Especial MOTELx 2019 - Entrevista a Francisco Morais e Miguel Pinto, Realizadores de Dig Another Grave

Tal como em edições anteriores, o Portal Cinema volta a aliar-se ao MOTELx para vos trazer 10 Entrevistas com os criadores das 10 Curtas-Metragens a concurso ao Prémio Melhor Curta de Terror Portuguesa / Méliès d'Argent. Apresentamos agora uma entrevista com Francisco Morais e Miguel Pinto, realizadores da curta Dig Another Grave



REALIZAÇÃO Francisco Morais, Miguel Pinto 
ARGUMENTO Francisco Morais, Miguel Pinto 
PRODUÇÃO Hai Ngo 
ELENCO Andrew Shire, Steve Lately
EXIBIÇÃO - 13 Setembro 2019 às 18h15 NO Cinema São Jorge -Sala Manoel de Oliveira & 14 Setembro 2019 às 13h00 no Cinema São Jorge Sala 3


SINOPSE - Depois do cair da noite, com o aproximar de uma tempestade, um caçador perdido procura refúgio na casa de um estranho, isolada na floresta. Durante o jantar, enquanto os dois homens conversam, a tensão sobe. Algo parece não estar certo.


Portal Cinema – Antes de explorarmos um pouco o projeto que vem apresentar ao MOTELx 2019, gostaria que falasse um pouco sobre o seu percurso profissional até ao dia de hoje. Qual a sua formação? E o que fez antes de começar a trabalhar neste projeto?

Francisco Morais e Miguel Pinto - Os dois conhecemo-nos enquanto colegas de licenciatura em Cinema na Universidade da Beira Interior. Desde aí que assinámos co-realização em 3 curtas-metragens curriculares, "Esta Noite que nos Chama"; "Intromissão" e "Eikasia", (assinando um total de 22 nomeações a festivais de cinema, entre os quais os Prémios Sophia Estudante; Fantasporto e exibição pública na RTP 2 no programa "Cinemax"). Após o curso de Cinema, assinámos diversos trabalhos corporativos enquanto freelancers, fundámos uma produtora, Cubic Films, cuja actividade foi interrompida quando ambos ingressámos no mestrado em "Film Production" na "Arts University of Bournemouth". Neste mestrado co-realizámos mais dois projectos, "Dig Another Grave" e "Isle of Mia", que se encontram em fase de festivais e pós-produção, respectivamente.
Portal Cinema – Quais são as suas principais influências cinematográficas? E, já que estamos a falar no enquadramento de um Festival de Terror, qual é o seu Top 3 de Filmes de Terror favoritos?

Francisco Morais e Miguel Pinto - Consideramo-nos apreciadores de todos os géneros cinematográficos, mas podemos dizer com alguma confiança que entre as nossas influências se encontram Stanley Kubrick; Nicholas Winding Refn; Alejandro González Iñárritu; Andrea Arnold e Xavier Dolan. Dentro do terror apreciamos também um pouco de tudo, desde Rosemary's Baby e The Shining, a algo mais contemporâneo como It Follows.

Portal Cinema – Tem algum sonho/objetivo em particular que pretenda alcançar no mundo cinematográfico?

Francisco Morais e Miguel Pinto  - Gostamos da ideia de o nosso trabalho ser visto e não de o ter apenas "na gaveta", por isso diríamos que mais do que um sonho, um objetivo seria, e é, fazer cinema nacional/internacional que atinja a audiência.

Portal Cinema – O que o levou a criar este projeto? E o projeto final ficou como imaginou? 

Francisco Morais e Miguel Pinto  - A origem do filme começou com a ideia de explorar a tensão cinematográfica entre duas personagens. O desconforto em câmara entre os dois e um constante bluff e "testes" entre os personagens, foi o que levou ao surgimento do Dig Another Grave. Penso que podemos dizer que sequências Hitchcock e Tarantino em particular foram algo inspiradoras para este projecto. Finalmente, julgamos que os projectos nunca ficam como os imaginamos, o objectivo e trabalho de um realizador e torná-lo o mais próximo da sua visão possível, e nesse prisma houve neste filme uma aproximação do que queríamos fazer inicialmente.

Portal Cinema – Como criador, como o descreve? O que pode o espectador esperar e o que espera que ele sinta ao vê-lo?

Francisco Morais e Miguel Pinto  - Para nós, o filme é uma constante descoberta pela verdade, entre os dois personagens e entre o espectador. Nada é o que parece. O objectivo é que o espectador se questione durante grande parte do filme sobre o que está a acontecer / o que é verdade, e que alguma tensão e desconforto o atinja. Mas acima de tudo, que se sinta entretido.

Portal Cinema – O que significa a presença da sua curta na Competição Oficial do MOTELx? E perante isto quais são as suas expectativas globais (quer no festival, quer posteriormente) para a mesma?

Francisco Morais e Miguel Pinto  - A nomeação para o MotelX é um agradável reconhecimento. Todos sabemos a dimensão que o Motelx tem vindo a ganhar ao longo dos anos, e que é uma referência nos festivais de Terror. Para nós, estarmos nomeados com uma curta-metragem que teve um orçamento de escola é uma realização e foi rodada em apenas dois dias e meia, é uma realização. As perspectivas para o filme, são a de continuar o percurso por festivais nacionais e internacionais, e finalmente divulgá-la online, de forma a tentar alcançar o número máximo de espectadores, dentro e fora da indústria cinematográfica.

Portal Cinema – E o que nos pode dizer sobre os seus projectos futuros? O seu futuro profissional passará por Portugal ou poderá haver uma aposta no estrangeiro?

Francisco Morais e Miguel Pinto  - Neste momento estamos a viver e trabalhar em Londres na indústria audiovisual, enquanto investimos o nosso tempo em networking e desenvolvimento de guiões para longas-metragens e séries. Não descartamos de todo o futuro profissional em Portugal, até consideramos um desafio interessante, o de produzir e proporcionar longas-metragens comercial de qualidade, com o objectivo de atingir o mercado internacional.

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