Realizado por Alexander Payne
Com Paul Giamatti, Da'Vine Joy Randolph, Dominic Sessa
Alexander Payne estreou no Festival de Toronto o seu novo filme "The Holdovers", uma comédia dramática que marca o regresso do célebre cineasta ao ativo seis anos após o lançamento do dececionante "Downsizing" (2017). Payne parece agora regressar às origens e aposta num filme do mesmo estilo de alguns dos seus sucessos, como "Os Descendentes" ou "Nebraska" e, pese embora a proposta não ter correspondido em pleno, a aposta correu bem e é este Payne que queremos ver mais.
Paul Giamatti, que colaborou com Payne em "Sideways", outro dos seus sucessos, interpreta um professor do ensino secundário pouco simpático e extremamente rabugento que não é amado pelos seus alunos nem sequer pelos seus colegas no colégio onde trabalha. Durante as Férias de Natal é incumbido, contra a sua vontade, de supervisionar alguns alunos que não chegaram a sair do colégio porque não foram passar as festividades a casa, estando entre eles um jovem problemático que está a lidar com problemas familiares e com quem o professor cria uma inesperada ligação. A esta dupla junta-se uma empregada que também está a passar por um trauma.
Havia muita expectativa em redor deste "The Holdovers" porque parecia ser uma obra capaz de promover uma narrativa emotiva, familiar, tocante e divertida e, apesar da sua génese ter essa proposta, certo é que acaba por sofrer e muito com um ritmo demasiado baixo e cansativo. E isto acaba por afastá-lo das massas para o tornar num filme da crítica, algo que se tornou patente pela crescente diferença de perspetivas e aplausos entre o grande público e a imprensa.
Payne conseguiu captar uma vibe engraçada num cenário minimalista mas competente, no entanto, falhou na hora de conferir dinamismo e destreza a uma narrativa que muitas vezes perde-se em demasia no crescente vínculo entre os dois grandes protagonistas que, sendo o grande enfoque do filme, padece de graves problemas estruturais que o tornam pouco apelativo e, acima de tudo, pouco credível. Talvez estivesse à espera de uma ligação mais próxima à apresentada em "Dead Poets Society" (1989) e tenha ficado desiludido, porque realmente o resultado final fica algo aquém.
Classificação - 3,5 Estrelas em 5
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