Quando foi lançado em 2018, "Bird Box" foi um sucesso imediato. Esta adaptação do homónimo best seller de Josh Malerman (que foi protagonizada por Sandra Bullock e produzida pela Netflix) recebeu na altura boas críticas e foi um dos filmes mais vistos da Netflix no seu ano de estreia. Não é por isso de estranhar que se continuou a falar de uma sequela durante os anos seguintes.
Mas a Netflix tinha outros planos para o Universo Bird Box. Ao invés de apostar numa continuação direta do primeiro filme, a Netflix optou por apastar em vários filmes spin-offs que se ambientam nessa realidade e que se vão desenrolar em vários pontos do planeta. A peculiaridade destes projetos é que serão produzidos por vários países e vão explorar o impacto da chegada da maligna entidade por via de diferentes perspetivas de diversos países.
A primeira spin-off chegou já este ano à plataforma e é um filme espanhol: "Bird Box: Barcelona". Este primeiro spin-off conta com o regresso dos produtores Dylan Clark e Chris Morgan, já a sua realização estará a cargo da dupla espanhola David Pastor e Àlex Pastor. É de recordar que esta dupla não é estranha a Hollywood e aos thrillers pós-apocalípticos/ pandémicos, tendo já realizado obras como "Carriers" em Hollywood e o blockbuster "Los Ultimos Dias" em Espanha.
Ficou claro para a Netflix que outros spin-offs em colaboração com outros mercados deveriam avançar, caso este primeiro fosse um sucesso. Mas a realidade é que não foi. Ao contrário da obra de Hollywood, "Bird Box: Barcelona" recebeu muito pouca atenção mediática e, apesar de ter chegado aos Tops Netflix em alguns países, passou completamente ao lado do primordial mercado norte-americano. Será este um revés para a estratégia da Netflix? Já durante a campanha de lançamento desta spin-off os produtores tinham confirmado que um "Bird Box 3" não estava em produção nem em negociações para avançar e, após o insucesso verificado, dificilmente a Netflix continuará a apostar no desenvolvimento da saga nestes moldes.
Mas voltando a "Bird Box: Barcelona". É este filme assim tão mau? E a verdade é que não é. É uma decente spin-off mas que, infelizmente, fica a léguas do nível apresentado ela obra liderada por Sandra Bullock. É verdade que tem alguns bons momentos que nos transportam para o ambiente de mistério e tensão do primeiro, mas falta suspense e aquela dose de terror tão bem vincada na obra de 2018. É certo que esta spin-off nos dá uma nova perspetiva e coloca-nos na pele de uma espécie de vilão, mas ainda assim esperava-se mais e melhor de uma spin-off de um produto que deixou tanta coisa em aberto...
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