Crítica - The Midnight Sky (2020)

Crítica - The Midnight Sky (2020)

Realizado por George Clooney

Com George Clooney, Felicity Jones


Perguntamos há uns meses atrás se "The Midnight Sky" poderia marcar o final do ano para a Netflix. E fizemos esta pergunta porque a plataforma parecia depositar grande fé nesta espécie de drama sci-fi realizado por George Clooney. Tanto é que organizou várias Q&As com Clooney junto da imprensa e de quem vota nos prémios nos Estados Unidos da América de forma a otimizar a promoção dourada deste projeto. O Portal Cinema marcou presença numa dessas Q&A's e ficamos claramente com a sensação que, quer Clooney, quer a Netflix (pela forma como o promoveu em detrimento, por exemplo, do muito superior "Mank") tinham altas expetativas para o filme. 

Já pode adivinhar pelo "tom" da nossa introdução que não fiquei fã de "The Midnight Sky", mas acima de tudo que não compreendo como é que a Netflix pode ter depositado tantas esperanças nele. Em vez de ser um dos melhores produtos originais de grande calibre da Netflix em 2020, acaba mesmo por ser o oposto, ou seja, uma das piores apostas originais de grande orçamento da Netflix deste ano.

De positivo, "The Midnight Sky" tem algumas sequências espaciais que, técnicamente, são de qualidade e que, embora não nos façam recordar o que de melhor foi feito em "Interstellar" ou "Gravity", acabam por cumprir. Mas de positivo ficamos por aqui....Não é exagero em afirmar que tudo o resto oscila entre o mau e o mediocre. 

E o prémio de pior elemento deste filme tem de ser atribuído ao argumento! É difícil de descrever o quão desalinhado e desorientado é este enredo que nos leva numa viagem de quase duas horas em direção a lado nenhum. Com um twist (se é que se lhe pode chamar isso) previsível desde a cena de abertura, passando por  uma completa ausência de ligação narrativa ou emocional com o espectador e ,terminando, num incrível exagero melodramático sem nenhuma credibilidade, "The Midnight Sky" tem, do início ao fim, uma linha narrativa desastrada. E sim, não podemos ignorar que se trata de uma adaptação do romance "Good Morning, Midnight Summary", de Lily Brooks-Dalton..Mas o que resulta em livro não resulta necessariamente em filme e, para esta história resultar no grande ecrã, precisava claramente de uma equipa de guionistas mais criativa e atenta....

Este falhanço redundante é particularmente relevante para George Clooney. A Netflix recuperará facilmente, porque este é o seu primeiro grande falhanço do ano e tem muitos outros filmes no seu catálogo que podem almejar à época de prémios...Já George Clooney tem em "The Midnight Sky" o seu terceiro falhanço consecutivo e são três falhanços em clara trajetória decrescente com "The Midnight Sky" a bater no fundo....Desde "Ides of March" em 2011 que Clooney não entusiasma no cargo de realizador. Após um mediano "The Monuments Men" e um esquecível "Suburbicon",  "Midnight Sky" marca um novo patamar negativo para Clooney no caro de realizador e, por isso, o seu próximo filme neste cargo tem que ser um sucesso, caso contrário o seu futuro atrás da câmara parece destinado à duvida....


Classificação - 1,5 Estrela em 5


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