Óscares 2022 - Os Vencedores...Para o Portal Cinema

Os vencedores da 94ª Edição dos Óscares são conhecidos a 27 de Março. Muito se tem falado da edição deste ano, embora a Pandemia e a Guerra tenham afastado os Óscares de uma maior atenção mediática na Europa. É certo que valores mais altos imperam por estes dias, mas os Óscares serão certamente uma forte plataforma para promover o sentimento anti-guerra, mas também para ajudar o Mundo a ter, pelo menos, algumas horas de distração das péssimas notícias que todos os dias nos chegam.



Já como é tradição, o Portal Cinema olhou para vinte categorias e fez as suas previsões de vitória. É importante ressalvar que tais previsões baseiam-se sobretudo na opinião pessoal, mas não ignoram o que se diz nos Estados Unidos da América.


 MELHOR FILME: The Power of the Dog (Crítica)

Após várias tentativas, a Netflix deverá conseguir o tão desejado Óscar de Melhor Filme com "The Power of the Dog"/ "O Poder do Cão", da celebrada cineasta Jane Campion. Já há vários anos que o gigante do streaming tenta conquistar este Óscar que lhe tem escapado e, após ter falhado o objetivo com os filmes de Martin Scorsese, Noah Baumbach ou Alfonso Cuarón, poderá mesmo ser Campion a dar o tão desejado título ao gigante do streaming. Este western tem dominado a época de prémios, sendo aliás o filme com mais nomeações aos Óscares. E após ter conquistado o BAFTA de Melhor Filme, "The Power of The Dog" parece lançado para ganhar o Óscar.


MELHOR REALIZADOR: Jane Campion por "The Power of the Dog" (Crítica)

Jane Campion conquistou recentemente o prémio de Melhor Realizadora atribuído pelo prestigiado sindicato de realizadores norte-americanos (DGA). Nos últimos anos, salvo raras excepções, o vencedor deste prémio tem coincidido com o vencedor do Óscar de Melhor Realizador e tudo indica que este ano não será um ano de exceção. Campion sempre foi a grande favorita e a época de prémios veio confirmar esta previsão com uma sucessão de vitórias importantes, aliás a última dos quais aconteceu já esta semana quando juntou o prémio da DGA ao BAFTA de Melhor Realização. Para além de homenagear o seu grande trabalho e visão naquele que é um dos grandes filmes de 2021, a Academia também não perderá a oportunidade de enaltecer o trabalho de uma mulher cineasta numa Hollywood ainda muito dominada pelo sexo masculino. 


MELHOR ATOR: Will Smith por "King Richard" (Crítica)

Entre Benedict Cumberbatch ("The Power of The Dog") e Will Smith estará o vencedor. Nunca nenhum ganhou este prémio, mas um deles levará para casa a tão desejada estatueta e as apostas recaem em Will Smith, cuja performance na cinebiografia sobre o pai das Irmãs Williams poderá mesmo valer-lhe uma vitória justa e há muito apontada pela imprensa americana.


MELHOR ATRIZ: Olivia Coleman por "The Lost Daughter"

Parecia a categoria mais previsível, mas as nomeações surpreenderam e tornaram-na na mais imprevisível desta edição. Todos pensava quem Lady Gaga já tinha as duas mãos na estatueta, mas a sua performance em "House of Gucci" nem a nomeação lhe valeu. Também Caitriona Balfe, a estrela feminina de "Beflast", ficou à porta das nomeações e, assim, lançou-se a imprevisibilidade do caos. Entre as nomeadas, Penélope Cruz é a grande outsider e, embora seja uma favorita do Portal Cinema, Nicole Kidman (Being the Ricardos), também não deverá levar para casa a sua segunda estatueta. Para o Portal Cinema, Olivia Coleman deverá mesmo ganhar o seu segundo Óscar de Melhor Atriz, mas há que dar uma atenção especial a Jessica Chastian que, quase do nada, poderá mesmo conquistar uma vitória surpreendente


