Crítica - Downton Abbey (2019)

Realizado por Michael Engler 
Com Allen Leech, Michelle Dockery, Maggie Smith

O sucesso de “Downton Abbey” na televisão é bem conhecido de todos. Foi uma das séries dramáticas mais vistas e celebradas dos últimos anos, tendo deliciado milhões de fãs em todo o mundo entre 2010 e 2015. Em Portugal, a série também foi um sucesso e, pese embora não tenha conquistado a popularidade que teve no Reino Unido ou nos Estados Unidos, certo é que esta série de época conseguiu conquistar o seu espaço no coração dos portuguesas.
O seu final correspondeu às expetativas e conseguiu atar todas as pontas soltas, pelo que foi globalmente considerado um bom final para uma boa série. Mas a popularidade das peripécias da Família Crawley e dos Funcionários de Downton Abbey acabou por não permitir que a série descansasse em paz, já que se tornou inevitável recuperá-la para a uma nova vida mediática pela via de um filme.
Este continua a história onde a série acabou, dando-lhe um pequeno twist narrativo de forma a acomodar em mais de duas horas uma nova jornada evolutiva das personagens que já marcaram presença na série, aproveitando também para introduzir algumas figuras novas que acabam por acrescentar pouco ao contexto narrativo. Tal twist é uma visita real que, de certa forma, permite que o filme mantenha sempre uma sensação muito festiva e leve que o impede, assim, de entrar por caminhos que já foram abordados na série com o devido detalhe e que neste modelo cinematográfico nunca teriam sucesso.




Esta obra assume portanto uma postura mais leve e descontraída que a série. As tramas familiares continuam presentes claro, mas bem longe de níveis melodramáticos e, aqui, com bem mais humor à mistura. E o filme, pese embora corresponda ao tempo de três episódios da série, até consegue entreter com a sua trama descontraída. Isto porque, por um lado, não compromete ao não explorar temas que poderiam estragar o legado da série e que nunca teria tempo para abordar convenientemente. Mas também, por outro lado, mantém bem vivos os principais traços característicos que fizeram de  “Downton Abbey” um sucesso, permitindo assim aos seus fãs manterem aquela ligação nostálgica/ afectiva com o produto e as personagens que o tornaram um sucesso.
É certo que, pelo meio da nova jornada da Família Crawley e Funcionários há certos desvios desnecessários, mas o espírito de época está lá e, no final, o filme cumpre o seu papel. Este foi claramente um presente para os fãs e, felizmente, foi um bom presente que não deturpou as boas memórias deixadas pela série e pelas icónicas personagens interpretadas por Maggie Smith, Elisabeth McGovern, Laura Carmichael ou Hugh Bonneville. E todos eles estão excelentes neste regresso!

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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