As Origens do Halloween e a Sua Ligação ao Sobrenatural

 O que está por detrás do Halloween? Quais são as origens das suas tradições? Nas vésperas de mais um dia de Halloween, o Portal Cinema foi atrás das grandes bases e histórias que deram origem ao dia que hoje conhecemos como Halloween ou Dia das Bruxas. 

Tal como boa parte das festividades contemporâneas, o Halloween tem as suas origens na Idade Antiga, mais concretamente nas tradições do povo celta que, segundo a sua fé pagã, acreditavam que o Ano Novo era celebrado no primeiro dia de Novembro, precisamente quando o Inverno começava. É claro que, na altura, o calendário romano ainda não estava implementado na sociedade, pelo que não havia um dia certo para celebrar esse Ano Novo, mas nas vésperas do Inverno começar os celtas celebravam o Samhaim, uma espécie de festival que servia para marcar o fim da corrente folhagem e os desejos que o fim do Inverno traria uma nova colheita que se esperava sempre mais auspiciosa que a anterior. O Inverno simbolizava a morte das colheitas e da floresta e, por isso, os Celtas acreditavam que o início do Inverno representava a aproximação entre o nosso mundo e o mundo dos mortos, já que o Inverno estava associado a morte e ao recomeço.

Esta foi a primeira base do que agora chamamos de Dia de Halloween. A tradição dos Celtas continuou com o Império Romano que, apesar de assentar numa fé diferente, continuou a associar o Inverno e o seu início à Morte, mas também à esperança de um recomeço. É claro que na Idade Média, já com a Igreja Católica na posição de bússola moral da Europa devido à escanção do Cristianismo como religião predominante, a tradição de festejar o início do Inverno e a sua ligação à morte começou a ser condenada e afastada.Mas a Igreja sabia que alterar velhas tradições era difícil e, de forma a não perder posição e até reforçar o status da fé cristã, o Vaticano promoveu uma profunda alteração que viria a dar origem ao Halloween que hoje conhecemos. Numa tentativa de afastar o carácter pagão da festa e de lhe conferir uma espécie de rebranding cristão, a Igreja Católica, por decreto papal, passou a celebrar o Dia de Todos os Santos a 1 de novembro, quando este antes acontecia a 13 de Maio. Este dia serviria agora para celebrar os Santos da Igreja e, em simultâneo, prestar homenagem às gerações anterior. 

O dia 1 de Novembro passou, assim, a ser um dos dias mais iluminados e venerados do ano cristão, onde os santos (conhecidos e desconhecidos) eram recordados e idolatrados pelas suas boas ações. Este dia de grande veneração acabou por dar azo ao dia oposto da veneração, já que posteriormente a cultura popular acabou por considerar o 31 de Outubro como o oposto ao Dia de Todos os Santos, ou seja, o dia que seria associado ao mal e à escuridão. Estava assim lançado o Dia de Halloween ou Dia das Bruxas que, pela lógica, celebra a travessura, o sobrenatural e o mal que, curiosamente, antecede o dia que celebra a santidade e as boas ações. O Dia de Todos os Santos acabou também por influenciar a criação do Dia dos Mortos mais focado na comunidade hispânica cristã. Este dia celebra-se a 2 de Novembro, ou seja, após o Dia de Todos os Santos e pretende continuar a onda de homenagem promovida pelo Dia de Todos os Santos, mas desta vez às gerações passadas e às boas ações que estas cometeram. 

Falamos que o Dia de Halloween foi implementado pela cultura popular, mas nunca foi uma celebração real....até claro ter crescido em popularidade no Século XIX quando foi implementada nos Estados Unidos e acabou por se transformar no sucesso que é hoje. É por isso que o Halloween acaba por ter nos Estados Unidos o seu maior expoente de celebração, mas é curioso constatar que foram imigrantes irlandeses que implementaram a tradição.

E foi com a implementação do Halloween nos Estados Unidos que cresceram as maiores lendas associadas a este dia. Um bom exemplo disso é a Lenda do Jack da Lanterna. Esta diz que quando um jovem chamado Jack morreu conseguiu enganar o Diabo e não ir para o Inferno, mas a sua travessura acabou por ser descoberta e Jack também não foi aceite no Paraíso. A sua alma foi, assim, condenada a vaguear pelo Mundo dos Humanos e, para iluminar o seu caminho durante as noites, Jack usava uma lanterna feita com um nabo. Essa lanterna passou a servir de aviso, já que quando as pessoas viam esta luz no meio da escuridão deviam recordar-se que, para evitarem este purgatório, deviam praticar o bem para serem aceites no Paraíso. Esta lenda irlandesa acabou por ser adaptada pela sociedade norte-americana e a ser associada ao Halloween, dando assim origem às icónicas abóboras iluminadas cravadas com a cara de Jack. E porquê uma abóbora e não um nabo? A explicação é simples. Os agricultores americanos dispunham de mais aboboras que nabos e este vegetal acabou por se tornar predominante na celebração. 


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