Pérolas Indie - Battle Royale (2000)

Realizado por Kinji Fukasaku 
Com Takeshi Kitano, Aki Maeda, Tatsuya Fujiwara, Chiaki Kuriyama 
Género – Acção/ Terror 

Sinopse – O Japão enfrenta uma grave recessão económica e os seus maiores problemas sociais estão relacionados com o abandono escolar e com o crime e contestação estudantil. Numa tentativa de intimidar as novas e rebeldes gerações de japoneses, o ultranacionalista governo do país aprova o temível Ato Battle Royale, um impiedoso programa de sobrevivência que, todos os anos, permite a escolha e posterior massacre de uma turma do terceiro ciclo escolar. Após uma seleção aleatória, os alunos da turma escolhida são enviados para uma ilha deserta onde terão que sobreviver durante três dias infernais à força dos elementos e às violentas intenções dos seus colegas de escola e amigos de infância. As regras do concurso são simples: tudo é permitido e no final dos três dias só um aluno/a é que poderá continuar vivo/a, caso contrário todos morrem. 

Crítica – Os críticos de “The Hunger Games” adoram dizer que esta famosa série literária de Suzanne Collins não passa de uma cópia rasca de “Battle Royale”, um famoso best-seller asiático que foi escrito por Koushun Takami em 1996. É verdade que estes dois trabalhos literários têm algumas semelhanças mas, em última análise, “Battle Royale” é muito mais violento e directo que “The Hunger Games”, porque foca grande parte da sua atenção na exaustiva e intensa luta pela sobrevivência de um pequeno grupo de estudantes que, sem treino ou aviso, são confrontados com a sua mortalidade e os seus instintos de sobrevivência mais básicos. O sucesso mediático de “Battle Royale” levou à criação de uma  excelente adaptação cinematográfica que, tal como a sua ilustre base literária, explora com objectividade o desenrolar da Battle Royale sem abordar de forma exaustiva os dilemas morais e as tensões românticas que se desenvolvem entre os dois protagonistas e algumas personagens secundárias. O seu enredo centra-se maioritariamente na intensa batalha pela sobrevivência de dois alunos, Shuya Nanahara e Noriko Nakagawa, que para além de terem que lutar contra tudo e contra todos para conseguirem sobreviver, são forçados a assistir à progressiva degradação psicológica dos seus colegas de turma que, confrontados com a brutalidade e incerteza da sua situação, sucumbem aos seus instintos naturais de sobrevivência ou recorrem ao suicídio para terminarem de vez com o seu sofrimento. O desenvolvimento de “Battle Royale” é muito interessante e, sem ser muito violento ou melodramático, oferece-nos uma boa variedade de cenários que nos mostram o extremo da violência e crueldade humana, mas também as várias fragilidades do lado moralista da humanidade que, em certas situações, leva os alunos que são incapazes de matar alguém a tomarem más decisões ou a desistirem de viver. É claro que existem em “Battle Royal” vários momentos onde o romance e a fraternidade assumem o controlo da narrativa, mas todas essas cenas são necessárias para reforçar o seu espirito de sobrevivência ou amizade e para conferir um pouco de melodramatismo ao filme, evitando assim que este se torne num fútil festival de violência e brutalidade. O único grande defeito de “Battle Royal” é a sua conclusão, que infelizmente nos leva por um caminho demasiado feliz que acaba por contrastar com o resto do filme, no entanto, este pequeno e expectável defeito não é suficientemente forte para estragar uma produção que, sem ser brilhante ou demasiado gráfica e explícita, consegue entreter e pintar um quadro muito interessante sobre a natureza humana. 

 Classificação – 3,5 Estrelas em 5

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3 Comentários

  1. Esse filme é um dos piores que já vi, sem dúvida. O mangá é 1 milhão de vezes melhor, e merecia um anime.

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  2. Filme ridículo, não merece nem metade da nota, as atuações são sofríveis, só se preocupavam em perguntar um ao outro se estavam apaixonados por alguém, no meio da tensão toda. Quis mexer com violência extrema e ao mesmo tempo um enredo infantil. Nota zero!

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