Sem Cinemas, Mercado Home Video É a Solução De Subsistência dos Estúdios




Com boa parte da população da Europa, Ásia e América do Norte, Centro e Sul em casa, quer em quarentena, quer em regime teletrabalho, o Video on Demand e o Streaming têm tido grande procura, aproveitando também os fechos dos cinemas convencionais (apesar de haver alternativas inconvencionais abertas em alguns países). Mas engane-se quem pensa que são apenas as plataformas streaming, como a Netflix, a HBO ou a Hulu que têm aproveitado esta crise para conquistar novos públicos.
É inegável que as plataformas streaming estão em alta, tanto é que a Comissão Europeia já pediu à Netflix para não disponibilizar filmes na qualidade máxima para não provocar uma quebra no fornecimento da internet. Mas todo o planeta cinematográfico está atento a este mercado e até os estúdios de cinema independentes que são, desde sempre, críticos destas plataformas tiveram que aderir ao Video on Demand e Similares para não terem grandes quebras. Mas vamos por partes e comecemos pelo mais óbvio.
Sim, as plataformas streaming estão aí e são um meio primordial para manter vivo o espírito cinéfilo de cada um. Para além de filmes, serviços como a HBO, a Netflix, o Disney+, a Hulu ou, no caso português, o Filmin disponibilizam também séries de qualidade. Mas se nos focarmos apenas nos filmes vemos que os catálogos cinematográficos de todos estes serviços são bem interessantes, mas se excluirmos filmes exclusivos de cada serviço, são poucos os grandes lançamentos cinematográficos  que chegam rapidamente a estes serviços. É aqui que entra o Video on Demand.
Sim, o Filmin anunciou já que vai disponibilizar vários filmes que passaram recentemente pelos cinemas na sua plataforma, incluíndo o filme português "Mosquito", a obra de João Nuno Pinto que viu o seu percurso cinematográfico ser interrompido em Portugal pelo Covid-19. É claro que haverá excepções como a do Filmin, mas ainda assim não espere ver grandes sucessos que estiveram há pouco tempo nos cinemas nestas plataformas. Mas poderá vê-los nos Videoclubes Online dentro de algumas semanas.
Nos Estados Unidos da América, todos os grandes estúdios norte-americanos, como a Disney, a Universal ou a Warner Bros. já anunciaram que vão agilizar o lançamento dos seus filmes mais recentes de maior sucesso no mercado do Video on Demand. Nos Estados Unidos, a Universal, por exemplo, já disponibilizou, nas suas plataformas, filmes como "The Hunt" ou "The Invisible Man" que até à semana passada estavam nos cinemas. "Frozen 2", "The Way Back", "Birds of Prey" ou "Star Wars: The Rise of Skywalker" da Warner e Disney também serão disponibilizados, nos próximos dias, no serviço Video on Demand. E mais filmes se irão seguir, aliás  muitos estúdios norte-americanos, quer sejam os grandes, quer os independentes, planeiam até lançar mais filmes diretamente no Video on Demand sem que estes passem sequer pelas salas de cinema. Já se sabe que os estúdios têm sempre planeados lançamentos exclusivos para o Home Video, mas estes lançamentos podem sofrer um crescimento exponencial. 
Estas medidas e lançamentos, para já, estão só previstos para a América do Norte, mas quase de certeza também chegarão à Europa e à Ásia devido à importância destes mercados. É claro que os grandes estúdios vão sempre reservar os grandes lançamentos para os cinemas e vão esperar o que for preciso para que tal aconteça, mas claramente a Netflix ou a Hulu ganharam a feroz concorrência dos grandes estúdios com esta crise, muitos deles com as suas próprias plataformas. E quem sabe se o Covid-19 pode não representar uma mudança no paradigma do consumo do cinema? E se esta crise levar os estúdios a concluir que será mais proveitoso lançar 90% dos seus filmes no Video on Demand ou nas suas Plataformas em vez de lançar a maior parte dos seus catálogos nos cinemas? Será que os Cinemas Tradicionais vão ser mais prejudicados do que se pensaria inicialmente por esta pandemia? Só o tempo o dirá...

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