A 22ª Edição da MONSTRA Começa Amanhã




A 22.ª MONSTRA arranca amanhã e traz uma grandiosa representação do universo inesgotável do cinema animado de todo o mundo. Este ano, nos mais de 400 filmes presentes na programação, celebra-se em grande escala o centenário da animação em Portugal, com estreias absolutas, e a cinematografia oriunda do Japão, o país convidado.

No primeiro dia da edição de 2023, 15 de março, a MONSTRA começa com a abertura ao público de duas exposições: “Centenário do Cinema de Animação Português: 100 anos, 100 filmes”, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, e “Raimund Krumme: Traços de Movimento”, na Sociedade Nacional de Belas Artes.

Está tudo a postos para o arranque da tão aguardada 22.ª edição da MONSTRA | Festival de Animação de Lisboa. Amanhã, dia 15 de março, dá-se início a mais uma prova de que o cinema de animação é uma plataforma artística e poética sem limites. Há mais de 400 filmes para desfrutar, masterclasses para aprender e exposições para absorver. Numa programação onde a transversalidade se evidencia e onde se dá as boas-vindas a todos e todas, a MONSTRINHA vai colocar os mais novos a sonhar.

Durante 12 dias, além do parceiro Cinema São Jorge, o epicentro da MONSTRA, as sessões estendem-se à Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, Cinemateca Júnior, UCI - El Corte Inglés e Cinema City Alvalade. Já as exposições, no âmbito desta edição, decorrem no Museu da Marioneta, Museu do Oriente, Sociedade Nacional de Belas Artes e Cinemateca.

Porque o cinema de animação nacional é “muito da nossa cultura, nas histórias que conta, na estética que mostra, uma peça fundamental não só para a promoção da nossa cultura, mas também da nossa língua”, como sublinha o diretor artístico da MONSTRA, Fernando Galrito, o arranque da 22.ª edição acontece pelas 14h00, no dia 15 de março, na Cinemateca, com a inauguração da exposição “Centenário do Cinema de Animação Português: 100 anos, 100 filmes”: uma viagem histórica e criativa que começa precisamente em 1923 com “O Pesadelo do António Maria”, de Joaquim Guerreiro, e dá conhecer cerca de uma centena de obras de vários autores através de desenhos originais ou objetos óticos e de estúdio.

Ainda na rua Barata Salgueiro, nomeadamente na Sociedade Nacional de Belas Artes, abre ao público outra exposição, desta vez, site-specific, do artista e realizador alemão Raimund Krumme, “Traços de Movimento”.

No dia seguinte, 16 de março, transitamos finalmente para as salas de cinema, nomeadamente, a Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, para assistir à grandiosa Cerimónia de Abertura, às 21h30, com duas estreias mundiais de produções portuguesas, "Saudade, talvez..." (um teaser de apresentação), de José-Manuel Barata Xavier, e "Páscoa", de André Ruivo. Nessa noite, em que também é exibido "Mt. Head", uma das obras maiores de Koji Yamamura, ilustre convidado desta edição, o coro da Escola Superior de Música de Lisboa acompanha outra estreia absoluta: o filme japonês “O Prazer da Vida”, de Song Yungsung.

“Inu-Oh”, um dos anime mais celebrados dos tempos recentes, aterra, pela primeira vez, em Portugal para uma exibição exclusiva na MONSTRA, esta sexta-feira, 17 de março, no Cinema São Jorge (21h30), e reforça a homenagem do festival ao incontornável cinema do Japão. Do realizador visionário Masaaki Yuasa, “uma das mentes mais criativamente desenfreadas em toda a animação moderna” (IndieWire), é uma ópera rock sobre um bailarino com características físicas únicas e um menino compositor cego que, juntos, apesar das adversidades, chegam ao estrelato.

Antes, no mesmo dia e espaço, a não perder, o programa Anima CPLP, uma nova secção que reúne nove curtas-metragens de animação produzidas por alguns dos países de expressão portuguesa que pertencem a esta comunidade. A MONSTRA celebra, assim, a enorme multiplicidade cultural e artística da lusofonia quando, em 2023, passam cinco décadas desde a autodeclaração da independência da Guiné-Bissau.

