Crítica - Império da Luz (2022)

Crítica - Império da Luz (2022)


Realizado por Sam Mendes
Com Olii Colman, Colin Firth, Toby Jones


"Império da Luz" narra uma história de amor ambientada nos Cinemas Empire, uma bela e clássica sala de cinema localizada na costa britânica. Uma das intervenientes desta história é Hilary (Olivia Colman) que, nos Anos 80, assume a gerência da sala numa época conturbada, já que estamos em 1981, altura em que a recessão britânica causa desemprego e racismo gratuito. Ao seu lado estão outros empregados: um gerente mal-humorado e pomposo, Sr. Ellis (Colin Firth), o dedicado projecionista Norman (Toby Jones) e os assistentes de sala Neil (Tom Brooke) e Janine (Hannah Onslow). Hilary vai sobrevivendo, mas entra cada vez mais num profundo estado de solidão e tristeza. É então que o Cinema Empire contrata um novo vendedor de bilhetes, Stephen (Micheal Ward), um jovem afro-britânico que tem uma conexão instantânea com Hilary. 
Podemos afirmar que, no plano dramático, estamos perante um filme que nos entrega o pacote completo. A sua trama presta homenagem ao amor e à magia do cinema, mas também trata com respeito e competência questões relativamente à saúde mental e descriminação racial. São portanto vários os temas abordados de forma primorosa por um argumento habilmente trabalhado por um Sam Mendes que, uma vez mais, entrega-nos um filme tecnicamente cativante e com uma história forte e emotiva que prenderá qualquer um. 
A nomeação de Roger Deakins ao Óscar e BAFTA de Melhor Fotografia é justíssima e, por esta altura, tem de ser encarado como um dos principais senão o principal candidato à vitória final. O seu trabalho em conciliação com o de Mendes é brilhante e basta apreciar algumas das sequências mais marcantes para verdadeiramente compreendermos o alcance da sua visão. Um dos belos exemplos é a sequência onda a personagem de Colman se delicia e emociona com uma experiência cinematográfica que a faz ganhar novo apreço pela vida. Esta sequência não teria o impacto que tem se não fosse pela incrível dinâmica entre Deakins e Mendes. É claro que há outro grande responsável pela excelência desta e de outras cenas. Falamos de Olivia Colman que, infelizmente, foi completamente esquecida pela vigente época de prémios e isto parece-me uma grande injustiça. A sua performance é brilhante e comprova mais uma vez o seu enorme talento. 
 Torna-se claro que só pelos desempenhos de Deakins, Mendes e Colman, "Império da Luz" já valeria o preço do bilhete, mas acredite que este drama tem muito mais para oferecer. E a triste realidade é que nem sempre a época de prémios é justa com os grandes filmes do ano.


Classificação - 4,5 Estrelas em 5

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1 Comentários

  1. Felizmente encontro uma crítica compatível com a beleza e grandiosidade do filme. História tocante, fotografia maravilhosa. Parabéns pela crítica!

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