Crítica - Offering to the Storm (2020)


Realizado por Fernando González Molina
Com Marta Etura, Leonardo Sbaraglia, Francesc Orella


A trilogia Baztán chega ao fim com “Offering to the Storm”/ “Ofrenda a La Tormenta”….ou será que chegou mesmo? E agora fica o aviso que as próximas linhas podem conter alguns spoilers que podem revelar algo sobre este filme e, acima de tudo, sobre os filmes anteriores. 
Tal como sucedeu com a homónima trilogia literária de Dolores Redondo, a trilogia cinematográfica apresenta um final que deixa algumas situações em aberto e que deixa antever que mais projetos poderão surgir no futuro. Redondo já lançou uma prequela que acompanha as origens da protagonista, mas uma sequela para “Offering to the Storm” não pode ser de todo descartada. Nesta terceira parte algumas pontas soltas deixadas por “”The Invisible Guardian”/ “El Guardián Invisible” e por “The Legacy of the Bones”/ “Legado en los hueso” são respondidas, mas muitas outras ficam no ar. A inspetora Amaia (Marta Etura) e os seus colegas continuam a investigar várias mortes suspeitas de bebés que envolvem rituais hediondos que parecem estar presentes em Navarra há várias décadas e que envolvem várias pessoas influentes da região. Tais rituais foram apresentados no primeiro filme e começaram a ser desvendados na segunda entrega, onde o sobrenatural e a bruxaria ganham força e, agora, nesta terceira entrega saltam destacadamente para a ribalta. 
Ao contrário dos dois filmes anteriores, “Offering to the Storm” não é tão envolvente ou intenso nem tem um ritmo tão dinâmico. Até aqui é possível perceber que algo de errado se passa no Vale de Baztan há vários anos, sendo que os eventos que rodearam a história do serial killer que foi apanhado no primeiro filme despoletaram uma história ainda mais sombria e sobrenatural que, mesmo no final, ficou sem muitas respostas. No segundo capítulo a seita responsável por rituais de bruxaria começou a ser desmontada, mas neste terceiro filme são associados rostos, motivos e ações à seita. Mas “Offering to the Storm” falha em conseguir atar com competência todas as pontas soltas e construir assim uma intriga coesa, capaz e explicita que deixa o espectador furtado por falta de respostas ou por ter que decifrar um enredo atabalhoado. 
É verdade que qualquer uma das adaptações cinematográficas poderia ir apenas até onde foram os livros que, verdade seja dita, não dão também as respostas que se pretendia. Mas este último capítulo poderia, pelo menos, ter seguido o hábil estilo narrativo dos dois filmes anteriores e poderia ter exposto a teia sobrenatural e a reta final com mais calma e, acima de tudo, com mais coesão e clareza. 
É a sua grande falha e acaba por ser a grande mancha da saga. A saga de Amaia não merecia um final tão apressado. Até se pode aceitar a falta de respostas e alguma incerteza, mas já não se pode aceitar o desleixo que pautou toda a construção do argumento desta entrega final. Quanto as várias perguntas que ficam no ar, bem parece que vamos ter que esperar por novos desenvolvimentos…

Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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