É bem conhecida a intransigência (quase ódio) da Academia de Cinema dos Estados Unidos relativamente aos filmes das plataformas streaming. Tanto é que, quando a Netflix e outras plataformas começaram a entrar em Hollywood, a Academia apressou-se a esclarecer que os filmes que não sejam exibidos em salas de cinema em cidades num âmbito comercial , como Los Angeles ou Nova Iorque, não podem concorrer aos Óscares. Esta regra já existia para os filmes Não-Americanos que, para serem elegíveis, têm que ter uma estreia comercial nos cinemas dos Estados Unidos e foi reforçada, na altura, para as plataformas online sem excepções e, por isso, filmes da Netflix como "Roma", "Marriage Story", "Two Popes" e "The Irishman"foram dos poucos filmes da Netflix a chegarem aos cinemas nos Estados Unidos, precisamente para permitir a sua candidatura aos Óscares.
A ideia por detrás desta regra é impedir a "morte" das salas de cinema, impedindo assim que os estúdios usem as plataformas online para exibir, em exclusivo, os seus principais títulos de qualidade que, como se sabe, têm menos apelo comercial que os grandes blockbusters. Esta tem sido uma regra de Ouro para a Academia, mas perante a Pandemia da Covid-19 até a Academia foi obrigada a rever esta regra.
Para os prémios de 2021, a Academia definiu que, por uma vez sem excepção, podem candidatar-se aos Óscares todos os filmes que só tenham tido exibições nas plataformas online, desde que estas plataformas estejam registadas nos Estados Unidos da América. E isto visa impedir que certos filmes sejam prejudicados pela pandemia que, como se sabe, provocou adiamentos de festivais e, acima de tudo, encerramentos de salas de cinema. É expectável que, pelo menos em Outubro, altura em que os principais filmes dos Óscares começam a chegar aos cinemas, a situação já esteja controlada e os cinemas já estejam abertos, mas assim todos os filmes que estrearam neste primeiro semestre apenas nas plataformas online não serão prejudicados.
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