Crítica - The Killer (2023)

The Killer

Realizado por David Fincher

Com Michael Fassbender,Tilda Swinton,Arliss Howard


Talvez uma das maiores desilusões de 2023 até ao momento seja "The Killer"/ "O Assassino". A expectativa em redor deste novo projeto de David Fincher era imensa, aliás sempre se espera o melhor do criador de obras icónicas como "Se7en" ou "Fight Club", especialmente quando este produto aproxima-se do género que celebrizou este icónico cineasta. Mas errado está quem ousa colocá-lo no mesmo patamar das duas obras já citadas porque, infelizmente, "The Killer" aproxima-se mais de um apelativo jogo de espelhos do que propriamente de uma obra inteligente e aguerrida.

Na base da sua trama está a saga de um assassino profissional que, após cometer um erro numa missão, enfrenta os seus empregadores e a si próprio num ajuste de contas com alcance internacional que ele insiste nada ter de pessoal. Esta pequena "sinopse" parece intrigante e, sem correr o risco de ser mal interpretado, não se pretende afirmar que estamos perante um produto fraco ou mediano em toda a linha sem qualquer qualidade, mas reforçar isso sim que este é um thriller que fica abaixo das expetativas e do seu enorme potencial

É verdade que, entre os filmes sobre assassinos profissionais, "The Killer" é provavelmente um dos que apresenta a visão mais realista sobre este mundo sempre tão exagerado em Hollywood. É sem dúvida interessante do ponto de vista do espectador acompanhar os pensamentos do nosso misterioso protagonista ao longo da sua saga de vingança/redenção, pensamentos esses que oscilam entre dilemas morais e diretrizes/lições claras que contribuem para a sua sobrevivência. Não há dúvida que há pontos de interesse nesta saga e, claro, um grande potencial, mas nem tudo foi explorado com o detalhe esperado. 

No fundo, "The Killer" aproxima-se mais de um conglomerado de conceitos já vistos que não acentua nenhuma ideia diferenciada ou conceito criativo extravagante. Embora nos mostre um lado mais pessoal de um assassino, certo também é que este é por norma um lado muitas vezes explorado em Hollywood de forma a humanizar esta figura para torná-lo numa espécie de anti-herói. Sim, este Hitman é mais "realista" que um James Bond ou um John Wick que acumulam centenas de corpos nas suas missões. Mas no final de contas, o Hitman interpretado por Fassbender não é nada de transcendente e no final acaba por se revelar inesperadamente anti-climático.

Faltou talvez um pouco mais de originalidade e também um pouco mais de visão abrangente, já que  "The Killer" carece para surpresa de muitos de uma tentativa real de ser um thriller e vencer como um thriller. E isto é algo surpreendente para uma obra de Fincher deste calibre. É certo que se nota a tentativa do cineasta em criar um produto um pouco mais conceptual, mas não se pode dizer que tenha sido uma experiência completamente positiva.


Classificação - 3 Estrelas em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>