MELHOR ATOR SECUNDÁRIO: Kodi Smit-McPhee por "The Power of the Dog" (Crítica)

"The Power of The Dog" tem dois nomeados - Jesse Plemmons e Kodi Smit-McPhee - e se tivermos em conta a época de prémios, ambos têm boas hipóteses de conquistar o prémio. A elogiada reta final do western de Jane Campion poderá mesmo valer o Óscar ao jovem Kodi Smit-McPhee que, após alguns anos desaparecido, ressurgiu em grande em Hollywood. Ciarán Hinds (“Belfast”) poderá, contudo, representar a vitória da experiência e da homenagem, já Troy Kotsur (“CODA”) poderá ser o prémio surpresa e a forma que a Academia encontrou de homenagear um dos grandes filmes de 2021


MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA: Kirsten Dunst por "The Power of the Dog" (Crítica)

Ariana DeBose por “West Side Story” é a grande favorita da imprensa norte-americana. Tal como Rita Moreno na versão clássica, DeBose poderá conquistar um Óscar de representação pelo mesmo papel, mas não será destino a mais? A performance de Dunst no western de Campion e da Netflix é magistral e seria um prémio justo para não só uma prestação de luxo, mas também para a carreira muitas vezes menosprezada de Dunst.


MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL: Belfast (Crítica)

Só a vitória de "Don't Look Up" seria surpreendente e algo injusta. Joachim Trier merecia pelo corajoso "The Worst Person in the World" e Paul Thomas Anderson poderia ter aqui a única vitória significativa de "Licorice Pizza"... Mas entre os cinco nomeados há um cuja alma e aura merece muito este prémio. Falamos claro está de "Belfast", um filme belíssimo de Kenneth Branagh, cuja história é inspirada nas memórias do próprio e traz de novo à ribalta uma parte da história política do Século XX que ainda hoje não está completamente ultrapassada.


MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO: Drive My Car

A escolha lógica seria "The Power of The Dog" que, sendo o favorito nas categorias de Filme e Realização, poderia ser também na categoria de Argumento. Mas desde que encheu o terceiro capítulo de "O Senhor dos Anéis" de prémios, a Academia tem optado, desde então, por repartir as vitórias por entre os principais filmes. E seguindo esta lógica torna-se difícil prever a vitória de Campion nesta categoria, ganhando assim  Ryûsuke Hamaguchi e Takamasa Oe um novo favoritismo com o belíssimo "Drive my Car". Também Siân Heder é favorito por "CODA. 


MELHOR BANDA-SONORA ORIGINAL: Hans Zimmer por "Dune (Crónica)

O segundo Óscar de Melhor Banda Sonora para Hans Zimmer é o cenário mais provável. "Dune" marcou 2021 e a banda sonora de Zimmer contribuiu para isso. É verdade que Germaine Franco surpreendeu com "Encanto" e não podemos ignorar o potencial dourado de "The Power of the Dog", mas Zimmer é de longe o grande favorito e o mais justo vencedor.


MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: No Time to Die - "James Bond: No Time to Die" (Crítica)

Sim, Beyonce está na luta com "Be Alive", mas Billie Eilish e o seu irmão Finneas têm a vitória nas mãos. Após Adele e Sam Smith, os Irmãos Eilish deverão assim ser os próximos criadores de um tema central do franchise "James Bond" a conquistarem esta estatueta.


MELHOR SOM: Dune (Crónica)

Se "No Time to Die" ganha Melhor Canção Original e "Dune" conquista Melhor Banda Sonora qual dos dois conquistará Melhor Som? É a pergunta que se impõem, já que ambos são os grandes favoritos, mas é o épico de Dennis Villeneuve que parte na dianteira. 


