Análise Literária - A Hora da Hipnose, de Rui Péricles

Editora: Coolbooks

Género: Fantástico/Juvenil
Páginas: Aproximadamente 46
Ano de Edição: 2014
Coleção: Criptocontos

“A Hora da Hipnose” é um conto de arrepiar a espinha que pretende ser direto e incisivo. Em poucas palavras, o jovem autor descoberto pela Coolbooks, Rui Péricles, constrói uma narrativa intrigante e misteriosa, deixando o leitor num estado constante de curiosidade. Ao bom estilo de autores como R.L. Stine (o autor da saga “Arrepios” de quem Péricles se declara fã), o jovem autor português faz uso de um vocabulário tão fluido quanto rico para dar vida a uma história juvenil repleta de segredos ocultos que decerto fará as delícias dos mais novos. Cada capítulo é rematado com um muito apreciado toque de mistério que praticamente obriga o leitor a manter as páginas abertas, sob pena de não conseguir adormecer por causa de ficar a noite inteira a matutar no que virá a seguir. E apesar de se tratar de um conto relativamente curto, Péricles consegue arquitetar uma história com princípio, meio e fim, o que nem sempre é tão fácil quanto parece, sobretudo numa obra destas características. Embora curto, “A Hora da Hipnose” não soa a incompleto e isso é digno de ser aplaudido. Muito resumidamente, “A Hora da Hipnose” conta-nos a história de Débora, uma rapariga de 16 anos que não se consegue lembrar de um evento traumático por que passou na infância. Como forma de responder a um desafio de um amigo, ela decide participar no programa televisivo “A Hora da Hipnose”, onde o apresentador Hélder Macedo a ajudará a deslindar os segredos do passado. Mas aí impõe-se a seguinte questão: estará Débora preparada para lidar com as chagas do seu passado esquecido? “A Hora da Hipnose” é, sem dúvida, um conto escrito a pensar num público mais jovem. Porém, nem por isso deixa de possuir tiradas que apelam a leitores adultos, destacando-se por exemplo a forma subtil e inteligente como o autor critica o entretenimento moderno e a programação medíocre das estações televisivas. Em suma, deteta-se uma ou outra incongruência na narrativa deste “A Hora da Hipnose”, mas nada de grave que deite por terra a estrutura da obra. Tendo apenas 20 anos, Rui Péricles terá ainda muito tempo para limar arestas e aperfeiçoar detalhes, mas “A Hora da Hipnose” garante-lhe desde já uma estreia prometedora no mundo literário. Os mais jovens em particular não deverão revirar os olhos a estes Criptocontos, que bem poderão tornar-se os “Arrepios” do universo literário lusófono. 

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1 Comentários

  1. Olá! Quero agradecer pela divulgação aos meus livros e também dar os parabéns pelo magnífico site. Sendo fã de cinema, vou tornar-me visitante assíduo :-)

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