Crítica - Little Women (2019)

Realizado por Greta Gerwig
Com Emma Watson, Florence Pugh, Saoirse Ronan

Greta Gerwig já provou vezes sem conta que, para além de ser uma talentosa atriz, também tem jeito para a realização. O ano passado apresentou-nos “Lady Bird”, uma surpresa a todos os níveis que até chegou às nomeações aos Óscares. Mas “Lady Bird” é apenas entre os vários exemplos do talento de Gerwig que, claramente, está a posicionar-se como um dos maiores talentos femininos da atualidade de Hollywood. O seu mais recente projeto, “Little Women”, é bastante mais ambicioso que os seus filmes anteriores, já que segue uma orientação bem mais comercial e contou, também, com um orçamento colossal. Mas outra coisa não se poderia esperar deste projeto que, mais não é, que uma adaptação cinematográfica do homónimo e famoso clássico literário norte-americano que é um dos icónicos best-sellers da literatura americana. 





São várias já as adaptações cinematográficas deste clássico que narra a jornada de quatro irmãs que procuram realizar os seus sonhos, em plena época da Guerra Civil. Esta é aliás a sétima adaptação de Hollywood desse romance de 1868 e, embora não sendo a mais icónica, é claramente a mais polida. Este “Little Women” conta com um elenco de estrelas extremamente competente e capaz, onde se destaca Saoirse Ronan que, embora já nos tenha habituado a brilhar ao mais alto nível, parece ter encontrado em Gerwig a sua realizador talismã, isto após terem colaborado juntas ao mais alto nível no já citado “Lady Bird”. Também Emma Watson e Florence Pugh brilham no filme dominado por fortes personalidades femininas, onde também merecem destaque as performances mais secundárias de Laura Dern e Meryl Streep. 
Este elenco interpreta com grande emoção e talento uma narrativa já conhecida de todos, mas que, como já dito, tem aqui um tratamento mais polido e objetivo que merece destaque para positiva. Mas entre os candidatos ao Óscar de Melhor Filme, “Little Women” revela-se como o mais fraco. Embora seja um filme acima da média, acaba por não acrescentar nada de novo, quer ao clássico, quer ao popular género de drama de época. É um retrato de época competente é certo, onde o drama, o feminismo e a família estão em destaque, mas é evidente que se trata de um filme sem qualquer elemento diferenciador de relevo. E por isso acaba mesmo por se tornar num projeto seco em vários aspectos, nomeadamente quando comparado com os restantes candidatos aos Óscares, onde encontramos, em todos eles, pelo menos uma pitada de irreverência e diferença. São esses pormenores diferenciadores que tornam os filmes memoráveis e, embora este “Little Women” seja um projeto sólido, não se pode dizer que seja memorável!

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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