Crítica - Godzilla: King of the Monsters (2019)

Crítica - Godzilla: King of the Monster (2019)
Realizado por Michael Dougherty
Com Millie Bobby Brown, Vera Farmiga, Charles Dance

Fiel ao estilo dos Filmes Kaiju ou Filmes de Monstros Gigantes, cujos principais antepassados incluem, precisamente, os filmes originais Godzilla ou King Kong, “Godzilla: King of the Monsters” é de facto um festival de ação e violência entre criaturas gigantescas, festival este aprimorado por excelentes efeitos especiais. Neste capítulo não há grandes falhas a apontar-lhe, porque cumpre com tudo aquilo que vinha a prometer e vai de encontro com as expectativas geradas pelos fãs deste género que exigiam ver um festival de lutas entre Monstros.
O seu antecessor, “Godzilla”, o filme que de certa forma iniciou o Monster Franchise da Warner Bros./ Legendary Pictures, foi um sucesso, mas os fãs criticaram-no por não ter tantas lutas entre monstros como deveria, mas também porque que nem todas as presentes faziam justiça ao hype criado. Esses mesmos fãs não se podem agora queixar desta segunda entrega (ou terceira atendendo à cronologia do franchise), porque “Godzilla: King of the Monsters” entrega tudo aquilo que eles mais desejavam, ou seja, várias lutas épicas entre seres monstruosos. À cabeça destes seres está Godzilla, mas nesta nova entrega tem companheiros com mais peso e mais garra que os dos Monstros MUTU do primeiro filme. E tais companheiros são também boa parte do brilho desta entrega, já que é um prazer ver Godzilla rodeado por três grandes figuras lendárias do Universo Godzilla: Mothra, Rodan e King Ghidorah, este último o grande vilão deste capítulo. 


Crítica - Godzilla: King of the Monster (2019)


Este capítulo é, portanto, um deleite para os fãs e para os conhecedores das origens de Godzilla, mas embora cumpra aquilo que promete apresenta, ainda assim, alguns problemas. O filme de 2014 pode até não ter lutas tão espetaculares como este segundo filme, mas contava com um enredo mais completo e menos propenso a devaneios. É certo que quem viu o filme de 2014 recordar-se-á da infeliz saga familiar das personagens de Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen que nada de positivo trouxe ao filme. Mas pese embora tais lapsos de julgamento, pode-se dizer que o enredo de “Godzilla” soube apresentar, contextualizar e suportar devidamente todos os eventos tresloucados do filme, criando assim uma boa base de sustentação para Universo dos Titãs do atual Franchise. 


Crítica - Godzilla: King of the Monster (2019)


Este novo capítulo parece ter ignorado um pouco as razoáveis bases narrativas do primeiro filme e decidiu, como já se disse, entregar tudo aquilo que os fãs mais desejariam, mesmo sacrificando para esse fim uma estabilidade narrativa que pode vir a ser essencial. Mas até mais que esta questão da coerência ou da estabilidade, “Godzilla: King of the Monsters” falha ao caprichar negativamente no lado mais dramático e emocional da história. A emoção é importante sim para alavancar uma reação do espectador, mas um sentimento de drama falso é prejudicial em qualquer tipo de filme. Após a parca tentativa do primeiro filme em desenvolver uma ligação emocional/dramática com o espectador por uma via familiar claramente mal explorada, neste temos mais dramas familiares internos mal resolvidos, sacrifícios sem sentido, mortes desnecessariamente melodramáticas e conversas, decisões ou relações absurdamente ridículas. No fundo, pode-se dizer os Humanos quase que arruínam este Filme de Monstros com as suas paupérrimas interações que em nada acrescentam a um filme desta temática, onde os Monstros parecem ter mais inteligência e onde têm, decididamente, mais preponderância. A questão é que o filme chega a ser tão ridículo neste ponto de exagerar conexões melodramáticas só pelo belo prazer de as ter, que até os próprios Monstros são afetados por tal melosidade tóxica. 
Se fosse mais neutro, mesmo sendo menos emocional, “Godzilla: King of the Monsters” seria um blockbuster bem mais completo e com um maior alcance popular. É certo que poderia ser descrito como um filme com um rótulo bem definido, mas pelo menos poderia orgulhar-se de o ostentar se realmente lhe fosse completamente devoto. Mas como já se viu, apenas parte do filme é fiel aquilo que realmente se esperava e exigia….


Classificação – 3 Estrelas em 5

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