que se deixe absorver pela atmosfera que tentámos criar. Não acho que exista tal coisa como “ficar como imaginou”. Pelo menos para mim. O filme precisa constantemente de ser re-imaginado até à última etapa.
André Rodrigues - É uma curta assombrada por uma atmosfera antagónica à relação afável das personagens. Para mim é uma das coisas que a torna tão interessante, e acho que para o espectador também será.
Portal Cinema – O que significa a presença da sua curta na Competição Oficial do MOTELx? E perante isto quais são as suas expectativas globais (quer no festival, quer posteriormente) para a mesma?
João Pais da Silva - É uma grande alegria, ver todo o nosso esforço compensado pela presença no MOTELx, que era o nosso grande objetivo. O “monstro” está cá fora, agora é esperar que devore o maior número de pessoas.
André Rodrigues - Estar no MOTELx reflete reconhecimento pelo trabalho, mas sobretudo confiança em voltar a concretizar mais projetos. O MOTELx desempenha na perfeição esse papel!
Portal Cinema - E o que nos pode dizer sobre os seus projectos futuros? O seu futuro profissional passará por Portugal ou poderá haver uma aposta no estrangeiro?
João Pais da Silva - Em relação a projetos futuros, estou a preparar um novo filme, (ainda em processo de pesquisa). Para além disso vou assumir a direção de fotografia de um documentário que será realizado pelo André Rodrigues. Gosto demasiado deste sol para me arriscar lá fora.
André Rodrigues - Para já estou a trabalhar na realização de um documentário sobre o renascimento de uma comunidade afetada pelos fogos de 15 de outubro de 2017. A curto prazo o futuro está a passar por Portugal, não fiz planos para me exportar, mas não descuro a hipótese.
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