Crítica - Ray & Liz (2019)


Realizado por Richard Billingham
Com Sam Plant, Deirdre Kelly, Justin Salinger


Esta obra é baseada nas memórias do premiado fotógrafo Richard Billingham, que nesta obra assume o papel de realizador pela primeira vez para nos mostrar como foi crescer num lar desajustado, com um pai alcoólatra e uma mãe despreocupada. Este é um poderoso retrato pessoal que mostra o impacto que a sua família teve na sua vida e na do seu irmão mais novo. 
Embora seja um filme difícil de ver e assimilar, "Ray & Liz" aposta numa dureza dramática muito intensa. O experiente artista mas inexperiente cineasta Richard Billingham tem aqui uma grande obra pessoal que é surpreendentemente honesta mas desesperadamente triste. Não é a toa que "Ray & Liz" está no topo das listas de Melhores Primeiros Filmes do ano, porque a estreia de Billingham nestas andanças (longas metragens) é realmente auspiciosa. O seu nome não é no entanto desconhecido no Mundo da Arte, já que no Reino Unido o seu trabalho como fotografo é amplamente reconhecido. E a sua experiência como fotografo serviu-lhe bastante nesta obra, já que usa várias estratégias para passar a trama e captar as imagem que, claramente, demonstram não só uma forte veia criativa, mas sobretudo um profundo conhecimento de planos e estratégias de captação!
Mas não é só no plano técnico que "Ray & Liz" tem mérito. No plano narrativo também tem. Embora obedeça a um linha narrativa pouco comum, "Ray & Liz" transmite um profundo desenlace dramático e familiar que, como já se disse, tem fortes ecos pessoais e reais. Para além de caracterizar na perfeição o espirito social do thatcherismo no Reino Unido, "Ray & Liz" mostra-nos também as mais profundas decadências de uma família negligente e desigual que, mesmo perante todas as adversidades, conseguiu gerar duas pessoas (Billingham e o Irmão) com potencial.


Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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