Crítica - O Crime é Meu (2023)

Crítica - O Crime é Meu (2023)


Realizado por François Ozon

Com Nadia Tereszkiewicz, Isabelle Huppert, Dany Boon


O prolífero cineasta francês François Ozon (realizou 9 filmes nos últimos 10 anos) continua a surpreender e após passagens pelo drama, suspense e romance regressa às comédias, mas desta vez com um twist. "O Crime e Meu" ou "Mon Crime" é um cruzamento entro uma comédia e um thriller criminal que nos transporta até aos Anos 30, em Paris, onde Madeleine Verdier, jovem e bela aspirante a actriz sem um tostão, é acusada do assassinato de um produtor famoso. Ajudada pela sua melhor amiga, Pauline, jovem advogada sem emprego, alega legítima defesa. E aí começa uma nova vida, feita de glória e sucesso, até que um dia a verdade bate à porta...

É claro que se está à espera de um "who done it" do estilo Sherlock Holmes ou Agatha Christie deve já ajustar as expectativas, isto porque "O Crime é Meu" aproxima-se mais de uma comédia e aposta bem mais no humor para comandar a sua narrativa. É claro que há toques de suspense/mistério (até com um twist inesperado que relança a trama) e até alguns momentos de erotismo, mas na sua génese esta é uma comédia relativamente engraçada que, curiosamente, traça também alguns paralelismos interessantes e dramáticos com o Movimento MeToo. 

Dany Boon, um dos grandes atores cómicos da atualidade, apresenta-se aqui num papel mais secundário, mas ainda assim convence e vem acrescentar algo extra a esta produção, assim como a veterana Isabelle Huppert. Mas acaba por ser a jovem e promissora Nadia Tereszkiewicz que acaba por dominar o filme. Já com um currículo interessante e um Prémio Cesár de Maior Promessa (pela performance em "Les Amandiers"), Tereszkiewicz promete ser um dos grandes nomes do cinema francês nos próximos tempos.


Classificação - 3 Estrelas em 5

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