Crítica - Inside Out (2015)

Realizado por Pete Docter 
Com Amy Poehler, Mindy Kaling, Bill Hader 

Já quando todos esperam a perfeição, a Pixar consegue mesmo assim superar a pressão e tirar da cartola mais um fantástico filme de animação que corresponde a todas as expetativas que alguém poderia ter sobre mais uma produção da autoria das mentes geniais e altamente profissionais, criativas e produtivas que, salvo exceções muito ocasionais, conseguem surpreender, entreter e espantar uma grande variedade de espetadores de diferentes idades e com exigências muito dispares. Fiel ao pormenorizado e expressivo estilo técnico a que a Pixar já nos habituou com as suas produções, "Inside Out" é um filme que, para além de estar muito bem feito, consegue entreter com muita facilidade qualquer espectador graças a um argumento divertido e inocente, mas que por detrás de uma simplicidade muito especial esconde uma abordagem muito adulta e criativa sobre o poder das emoções e a sua influência no nosso quotidiano.
Os verdadeiros protagonistas desta produção são, precisamente, as nossas emoções que, para facilitar um retrato digno para todas as idades, são aqui reduzidas a apenas cinco emoções compostas por Alegria, Nojo, Raiva, Tristeza e Medo que são interpretadas por cinco bonequinhos muito engraçados que variam de fisionomia tendo em conta o humano onde habitam, mas que na sua essência mantêm as suas bases emocionais. 


A aventura do filme desenrola-se dentro da mente de uma menina de onze anos e tem como protagonistas a Alegria e a Tristeza que juntas vivem uma grande aventura cheia de percalços, descobertas e, claro está, uma grande variedade de emoções no centro da mente dessa criança que vê o seu mundo virado do avesso quando começa a entrar na adolescência e tem que enfrentar uma mudança drástica na sua rotina. É claro que a base de "Inside Out" tem um cariz infantil, mas o seu enredo tem ramificações intelectuais muito curiosas e interessantes que põem em perspetiva a importância das nossas principais emoções no seio do nosso quotidiano e comportamento. É claro que este espectro mais adulto e de certa forma pessoal e psicológico pode passar um pouco ao lado do público mais jovem, mas serve de aliciante para os mais velhos que, graças à corporização das emoções e à sua importância funcional na mente das personagens humanas onde estão inseridas, conseguem acompanhar um curioso jogo de emoções que poem em evidência a aptidão e a importância que o nosso lado emocional tem nas nossas vidas e decisões.
É óbvio que o retrato muito simbólico que é feito dessa corporização emocional é bastante infantil e doce, mas há que dar os parabéns aos responsáveis por "Inside Out" por terem tido coragem e imaginação para apostarem numa narrativa tão complexa ao nível da socialidade, criatividade e humanidade, mas que no fundo não deixa de apostar na diversão e na inocência com muito humor, aventura e felicidade à mistura, sendo acompanhada claro está por uma lição de moral mais psicológica e especial do que qualquer outro filme da Pixar até ao presente dia, mas todas as visões morais que este filme apresenta podem-se dividir em vários níveis e ficam assim ao alcance da compreensão de todo o tipo de público que queira e possa ver esta bela e fantástica animação que, quase de certeza, irá vencer o Óscar de Melhor Filme de Animação e dar assim à Pixar mais um triunfo merecido que se juntará aos aplausos já assegurados por esta obra judo do público e imprensa.

  Classificação - 4,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. "Divertida-Mente": 5*

    Estava reticente acerca de "Divertida-Mente" pois é um filme de animação e já não sou muito fã, mas surpreendeu-me pela positiva.
    Este filme é fantástico e recomendo que vejam "Inside Out", pois tem uma maravilhosa história e mexe com os nossos sentimentos.

    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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