xxxHolic Será o Filme de Abertura do FantasPorto 2022. Vários Clássicos Passarão Também Pelo Festival



Olhando de relance para a programação do Fantasporto 2022, é inevitável reconhecer o equilíbrio entre as propostas vindas da Europa ou dos Estados Unidos, de um lado, e as asiáticas, do outro. Mas, sem dúvida, 2022 será um FantasPorto marcado como o ano da tecnologia e da imaginação mais delirante. Nem sempre em tom de comédia, nem sempre em imagem real. 
Filmes fantásticos como  os japoneses “Baby Assassins”, um êxito de bilheteira no Japão, “Ms Lupin”, emergente da conhecida manga japonesa com o mesmo nome, e que  evoca o famoso ladrão Arsène Lupin, “xxxHolic”, outra Antestreia Mundial que será o Filme de Abertura e sai de outra da mais conhecidas mangas, com a participação de actores e actrizes da primeira linha do cinema asiático ou até “The Mole Song” do nosso conhecido Takashi Miike,  vão entrar em confronto por exemplo com “Ox-Head Village”, filme em antestreia Mundial, saído do trabalho exímio do  vencedor do Fantasporto de 2021, Takashi Shimizu. 
Grande ano também para a ficção científica, não fosse o futuro uma das maiores preocupações do momento, com a China a apresentar “Annular Eclipse “ e Taiwan, “2049: Hedgehog Effect”,  ou até a Alemanha com um outro dos filmes mais esperados desta edição, uma sofisticada “The House”, ficção científica que apresenta uma reflexão sobre o poder e a tecnologia  e mostra como o futuro não será necessariamente mais livre. 
Vai voltar a secção ANIMA-TE que nos traz cinema de animação de enorme qualidade. Filmes que  colocam à vista desarmada a sua versatilidade em obras de grande fôlego de ficção científica como “Vortex, Dawn of the Sovereignty” do francês Michel Rousseau ou  o chinês “Chicken of the Mound”. A ver também  a nova animé japonesa “The Laws of the Universe – The Age of Elohim” de Isamu Imakake. 
Um dos grandes temas é também o aproveitamento mediático do espaço digital. Um dos melhores exemplos disso é “Follow Her” de Sylvia Caminer, dos Estados Unidos, um prodigioso trabalho de argumento e realização. Ou obras que reflectem outros grandes temas de hoje como a alienação  social (o já refrido “Baby Assassins,” o húngaro “Soul Park”), a transformação da paisagem com o húngaro “Eviction” e o britânico “ Barbarians”  onde brilha gente que passou por “Game of Thrones ou ”Jacinto”, uma história de segregação que faz lembrar “Easy Rider”, um filme galego vencedor do Prémio do Público em Sitges. O cinema filipina continua a estar presente no Fantas com um potente drama social.
Há ainda incursões no fantástico mais clássico como o extraordinário “Sometimes in the Dark” de Carmine Cristallo Scalzi que chega da Itália, “Entombed “de Kjell Hammerø  da 
Noruega, “The Unburied” da Argentina , “Night at the Eagle Inn” do americano  Erik Bloomquist, “Alchemy of the spirit” de  Steve Balderson, ou ainda “The Exorcism of God” do nosso conhecido  e premiado Alejandro Hidalgo. Ou até um filme que, falando da Inquisição numa perspectiva histórica, como é “Duyster” dos belgas Thomas Vanbrabant e Jordi Ostir, é exemplo do horror que acompanha determinadas épocas do nosso passado. 
Também há lugar para grandes histórias de amor e humanidade, por exemplo, com o candidato coreano aos Oscares , “Escape from Mogadishu”, uma super-produção sobre os massacres na Somália, ou com o filme russo “Vladivostok”, uma história de paixão com argumento do premiadíssimo Karen Shaknazarov, ou ainda o drama das crianças casadas pela família no extraordinário filme “Saralish”, uma co-produção entre o Afeganistão e o Irão, uma estreia mundial que muito honra o Fantasporto como montra do cinema Mundial.
Chegando ao cinema português surge-nos a antestreia mundial da longa-metragem “Amelinda”, de Miguel Gomes, num registo cheio de imaginação cinéfila, e curtas-metragens que vão desde o cinema experimental ao fantástico e ao drama, competem pelo Prémio de Cinema Português. 
No que respeita aos clássicos, destaque para a exibição de “A Praga” de Mojica Marins, um restauro feito recentemente da obra perdida e recuperada do mestre brasileiro do horror, que já foi homenageado no Fantasporto. Mas também para as comemorações dos 70 anos de “Singin’ in the Rain,” de Gene Kelly e Stanley Donnen e os 80 anos de “Casablanca”, dois marcos da História do Cinema,  a ver em ecrãn grande. 
E para rematar, dois dos filmes-charneira das décadas de 70 e 80 de George Lucas o seu fabuloso “THX1138” que perfaz 50 anos da sua estreia e um dos filmes iónicos do FantasPorto, “Blade Runner” de Ridley Scott, que celebra 40 anos da sua produção.
Como curiosidade 58 países enviaram filmes para seleção e 28 países estão presentes na selecção final: Afeganistão, Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Croácia, China, Coreia do Sul, Croácia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Hungria, Irão, Israel, Irlanda, Itália, Japão, Lituânia, México, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Rússia, Taiwan, Venezuela. Vem aí a 42ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto | Fantasporto 2022, voltando à sua sala de charme, o Teatro Rivoli, de 1 a 10 de Abril.

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