MELHOR EDIÇÃO: Dune (Crónica)

"Dune" poderá conquistar com a Edição mais uma estatueta. A verdade é que o épico de Villeneuve é de facto o exemplo perfeito e o expoente máximo quando se fala na importância da edição no resultado final de um filme. Tal como o clássico de Lynch provou, uma edição desastrosa é meio caminho andado para estragar uma adaptação da complexa obra de Frank Herbert. Dito isto, "Dune" poderá ser vítima do mediatismo exagerado de "Don't Look Up" e da necessidade da Academia em premiar esse mediatismo com uma estatueta...


MELHOR FOTOGRAFIA: The Power of the Dog (Crítica)

O trabalho de Dan Lautsen em "Nightmare Alley" é brilhante, tal como o de  Greig Fraser em "Dune", no entanto, Ari Wegner por "The Power of the Dog" é a nossa favorita.É mais um exemplo do poder feminino que reinou em "The Power of the Dog" e mostrou ter sido a parceira perfeita para Campion. Poderá ser a primeira mulher a conquistar este Óscar...e será mais do que justo.   


MELHOR GUARDA-ROUPA: Nightmare Alley (Luis Sequeira) - Crítica

Queremos muito que Luis Sequeira suba ao palco para aceitar este Óscar por "Nightmare Alley". Com "Shape of Water, Sequeira esteve perto, mas está agora ainda mais perto com o novo filme de DelToro. Embora favorito para o Portal Cinema, Sequeira não é o favorito da imprensa americana que tem dado preferência nas apostas a “Cruella” por  Jenny Beavan ou a “Dune” por Jacqueline West e Robert Morgan. O guarda-roupa de "Nightmare Alley" é brilhante e fiel a uma época muito característica, mas é também inegável que as criações de Beavan em "Cruella" ficam na retina pela sua extravagância e pela forma como se adequam ao estilo vibrante da vilã da Disney.


DESIGN DE PRODUÇÃO: Nightmare Alley (Crítica)

À semelhança do Guarda-Roupa, também os Cenários de "Nightmare Alley", de Guillermo Del Toro são maravilhosos e, em abono da verdade, Tamara Deverell e Shane Vieau têm mais hipóteses de conquistar o Óscar do que Luis Sequeira. O grande rival é, claro está, “Dune”....


MELHOR MAQUILHAGEM E CABELOS: The Eyes of Tammy Faye (Crítica)

"Cruella" e "House of Gucci" são as opções mais  comerciais, mas "Dune" poderá, segundo a imprensa, ter aqui uma vitória tranquila devido ao grande trabalho que Donald Mowat, Love Larson e Eva von Bahr promoveram para dar vida (e cor) ao complexo estilo sci-fi da obra de Villeneuve. Mas o Portal Cinema aposta em "The Eyes of Tammy Faye" que tem também muito valor e seria, assim, uma vitória simbólica de um filme sobre uma personalidade norte-americana conhecida pelo uso exagerado de maquilhagem. 


MELHORES EFEITOS VISUAIS: Dune (Crónica)

É talvez a categoria mais previsível. Sim, “Homem-Aranha: Sem Volta a Casa” teria o voto popular, mas "Dune" foi o blockbuster de 2021 e é o representante ex-líbris da categoria.


MELHOR FILME INTERNACIONAL: Drive My Car

"Hand of God" parecia o candidato perfeito, mas deverá contentar-se apenas com a nomeação. É o japonês "Drive my Car" que é o grande favorito e só a animação dinamarquesa "Flee" parece ter poder para contrariar o seu avassalador favoritismo.


MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO: Encanto (Crítica)

Não restam já grandes dúvidas que o Grupo Disney vai ganhar este Óscar, mas com qual dos seus três filmes? A aposta mais segura parece ser o animado musical "Encanto".


MELHOR DOCUMENTÁRIO: Flee (Crítica)

Todos os documentários nomeados tocam em temas fraturantes e relevantes, mas pela aclamação geral e pela história que representa, "Flee" surge como o favorito e seria um prémio merecido para uma obra indie que, para além desta nomeação, conquistou outras duas em categorias de proa da Academia.


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