Crítica - Crimes of the Future (2022)

Crítica Crimes of the Future (2022)

Realizado por David Cronenberg

Com Léa Seydoux, Viggo Mortensen, Kristen Stewart

 

Esteve na corrida à Palma de Ouro em Cannes, mas "Crimes of the Thriller", novo thriller de terror de David Cronenberg, acabou por sair de Cannes sem o fulgor que se esperava e acabou por recolher opiniões muito dispares e polarizantes. 
Em "Crimes of the Future" somos transportados para um futuro não muito distante. À medida que a espécie humana se adapta a um ambiente sintético, o corpo humano passa por novas transformações e mutações. Ao lado da sua parceira, Caprice (Léa Seydoux), Saul Tenser (Viggo Mortensen), uma celebridade da arte circense, decide apresentar a metamorfose dos seus órgãos em espetáculos avant-gard. Estes espetáculos chamam a atenção de Timlin (Kristen Stewart), investigadora do Registo Nacional de Órgãos, que acompanha de perto seus os passos, já que por detrás das mesmas pode-se esconder um grande segredo. 
É inegável que "Crimes of the Future" tem a assinatura de Cronenberg. É extravagante, arriscado e polarizador. Está longe de ser um dos grandes triunfos da sua filmografia, mas não há dúvidas que é um daqueles filmes quase artísticos e com uma história bizarra que, se não soubéssemos, poderíamos facilmente associar ao cineasta. Mas embora o seu conceito seja muito interessante, não podemos infelizmente dizer que seja um sucesso claro. Talvez venha a conquistar o estatuto de filme de culto no futuro, mas para já será difícil associá-lo a um patamar de qualidade.
Há no entanto que dar mérito a Cronenberg por continuar a explorar temas arriscados e por criar sempre um ambiente e uma estética que primam pela singulariedade. Mas ao contrário de outros grandes sucessos do seu passado parece que faltou algo a este projeto. Não há o tal clique junto do espectador que, por norma, leva-o a olhar para o trabalho de Cronemmberg como uma peça de arte e não como um devaneio criativo. É que desta vez parece mesmo uma obra pensada à pressa que  não chega a ser tão ambiciosa como poderia, mas também não é suficientemente clara para se enquadrar num estilo comercial. 
É difícil até para os fãs de Cronenberg olharam para este seu mais recente projeto como um sucesso. Embora tenha a sua marca e seja um dos filmes mais singulares de 2022, certo é que este caso especifico prova que a excentricidade não é tudo e que sem aquele toque especial....até o conceito mais bizarro na mão de um brilhante criador se pode tornar absurdo. 


Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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