Realizado por Sam Mendes
Com Olii Colman, Colin Firth, Toby Jones
Realizado por Sam Mendes, "Empire of Light" | "Império da Luz" chegará aos cinemas nacionais a 23 de Fevereiro. Numa altura em que já se sabe que "Império da Luz" só conquistou uma nomeação aos Óscares (Melhor Fotografia) podemos já afirmar que esta obra de Sam Mendes foi algo injustiçada pela Academia. Talvez fosse exagero considerá-la um sério candidato ao Óscar de Melhor Filme, mas já em Novembro tínhamos alertado para o seu potencial e acreditávamos em maiores vôos. Fica agora a sensação que poderia ter chegado ainda mais longe nos prémios da Academia Americana e que, acima de tudo,poderia ter feito um maior brilharete junto da Academia Britânica, já que mesmo nos BAFTA só conquistou três nomeações (Melhor Fotografia, Filme Britânico e Ator Secundário).
"Império da Luz" narra uma história de amor ambientada nos Cinemas Empire, uma bela e clássica sala de cinema localizada na costa britânica. Uma das intervenientes desta história é Hilary (Olivia Colman) que, nos Anos 80, assume a gerência da sala numa época conturbada, já que estamos em 1981, altura em que a recessão britânica causa desemprego e racismo gratuito. Ao seu lado estão outros empregados: um gerente mal-humorado e pomposo, Sr. Ellis (Colin Firth), o dedicado projecionista Norman (Toby Jones) e os assistentes de sala Neil (Tom Brooke) e Janine (Hannah Onslow). Hilary vai sobrevivendo, mas entra cada vez mais num profundo estado de solidão e tristeza. É então que o Cinema Empire contrata um novo vendedor de bilhetes, Stephen (Micheal Ward), um jovem afro-britânico que tem uma conexão instantânea com Hilary.
Podemos afirmar que, no plano dramático, estamos perante um filme que nos entrega o pacote completo. A sua trama presta homenagem ao amor e à magia do cinema, mas também trata com respeito e competência questões relativamente à saúde mental e descriminação racial. São portanto vários os temas abordados de forma primorosa por um argumento habilmente trabalhado por um Sam Mendes que, uma vez mais, entrega-nos um filme tecnicamente cativante e com uma história forte e emotiva que prenderá qualquer um.
A nomeação de Roger Deakins ao Óscar e BAFTA de Melhor Fotografia é justíssima e, por esta altura, tem de ser encarado como um dos principais senão o principal candidato à vitória final. O seu trabalho em conciliação com o de Mendes é brilhante e basta apreciar algumas das sequências mais marcantes para verdadeiramente compreendermos o alcance da sua visão. Um dos belos exemplos é a sequência onda a personagem de Colman se delicia e emociona com uma experiência cinematográfica que a faz ganhar novo apreço pela vida. Esta sequência não teria o impacto que tem se não fosse pela incrível dinâmica entre Deakins e Mendes. É claro que há outro grande responsável pela excelência desta e de outras cenas. Falamos de Olivia Colman que, infelizmente, foi completamente esquecida pela vigente época de prémios e isto parece-me uma grande injustiça. A sua performance é brilhante e comprova mais uma vez o seu enorme talento.
Torna-se claro que só pelos desempenhos de Deakins, Mendes e Colman, "Império da Luz" já valeria o preço do bilhete, mas acredite que este drama tem muito mais para oferecer. E a triste realidade é que nem sempre a época de prémios é justa com os grandes filmes do ano.
Classificação - 4,5 Estrelas em 5
1 Comentários
Felizmente encontro uma crítica compatível com a beleza e grandiosidade do filme. História tocante, fotografia maravilhosa. Parabéns pela crítica!
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