Crítica - Rocketman (2019)

Realizado por Dexter Fletcher 
Com Taron Egerton, Jamie Bell, Richard Madden 

A carreira e história de vida de Elton John, famoso artista musical britânico, chega aos cinemas por via de uma cinebiografia produzida com o seu aval, mas claramente abaixo das expectativas e das esperanças depositadas. Embora apropriadamente intitulado com o nome de uma das principais músicas desta estrela pop, “Rocketman” não é uma obra fulgurosa nem sequer tão exponencial como a música que lhe empresta o nome. É sim um resultado atabalhoado entre um drama, uma biopic e um musical, onde para surpresa de muitos, os elementos musicais da vida e carreira de Elton John são muito mal aproveitados e potencializados.
Nem tudo é 100% Mau, já que existem momentos que correspondem ao que se poderia esperar de um filme sobre Elton John, como é o caso das sequências que espelham o seu Concerto de Estreia no The Troubadour ou a Sequência Suicida numa Festa, ambas ao som de dois dos seus maiores clássicos. O grave problema é que pontos altos como estes não passam disso, ou seja, pontos altos perdidos no meio de um deserto de ideias e criatividade, onde a vida e carreira do artista não é devidamente abordada.
É impossível não fazer um paralelismo com outra biopic recente de uma estrela pop britânica (esta já falecida) com alguns paralelismos na vida pessoal e ascensão profissional. Falo claro está de “Bohemian Rhapsody”, a biopic de Freddie Mercury e dos Queen. É sempre injusto comparar duas obras sobre personalidades completamente diferentes e com abordagens visivelmente distintas, mas certo é que os responsáveis por “Rocketman” puseram-se a jeito devido ao timing do lançamento desta obra. E certo é que qualquer comparação entre estes dois projetos é um exercício inútil e fútil, já que as diferenças gerais de qualidade entre ambos são abismais. A diferença é que os responsáveis por “Bohemian Rhapsody” tomaram decisões pensadas e ponderadas que, em última análise, compensaram pese embora certos riscos, imperfeições e falácias. Já os criativos por detrás de “Rocketman” refugiara-se numa ideia pré-concebida e estereotipada que culminou num filme banal, onde apenas são visíveis alguns rasgos de genialidade que infelizmente demonstram o potencial desperdiçado desta obra.
É inevitável pensar que, por muito estranho que pareça, “Rocketman” perde por tentar explorar em demasia um lado musical que, simplesmente, não funciona no contexto Broadway que o filme tenta desenvolver. Mais ainda quando esta aposta é acompanhada por um guião que, mais do que explorar a vida da estrela pop, tenta apelar a um lado dramático incompreensível. E fá-lo ao passar uma imagem de um Elton John que sempre se sente tão triste e incompreendido que apenas as drogas e a autopiedade podem ajudá-lo a viver.  Este tom bastante insuportável usado em detrimento de uma abordagem verdadeiramente pessoal e explorativa, quer do percurso pessoal do cantor, quer do seu maravilhoso processo criativo, acabam por atirar para baixo esta biopic sem um rumo realista definido.  

Classificação - 2,5 Estrelas em 5

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