Outra das efemérides da 22.ª edição do Festival de Animação de Lisboa são os 70 anos de uma das mais míticas produções da Walt Disney Company, o histórico “Peter Pan”, que convida miúdos e graúdos para uma viagem ao mundo mágico da Terra do Nunca (sábado, 16h30, no UCI - El Corte Inglés). Também para as famílias, os fins de semana são reservados para a MONSTRINHA, “um espaço de encontro entre muitas crianças e o cinema de animação pela primeira vez”, onde se “cria futuros espetadores”, assinala Fernando Galrito, e cujas sessões acontecem no Cinema São Jorge, Museu Nacional de Etnologia, Centro Cultural de Carnide e Centro de Artes de Sines.Depois de, no sábado, dia 18, se renderem à retrospetiva dedicada a Osamu Tezuka, com seis curtas do pai do manga moderno, e ao anime “Demon Slayer: O Filme - Comboio Infinito”, de Haruo Sotozaki, os otakus vão rejubilar com a projeção em tela de dois clássicos nipónicos, no domingo, no Cinema São Jorge: “Sky Crawlers”, de Oshii Mamoru (19h00), e “Akira”, de Katsuhiro Ôtomo (21h30).

Até quarta-feira, vai continuar a olhar-se para a história do cinema japonês, desde os primórdios até aos grandes mestres mais recentes, nos 480 anos de laços de amizade que unem Portugal e o Japão. A 21 de março, no Cinema São Jorge, passa uma retrospetiva de Koji Yamamura (17h00) e assiste-se a “A Tartaruga Vermelha” (21h00), do vencedor de um Óscar Michaël Dudok de Wit, o primeiro ocidental a ser recebido no lendário Studio Ghibli para fazer um filme, e que, nesse dia, pelas 14h00, protagoniza uma masterclass sobre criatividade. Ainda no campo das formações, de 21 a 23, das 10h00 às 13h00, a realizadora e conferencista japonesa Maya Yonesho constrói, em conjunto com os participantes, uma animação experimental que sincroniza o desenho animado e a cidade de Lisboa, em vários locais da capital.

Na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, a 22.ª MONSTRA convoca os dois filmes portugueses que integram a Competição de Longas: “Os Demónios do Meu Avô, de Nuno Beato, a primeira longa-metragem em animação de marionetas (stop motion) feita em Portugal (dia 20, 21h30), e “Nayola”, de José Miguel Ribeiro, baseada na peça de teatro “A Caixa Preta”, de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, que passa pelo festival antes de ingressar o circuito das salas de cinema (dia 22, 21h30).

“Marionetas que Guardam o Tempo - Uma viagem ao mundo das marionetas de animação portuguesas” (até 23 de abril) e “Koji Yamamura: Dezenas de Desenhos!” (até 9 de abril) completam as exposições desta edição. A primeira, que marca a 16.ª colaboração entre a MONSTRA e o Museu da Marioneta, mostra o passado e o presente, com um vislumbre no futuro, do cinema de animação nacional, através de marionetas, cenários e acessórios de vários filmes, onde se encontra o ainda inédito, “A Casa para Guardar o Tempo”, de Joana Imaginário, com estreia mundial no festival a 24 de março. No Museu do Oriente, além da exposição com mais de 50 desenhos originais de quatro filmes do consagrado realizador japonês Koji Yamamura, um dos primeiros impulsionadores de um novo movimento independente dentro do cinema de animação do Japão, há um programa especial que inclui uma masterclass e uma visita orientada com o também artista plástico e ilustrador, e ainda uma retrospetiva das suas curtas-metragens, a 17 de março, e duas sessões de cinema com a curadoria do autor (“Mestres da Animação Japonesa” e “Atsushi Wada + Nova Geração”), no dia 19.

Para acompanhar a viagem da MONSTRA pela terra do sol nascente, a padaria Gleba concebeu a edição especial de um pão temático feito com uma combinação exclusiva de matcha, cerejas e chocolate branco, disponível em todas as lojas da marca e em www.mygleba.com, apenas nas datas do festival. Até 26 de março, vamos poder comprovar que, tal como garante Fernando Galrito, “o mundo será sempre muito melhor quando formos liderados pela arte e pelo cinema de animação”. A programação completa pode ser consultada em www.monstrafestival.com e os bilhetes encontram-se à venda no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, UCI El Corte Inglés, Cinema City Alvalade e Museu do Oriente.


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