Crítica - The Good Doctor (2011)

Realizado por Lance Daly
Com Orlando Bloom, Riley Keough, Rob Morrow

É algo raro ver o popular Orlando Bloom interpretar um vilão no grande ecrã, por isso até é surpreendente e agradável ver a sua prestação como o maquiavélico e desequilibrado Dr. Martin Blake em “The Good Doctor”, um thriller relativamente mediano que vale apenas pela performance categórica de Orlando Bloom e pela complexidade moral e emocional da sua personagem. A história desta produção independente acompanha então a jornada de Martin Blake (Orlando Bloom), um jovem e ambicioso médico, desejoso de impressionar os seus superiores e colegas, tanto o Chefe de Serviço Waylands (Rob Morrow), como o confiante estagiário Dan (Troy Garity), ou até a dura enfermeira Theresa (Taraji P. Henson). Mas as coisas não correm de feição a Martin e este não consegue livrar-se das suas inseguranças. Quando Diane (Riley Keough), uma jovem adolescente, é internada no hospital com uma infeção renal, Martin torna-se o seu médico e encontra nela o impulso necessário que tanto procura para aumentar a sua autoestima. Só que tudo se transforma quando o seu entusiasmo se começa a tornar numa obsessão que descamba numa série de perigosas consequências.


A ideia de “The Good Doctor” é boa e o filme até não é mau como um todo, mas nota-se claramente que Lance Daly (Realizador) e John Enbom (Guionista) poderiam ter feito muito mais com este thriller que tinha potencial para render muito mais. O seu argumento é parco em intensidade, porque não está rodeado por um forte ambiente de suspense nem tem muitos momentos de surpresa, mas o que mais causa estranheza nesta narrativa é a forma lenta e demasiado calma como os seus vários eventos mais conturbados são introduzidos, tratados e até concluídos. A forma como estes eventos entram e afetam a vida e rotina de Martin Blake (Orlando Bloom) também é um bocado estranha, sobretudo porque “The Good Doctor” nunca retira o máximo deste magistral e maquiavélico interveniente, que merecia claramente uma obra melhor onde pudéssemos assistir a uma pormenorizada evolução, análise e contextualização da sua loucura e incómodo social. O argumento não aproveitou o potencial desta personagem principal, mas Orlando Bloom aproveitou todas as suas qualidades para a rentabilizar e arrancar uma performance muito completa que enriquece um pouco este thriller, onde infelizmente se contam pelos dedos os pontos positivos e onde os negativos existem por conta da clara incompetência dos seus criadores. 

Classificação – 2,5 Estrelas em 5

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