Elogiado por muitos e aclamado pela crítica, tanto é que é um dos 8 Candidatos ao Óscar de Melhor Filme, "Bohemian Rhapsody" não está, no entanto, isento de falhas. O certo é que esta cinebiografia de Freddie Mercury apresenta algumas e importantes incongruências factuais que têm sido questionadas pelos fãs de Mercury e de Queen.
É claro que tais falhas não são graves ou depreciativos para a imagem de Mercury, mas resultam, ainda assim, de um embelezamento ficcional promovido pelo filme. Estas são as principais:
Filme / Ficção
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Realidade /Facto
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No filme, um tímido Mercury
apresenta-se a Brian May e Roger Taylor que tinham acabado de atuar num bar e
viram sair nessa mesma noite, por acaso do destino, o baixista/ vocalista da
banda a que pertenciam. Neste contexto, Mercury convence-os a deixá-lo entrar
para a banda e assim começa a saga dos Queen. A realidade é bem menos mágica
e espetacular, já que Freddie conheceu May e Taylor na faculdade e até
dividiu um apartamento com May antes de entrar para a banda, pelo que o
encontro inicial entre os três foi bem menos espetacular. Também neste
contexto,
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A
realidade é bem menos mágica e espetacular, já que Mercury conheceu May e
Taylor na faculdade e até dividiu um apartamento com May antes de entrar para
a banda, pelo que o encontro inicial entre os três foi bem menos espectacular.
É certo que May e Taylor tinham uma banda antes de Mercury e este só entrou
quando o vocalista dessa banda saiu, mas o contexto é completamente
diferente.
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O filme dá a entender que John Deacon foi o primeiro baixista dos Queen,
mostrando-o até a tocar o instrumento no primeiro show dos Queen em 1970
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Na realidade, Deacon foi
o quarto baixista que os Queen tentaram e só se juntou oficialmente à banda
em 1971 e não em 1970.
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Após uma das loucas festas organizadas por Freddie
Mercury, este conhece e mete conversa com um Empregado da Empresa de
Cattering da Festa. Esse Empregado chama-se Jim Hutton e resiste aos avanços
românticos e sexuais de Mercury nesse festa, dizendo-lhe que só poderá
prosseguir algum tipo de relação com ele quando Mercury endireitar a sua vida.
No final do filme, Mercury procura e reencontra-se com Hutton nas vésperas do
Live Aid após ter encontrado a paz e o equilibro de que Hutton falava e os
dois começam uma relação!
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Esta
pode parecer uma história romântica, mas foi claramente exagerada. Em
primeiro lugar, Hutton nunca foi um empregado de mesa, mas sim um cabeleireiro.
os dois não se conheceram numa festa de
Mercury, mas sim numa Discoteca Gay. E o início do seu relacionamento sério foi
bem menos romântico como o filme demonstra. O que é verdade é que Hutton foi
o único relacionamento formal que Mercury teve depois de Mary (a sua noiva),
e que Hutton foi o único Homem que ficou ao lado dele até o fim.
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O filme revela que a vida imprudente de Freddie criou
vários atritos com os outros membros da banda. Os Queen acabam por se separar
quando Mercury aceita um contrato de quatro milhões de dólares para lançar um
álbum a solo, algo que irrita o resto da banda.
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Os
Queen nunca se separaram! É certo que houve atritos entre o grupo devido ao
estilo de vida agressivo de Mercury, mas o grupo sempre concordou que cada um
poderia seguir uma carreira a solo se quisesse sem depender da restante banda
e desde que esta nunca fosse desmantelada. O baterista Roger Taylor foi,
aliás, o primeiro elemento da banda a seguir uma carreira a solo, tendo lançado
dois álbuns antes de “Mr. Bad Guy” (1985), o álbum a solo de Mercury.
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O filme mostra-nos que, após a saída de Mercury da
banda, este entra num vórtice depressivo que o faz endireitar a sua vida e
implorar aos restantes elementos do Queen para voltarem a tocar juntos, sendo
que o Live Aid será o melhor evento para o regresso, algo que causa apreensão
entre todos os membros porque já não tocavam juntos à muito tempo e o
concerto poderia ser um fiasco visto por milhões.
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Tal como já se disse, os
Queen nunca acabaram, aliás, um ano antes do Live Aid os Queen iniciaram uma
digressão mundial para promover o seu álbum The Works, digressão essa que só
terminou em Maio de 1985.O Live Aid realizou-se em Julho do mesmo ano, pelo
que não havia qualquer medo concreto de que a banda não conseguir atuar e
toda a preparação épica que o filme demonstra é, na realidade, uma falsidade.
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Um dos piores erros do filme é a forma como explora
a relação de Mercury com a SIDA. No filme, Mercury descobre que sofre de SIDA
antes de regressar aos Queen, aliás o diagnóstico é um momento decisivo na
sua vida, já que reafirma o seu compromisso com os Queen e reaproxima-o dos
seus verdadeiros amigos de Jim Hutton. Já conhecendo o seu diagnóstico,
Mercury faz as pazes com os seus pais e incute à sua performance no Live Aid
uma energia e um significado muito profundo e dramático, quase que se
despedindo do público.
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Na
realidade, Mercury só foi diagnosticado com SIDA em 1987, mais de dois anos
após o Live Aid. Na altura, Mercury desconhecia que era portador do Vírus HIV
e a sua performance de alto valor emocional nada teve a ver com a sua doença
ou com o término da banda. Foi apenas uma grande performance de Mercury e dos
Queen, aliás a partir de 1987 as performances dos Queen foram cada vez menos
frequentes e o próprio Mercury começou a ter problemas de saúde que impediam
performances tão energéticas como a do Live Aid. O diagnóstico de SIDA foi
decisivo para Mercuy cortar com alguns comportamentos de risco, mas não foi
isso que o fez aproximar de Hutton, dos Queen ou até da sua família.
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Ao longo do filme são exibidas várias imagens de performances
dos Queens e é nos dado uma espécie de cronologia dos eventos que levaram à gravação
de algumas das músicas mais icónicas dos Queen.
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Uma boa parte destas cronologias
e histórias de bastidores não correspondem à verdade ou estão mal localizadas
no tempo. Por Exemplo, a icónica sequência onde Mercury canta “Love of My
Life” ao vivo perante uma multidão no Brasil aconteceu na realidade, mas 10
Anos Depois da Data que é dada no filme e já com Mercury divorciado de Mary.
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1 Comentários
Excelente artigo sobre os erros do filme, pois sou fã da banda e creio que o filme sirva de entretenimento/homenagem a banda e não uma biografia concreta!
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