Após um primeiro dia onde Expensive Soul, Emir Kusturica e Bush brilharam ao mais alto nível esperava-se, também, um segundo dia recheado de grandes atuações no North Music Festival no Porto e, verdade seja dita, que tais expectativas confirmaram-se.
A abrir o Palco Principal estiveram os Glocknwise, uma jovem banda de Barcelos que, inicialmente, teve que lidar com uma fraca afluência ao seu espetáculo, já que boa parte dos festivaleiros ainda estava a chegar ou a ver o desfecho do jogo de futebol entre o Futebol Clube do Porto e o Sporting Clube de Portugal para a Taça de Portugal. O concerto desta jovem banda no NMF não foi extraordinário, mas deu para mostrar um certo potencial que esta banda poderá apresentar em espetáculos mais independentes, por exemplo, será interessante ver como é que os Glocknwise vão comportar-se quando atuarem em casa no Festival Bom Sons.
Seguiu-se no Palco Principal outra Banda Portuguesa, mas esta com créditos bem mais firmados na indústria musical: os Capitão Fausto. Já com uma boa falange de apoio, os Capitão Fausto deram um concerto à sua imagem no NMF e até arrancaram a maior dose de aplausos do público quando entoaram alguns sucessos como “Amanhã Tou Melhor”.
Os Capitão Fausto já conseguiram reunir milhares de pessoas junto ao Palco Principal, mas a esmagadora maioria dos festivaleiros presentes no NMF acorreu em massa para este palco para assistir ao aguardado concerto dos Bastille. A banda inglesa de Indie Rock e Rock Alternativo, formada em 2010 e composta por Dan Smith (voz e piano), Kyle Simmons (piano, guitarra e 2ª voz), Will Farquason (baixo e 2ª voz) e Chris “Woody” Wood (bateria e 2ª voz) regressou ao Porto (Atuou em 2018 em Gaia no Festival Meo Marés Vivas) para mais um concerto cheio de energia. O Porto gosta dos Bastille e os Bastille gostam do Porto. É uma evidência.
Entre todos os concertos do NMF, o dos Bastille foi aquele que mais interação gerou entre o Público e a Banda. Nem mesmo os Franz Ferdinand conseguiram reunir tanto calor do público, apesar de terem juntado mais gente no seu concerto. A banda terminou o seu set com o seu enorme sucesso de 2013: “Pompeii”. Mas no palco do NMF, os Bastille entoaram muitos outros sucessos, nomeadamente o recente “Happier” ou “Things We Lost in the Fire”. “Quarter Past Midnight”, “Send Them Off!”, “Two Evils”, “Icarus”, “Flaws”, “4AM”, “Doom Days”, “Blame”, “Laura Palmer”, “Of The Night” e “Good Grief” também fizeram parte do alinhamento dos Bastille que também reuniram muitos aplausos quando apresentaram o seu mais recente single “Joy”. É claro que “World Gone Mad”, a canção que compuseram para o filme “Bright” da Netflix, também não foi esquecida e brilhou bem alto. No geral, os Bastille não desiludiram e a presentaram um concerto espetacular e cheio de energia e interações com o público, tendo Dan Smith feito até um mini-tour por toda a área do Palco Principal.
Coube aos Franz Ferdinand, os reais Cabeças de Cartaz do NMF 2019, fechar o Palco Principal da Edição de 2019 do festival. E que grande concerto que deram. Após a imagem fraca que deixaram no Super Bock Super Rock 2015 em aliança com os Sparks, os Franz Ferdinand redimiram-se no NOS Alive 2018 e confirmaram a tendência de redenção nesta edição do NMF 2019. Foram 19 as músicas entoadas pelos Franz Ferdinand que começaram logo em força com um dos seus maiores sucessos: “The Dark of the Matinée”. O Porto e o NMF apadrinharam, depois, a estreia da música “Black Tuesday” que se seguiu à recordação de “No You Girls”, um single de 2009 que se destaca pela qualidade e que até marcou presença no filme de terror “Sorrority Row”.
Foi depois tempo de escutar outro dos grande sucessos do passado dos Franz Ferdinand: “Do You Want To”. “Come On Home” e “Always Ascending” antecederam outro dos sucessos da banda britânica “Walk Away”. Seguiram-se os novos “Lazy Boy” e “Glimpse of Love”, isto antes de “Right Action”, uma canção que a banda já não tocava ao vivo desde 2014, regressar aos palcos e logo no Porto. Antes do encore ouviu-se ainda “Darts of Pleasure”, “Lucid Dreams”, “Feel the Love Go”, “Michael”, “Ulysses” e, claro está, “Take Me Out”, provavelmente o maior sucesso comercial da banda até à data.
O encore contou com três músicas bem conhecidas do passado dos Franz Ferdinand. Tudo começou com a antiguinha “Jacqueline” de 2004 e terminou com o popular “This Fire”, sendo que pelo meio houve ainda tempo para “Love Illumination”. Entre todas as canções tocadas pelos Franz Ferdinand, “This Fire” foi, sem dúvida, aquela que mais junto o público e que no fundo caracteriza a sua relação com esta poderosa e popular banda que, uma vez mais, trouxe o seu característico pop-rock escocês ao nosso país. Tal como já se disse no início, esta foi mais uma grande atuação de Alex Kapranos e Companhia que confirmaram, assim, a tendência de redenção e a ideia que quando os Franz Ferdinand se focam nas suas origens são imparáveis. É certo que a banda já teve melhores dias nas tabelas, mas ao vivo continuam a ser uma enorme tour de force.
O NMF fechou, depois, às 2h00 com uma DJ Set dos portugueses Moulinex que, assim, acabaram em alta mais uma grande edição do NMF. Um festival, cada vez mais, conquista os festivaleiros portugueses e parece situar-se, em definitivo, como uma paragem obrigatória do circuíto nacional de festivais.
0 Comentários