Crítica - Bleach (2018)

Realizado por Shinsuke Sato

Com Sôta Fukushi, Hana Sugisaki, Ryô Yoshizawa

O mangá “Bleach”, da autoria de Tito Kubo, é um dos produtos mais populares do género deste Século. Tão popular como "Attack on Titan", "Death Note", "Fullmetal Alchemist", Naruto" ou "One Piece", "Bleach", quer na sua versão mangá, quer na sua versão anime, é um dos grandes marcos da indústria japonesa de banda desenhada e animação e, por isso, não se estranhou quando ganhou uma adaptação cinematográfica, como aliás aconteceu com alguns dos seus produtos rivais da indústria. 

Tal como por hábito acontece, esta adaptação passou primeiro pela máquina do mercado interno, ou seja, pelo mercado japonês. Mas entre todas as grandes obras mangá deste Século, "Bleach" é provavelmente aquela com maior potencial para gerar, no futuro, uma adaptação em Hollywood. Sim, "Death Note", outro vulto, já teve uma má adaptação feita em Hollywood, como "Dragon Ball", "Pokemon" e "Ghost in The Shell" também tiveram num passado recente, mas a base explosiva e altamente prometedora de "Bleach" reúne todos os ingredientes para agradar ao Ocidente numa versão mais estilizada de Hollywood. E certo é que esta adaptação cinematográfica japonesa é bastante prometedora.....lançando boas vibrações positivas para uma possível saga cinematográfica nipónica e, possivelmente, para uma adaptação norte-americana. 

Esta adaptação já tem a produção da Warner Bros. Japão e a promoção da Netflix, algo que alimenta ainda mais a possibilidade da base deste produto chegar a Hollywood. Mas verdade seja dita que esta versão nipónica está bem construída e, acima de tudo, representa na perfeição o espírito e a capacidade criativa do arco inicial da trama do mangá. É claro que este arco é o mais fácil de adaptar explorar, mas é também o mais importante, já que lança as bases da mitologia e da explosiva ação do Universo Bleach...Nesta adaptação tais bases são habilmente explicadas ao espectador, e esta consegue prendê-lo a um grande mundo de fantasia altamente viciante que obrigará qualquer espectador que não conheça Universo a querer saber mais....e com isso ver o anime ou ler a banda desenhada.

E este mundo de fantasia tem como protagonista Ichigo, um estudante de quinze anos que tem o poder de ver espíritos! A sua habilidade chama a atenção de Rukia, uma capaz caçadora de espíritos que, quase por acidente, o recruta para para uma organização celestial que tem como função aniquilar  espíritos malignos e impedir que estes subjuguem o mundo e façam mal a almas humanas.  É esta a premissa resumida do primeiro arco introdutório de "Bleach" que, quer no cinema, quer nas outras versões, tem a grande missão de lançar um grande Universo e preparar o verdadeiro arco central da história que, que conhece, sabe bem que é complexo...e um dos melhores da indústria nipónica.

Nada a apontar a este produto na forma como adapta ao grande ecrã este primeiro arco, como também nada a apontar à sua componente visual que, tal como aconteceu nas adaptações de "Fullmetal Alchemist" ou "Rurouni Kenshin", não fica muito a dever às grandes obras de Hollywood apesar do orçamento inferior. O que lhe faltou foi sim um pouco mais de requinte e de capacidade sedutora para agarrar o espectador mais incauto. É porque embora explore competentemente as bases do mangá, acaba por mostrar muito pouco da parte mais criativa e fantasiosa do Universo Bleach, algo que poderá levar a algum desencanto, mas acima de tudo poderá impedir quem não conheça bem este Universo de ficar curioso pelo que pode vir aí....Mas embora pudesse ter sido um melhor embaixador da marca se tivesse caprichado nesta aproximação, certo é que, para o mundo cinematográfica, esta adaptação de "Bleach" representa um excelente primeiro passo e uma competente abordagem inicial.

Classificação - 3,5 Estrelas em 5