Crítica - Turning Red - Estranhamente Vermelho (2022)

Divulgado o Primeiro Teaser de Turning Red, Próxima Grande Aposta da Pixar
Realizado por Domee Shi

Exclusivo da Disney+, "Turning Red - Estranhamente Vermelho" é a nova animação da Pixar Animation e que pena é que, tal como "Luca" ou "Soul", mais uma grande obra da Pixar seja exibida apenas e só no streaming e, assim, não chegue aos cinemas (pelo menos em tempo útil). É claro que se compreende a estratégia da Disney que, perante o gigante potencial da sua própria plataforma e da competente concorrência da Netflix, HBO ou Amazon Prime,  é obrigada a cada vez mais optar por campanhas, lançamentos e divulgações exclusivas no Disney+, deixando um pouco de lado os lançamentos nos cinemas. Embora se compreende a decisão comercial, certo é que podemos na mesma evidenciar a pena que nos dá ver um filme tão divertido, familiar e bem feito como  "Turning Red - Estranhamente Vermelho" ficar (para já) preso à exclusividade do streaming. É certo que certamente terá mais pessoas a vê-lo na plataforma do que teria se só fosse exibido nos cinemas, mas seria pedir muito que estivesse duas a três semanas em exibição no grande ecrã para ser aproveitado e apreciado nestes moldes? Até porque, originalmente, esteve previsto o seu lançamento nos cinemas....Tal como "Encanto" e até "Luca", "Turning Red" poderá eventualmente vir a ter direiro a algumas sessões especiais, mas para já ainda nada foi confirmado. 
Realizado por Domee Shi, vencedora de um Óscar de Melhor Curta-Metragem por “Bao“,  "Turning Red - Estranhamente Vermelho" é a história de uma menina de 13 anos que se transforma num panda vermelho gigante quando se entusiasma fruto de uma maldição/benção familiar que só poderá ser revertida em certas circunstâncias. Após "Raya e o Último Dragão", a Disney/Pixar volta a prestar homenagem à cultura asiática, desta vez por via de uma obra familiar que reforça os laços da comunidade imigrante chinesa na América do Norte (neste caso particular focando-se em Toronto, no Canadá). Os mitos e o folclore associados à cultura chinesa voltam também a ser inseridos numa história repleta de ação e animação, onde desta vez outro dos símbolos da cultura chinesa ganha especial destaque. Falamos, claro está, do Panda Vermelho. Embora menos mediático (e ameaçado) que o Panda (outro símbolo nacional chinês), o Panda Vermelho é, sem dúvida, um dos animais mais emblemáticos e acarinhados não só na China, mas em todo o mundo. Esta obra dá-lhe um merecido destaque e pode vir a ajudar às campanhas de preservação desta espécie que, embora menos ameaça que outras, precisa ainda assim de um cuidado especial para continuar a prosperar no seu território de origem. 
Dotado de um enredo leve mas muito divertido e, claro, de um nível de animação bem ao estilo de excelência da Pixar,  "Turning Red - Estranhamente Vermelho" é, tal como a protagonista, uma força da natureza que, para além de reforçar a cultura chinesa, explora também o poder feminino. A trama em si tem vários inuendos ao poder e independência feminina, mas o próprio filme é um exemplo prático de celebração feminina, já que a maioria da sua estrutura técnica é composta por mulheres, algo ainda raro em Hollywood. Este é apenas e só um dos vários detalhes importantes e poderosos que transformam esta obra em algo mais que uma simples animação. Tal como aliás quase todos os filmes da Pixar desde a sua criação,  "Turning Red - Estranhamente Vermelho" é um marco e uma celebração do cinema, da inovação, da cultura e da diversão!

Classificação - 4 Estrelas em 5

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